"Sempre combati a contravenção"

Na primeira parte do seu depoimento, o governador de Goiás, Marconi Perillo, negou qualquer relacionamento com o bicheiro Carlos Cachoeira e se defendeu no episódio da venda da casa de R$ 1,4 milhão, mas admitiu descuido na transação imobiliária; “não me preocupei em saber quem era o emitente”

"Sempre combati a contravenção"
"Sempre combati a contravenção" (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)


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247 – Aparentando tranquilidade, o governador de Goiás, Marconi Perillo, atravessou a primeira metade de seu depoimento à CPI do caso Cachoeira defendendo-se de várias acusações. Falou sobre a venda da casa em Alphaville, das relações com Carlos Cachoeira e de pessoas que, supostamente, teriam sido nomeadas pelo bicheiro em seu governo. “Isso nunca existiu”, disse ele. “Sempre combati a contravenção”.

Antes mesmo das perguntas, Marconi Perillo se dedicou a falar sobre a venda da casa. Ele usou cerca de dez minutos de seu tempo de exposição para dar a sua versão, com documentos, sobre a casa vendida para o empresário Walter Santiago, que era habitada pelo contraventor Carlinhos Cachoeira e se tornou o local em que ele foi preso.

Perillo sustentou ter recebido o valor do imóvel em três cheques. "Não me preocupei em saber quem era o emitente", disse ele. "Até porque eram pré-datados". Porém, garantiu que depositou os cheques em sua própria conta corrente e declarou o valor em seu  imposto de renda. "Seria um absurdo fazer isso se houvesse alguma coisa errada nesse negócio", afirmou. "Vendi uma propriedade particular, comprada com empréstimo junto a Caixa Econômica. Não vendi nada do Estado", prosseguiu.

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Vítima de perseguição?

Marconi também se colocou como vítima de perseguição diante dos parlamentares. Ele citou "fatos distorcidos", lembrou sua postura de oposição frente ao regime militar, citou os casos dos politicos Henrique Santillo e Ibsen Pinheiro, "que tiveram de provar inocência, e não o contrário", e enumerou ações da polícia de Goiás contra os caça-níqueis.

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Marconi citou trechos de gravação de uma conversa entre Carlinhos Cachoeira e sua mulher: "Estou acabado, é perseguição", repetiu o governador. Ele disse que o grupo do contraventor não tem influência em seu governo. No meio de seu depoimento, após citar números sobre o desenvolvimento econômico de Goiás, Marconi entregou à CPI decretos estaduais que estabelecem "a meritocracia" como método para contratações e promoções entre o funcionalismo público goiano. A intenção foi a de provar que Carlinhos Cachoeira não promoveu nomeações em seu governo. "Meu governo não tem propina".

Uma única gravação

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O governador Marconi Perillo também apresentou, em seu pronunciamento de abertura, antes das perguntas dos integrantes da CPI do Cachoeira, um ponto que considera forte de sua defesa. "Em 30 horas de gravações, só há uma ligação entre eu e Carlinhos Cachoeira, e foi de cumprimentos pelo aniversário dele", disse Perillo. Ele sustentou que seu nome foi usado "injustamente" em outras conversas, por políticos que queriam mostrar ter a sua confiança. "Fui citado para que mostrassem prestígio comigo. Dificilmente algum parlamentar já não foi vítima de uma manobra desse tipo".

Marconi também falou da imprensa, reclamou dos ataques, mas também defendeu a liberdade de expressão. "Às vezes, não consigo acreditar em tanta maldade", disse ele. "Sem a imprensa livre, não poderíamos caminhar na democracia, mas há muitas informações erradas, que só levam à injustiça". 

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