Maia diz que Estados podem ficar fora da reforma da Previdência

O presidente da Câmara disse ainda ser favorável à capitalização do sistema previdenciário, mas defendeu que sua regulamentação ocorra posteriormente; "Eu acho que vai ser difícil que eles fiquem (os Estados na reforma)", disse Rodrigo Maia

Maia diz que Estados podem ficar fora da reforma da Previdência
Maia diz que Estados podem ficar fora da reforma da Previdência (Foto: J.Batista/Câmara dos Deputados)


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Por Mateus Maia

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quarta-feira considerar "difícil" que os Estados sejam abrangidos pela reforma da Previdência.

Em seminário sobre a reforma organizado pelo jornal Correio Braziliense, Maia disse ainda ser favorável à capitalização do sistema previdenciário, mas defendeu que sua regulamentação ocorra posteriormente.

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"Eu acho que vai ser difícil que eles fiquem (os Estados na reforma)", disse o presidente a jornalistas, após o evento.

"Eu pessoalmente continuo solitariamente defendendo que o sistema é único. Não adianta você resolver parte da doença do corpo porque, se você resolver uma parte e deixar a outra doente, morre o corpo inteiro", afirmou.

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Sobre a capitalização, o presidente da Câmara disse ser 100 por cento favorável, mas argumentou que "custa muito caro" da forma que foi proposta pelo governo.

"Em um momento de recessão, eu acho que a gente pode até deixar a capitalização aprovada para, em outro momento, regulamentar. Mas você tirar 400 bilhões (de reais) num momento que a gente vive cinco anos de recessão, talvez seja muito pesado para a base da sociedade fazer esse movimento", argumentou.

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Maia voltou a dizer que não há clima, nem na Câmara nem no Senado, para aprovar as mudanças propostas pelo governo no Benefício de Prestação Continuada (BPC), e na aposentadoria rural.

"BPC e aposentadoria estão fora do texto", afirmou. "Não sei como vai ser resolvido, eu sei que temos que discutir os temas que geram mais conflitos na sociedade. Se a gente fingir que não tem problema, na hora que for para o voto, vai perder."

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Aproveitou, ainda, para argumentar que não adianta promover reformas na estrutura do Estado —como a da Previdência— se as instituições democráticas não estiverem fortes.

"Não adianta reformar a Previdência, não adianta reformar o Estado, se essa democracia não for muito madura", argumentou. "Porque nós sabemos que o setor privado não tende a investir em ditaduras."

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O presidente disse que a atitude do governo de reafirmar a democracia, "independente de alguns percalços no seu entorno" é fundamental para que as reformas tenham efetividade.

Principal fiador da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que altera as regras da Previdência no Congresso, Maia reafirmou seu compromisso com a agenda econômica de reformas e alertou que são necessárias para afastar a possibilidade de ameaça a direitos adquiridos no futuro.

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Também disse esperar que o Parlamento compreenda a necessidade da reforma e que o governo atue incisivamente para a aprovação da proposta.

"Espero que a gente consiga que o Parlamento compreenda isso de forma majoritária, mais de três quintos do Parlamento, e esperamos que o governo possa ter, não apenas o (ministro da Economia) Paulo Guedes, mas o governo como um todo, uma posição, como vem tendo nas últimas semanas, mais proativa nessa agenda das reformas e que gere menos distração naquilo que é fundamental", afirmou.

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