Religião é a salvação?

O governo de Goiás, que desde 2000 não emplaca um aliado na cadeira de alcaide, mira agora no fator "religião" para escolher um nome para a prefeitura de Goiânia



✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Em Goiânia, existe uma pertinente discussão sobre a religião pesando na decisão de escolha de candidatos à prefeitura. Mesmo sedo um princípio constitucional, o estado laico cede espaço para o que mais interessa aos grupos políticos: o voto de setores em que a fidelidade pode, na opinião dos marqueteiros, sobrepor o desempenho pessoal dos candidatos.

Com grandes dificuldades de escolher um candidato competitivo para concorrer as eleições para Prefeitura de Goiânia, o governo de Goiás, que desde 2000 não emplaca um aliado na cadeira de alcaide, mira agora no fator "religião" para escolher um nome para participar do pleito eleitoral deste ano, depois da mais profunda crise política dos últimos tempos.

O mais interessante nesta história toda é o fato de que foi justamente o fator "religião" que pesou contra alguns nomes que se apresentaram no início deste ano em Goiânia para disputar uma espécie de "convenção branca" em que um Conselho Político analisou a situação dos pretendentes e definiram que questões religiosas deveriam ficar de fora da escolha.

continua após o anúncio

Assim, um nome dos quadros do PSDB foi escolhido, Leonardo Vilela, contrariando a – podemos dizer – bancada religiosa que apoia o Governo de Goiás, entre eles, os nomes dos deputados federal João Campos e os estaduais Fábio Sousa e Túlio Isac, todos do PSDB.

Neste meio tempo, a Operação Monte Carlo e o constante desgaste do Governo e o suposto envolvimento do governador Marconi Perillo com o contraventor Carlos Cachoeira e a máfia dos jogos de azar aniquilaram de forma definitiva as chances do candidato escolhido, de forma colegiada pelo PSDB e aliados.

continua após o anúncio

Após a desistência da disputa pelo candidato do PSDB, Leonardo Vilela, à Prefeitura de Goiânia, políticos e estrategistas do Governo de Goiás retomam a possibilidade de chamar para o campo um nome ligado justamente à comunidade religiosa. Aliás, o que se comenta é que seriam dois nomes. Um da base católica e outro da base evangélica.

A estratégia consiste na fidelidade que os religiosos teriam com os nomes apresentados, descartando o fator partidário e a influência do governo que, mesmo com o poder da "máquina estadual", estaria fraco e ocupado demais para se engajar de forma realmente efetiva para a coligação governista.

continua após o anúncio

Seria, em tese, um nome do PSD, no caso o deputado estadual Francisco Júnior e outro do PSDB, o deputado federal João Campos, em uma costura que fatalmente traria à tona divergências entre os nomes preteridos no início do ano. Mesmo dizendo que se engajariam na campanha, dificilmente fariam campanha convincente. As mágoas ficaram muito profundas à época.

Além do mais, católicos e evangélicos, tendo como força suas correntes filosóficas, e juntos na mesma chapa, fazem parte de uma novidade na estrutura política que os estrategistas e até mesmo os experientes homens do voto ainda não tiveram a oportunidade de experimentar em Goiás.

continua após o anúncio

Seja como for, o Governo de Goiás, a pouco menos de 15 dias do prazo final das convenções que vão escolher os nomes da disputa em Goiânia, tem pela frente um grande desafio: desembaraçar este nó político que até o mês de janeiro deste ano era tido como causa ganha, quando o democrata Demóstenes Torres figurava líder absoluto em todas as pesquisas de opinião.

São nos momentos de aflição que buscamos a religião. Seria para o Governo de Goiás a religião a salvação?

continua após o anúncio

Gercyley Batista é jornalista e mantém o blog Observacionista, de Goiânia

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247