Serraglio apresenta 'dúzia de provas' contra Dirceu

Deputado Osmar Serraglio, que relatou a CPI dos Correios (2005/6), foi à tribuna enumerar evidências que, segundo ele, incriminam o ex-ministro e desabafou: "Certamente me amofina essa cantilena repetida de que o mensalão fora uma farsa"

Serraglio apresenta 'dúzia de provas' contra Dirceu
Serraglio apresenta 'dúzia de provas' contra Dirceu (Foto: Edição/247)


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247 - O polêmico julgamento do mensalão, que deve começar no dia 1º de agosto no Supremo Tribunal Federal (STF), ganhou nesta quarta-feira 13 ainda mais pimenta. O relator da CPI dos Correios (2005-2006), deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR), subiu à tribuna da Câmara para enumerar "uma dúzia de provas" da participação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu no esquema do mensalão.

A CPI relatada por Serraglio investigou o maior esquema do governo Lula e sugeriu o indiciamento de Dirceu, entre outros. Serraglio justificou a atitude por estar "farto da alegação de que o mensalão é fantasia". Quem deflagrou a reação, segundo o deputado, foi o produtor de cinema Luiz Carlos Barreto, que publicou na última terça-feira 12, no jornal Folha de S.`Paulo, o artigo "Por qué no lo matan?", em que faz uma defesa de Dirceu.

"Certamente me amofina essa cantilena repetida de que o mensalão fora uma farsa, como se a investigação não se realizou por parlamentares dos mais diversos matizes político-partidários", discursou Serraglio. "Ainda agora assistimos José Dirceu concitando os jovens a se manifestarem diante de sua inocência", emendou, listando os seguintes argumentos contra Dirceu, compilados pela Folha de S.Paulo

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1 - à época em que Dirceu era ministro, "nada ocorria sem o beneplácito do super-ministro, como era chamado na imprensa e nos corredores do poder";

2 - Roberto Jefferson, líder do PTB, "confessa que tratou por mais de dez vezes do mensalão com Dirceu";

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3 - o publicitário mineiro Marcos Valério "afirmou que ouviu de Delúbio [Soares, ex-tesoureiro nacional do PT e da campanha presidencial de Lula em 2010], que Dirceu deu 'aval' aos empréstimos bancários que alimentaram o mensalão;

4 - a mulher de Valério "assentou que Dirceu se reuniu com o presidente do Banco Rural no Hotel Ouro Minas para acertar os empréstimos do banco";

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5 - Valério "arrumou emprego para a ex-mulher de Dirceu no [banco] BMG em São Paulo";

6 - um sócio do publicitário se "tornou 'comprador' do apartamento da ex-mulher de Dirceu em São Paulo";

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7 - Valério "afirma que foi quem ajustou a audiência havida entre os diretores do BMG e o ministro Dirceu";

8 - segundo Valério, "Silvio Pereira [ex-secretário nacional do PT] lhe disse que José Dirceu sabia dos empréstimos junto aos bancos";

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9 - a presidente do Banco Rural "declarou que Valério era um 'facilitador' das tratativas com o governo" e "disse mais, que 'Dirceu foi a única pessoa do governo com quem ela falou" sobre o interesse do Rural relativo à aquisição de parte do Banco Mercantil de Pernambuco;

10 - o ex-deputado Jefferson "afirmou que, por orientação de Dirceu, houve encontro no Banco Espírito Santo, em Portugal, à busca de R$ 24 milhões";

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11 - o ex-tesoureiro do PTB, "Emerson Palmieri relata que todas as tratativas eram ratificadas, ao final, por Dirceu;

12 - a ex-secretária de Valério na agência de publicada em Belo Horizonte (MG), Karina Somaggio, "testemunhou que Valério mantinha contatos diretos com José Dirceu".

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Serraglio comentou que a CPI ajudou a "abrir o caminho" para a eleição de Dilma Rousseff, como sucessora de Lula, ao enfraquecer Dirceu, nome natural dentro do PT, antes do escândalo, para uma eventual candidatura à Presidência. "De fato, na época, parecia que estávamos sob sistema parlamentarista. José Dirceu, ambiciosa super-ministro, capitão do time, primeiro-ministro, inteligente e mefistofelicamente, confinava o migrante de Garanhuns [Lula] à sua dimensão sindical, tutelando-o, como se lho devesse ser o sucessor mais do que natural, inexorável, razão por que já atapetava a caminhada, fazendo-se onipresente e onisciente nas grandes decisões nacionais".

O ex-relator disse que a "CPI dos Correios não se converterá em pizza. Nosso Judiciário não tem vocação para isso".

 

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