Dilma garante: Henrique Eduardo Alves presidirá a Câmara

O presidente do PT federal, Rui Falcão, e o vice-presidente da República, Michel Temer, do PMDB, foram chamados no Planalto para revalidar acordo assinado em dezembro de 2010, que prevê o rodízio das duas legendas na presidência

Dilma garante: Henrique Eduardo Alves presidirá a Câmara
Dilma garante: Henrique Eduardo Alves presidirá a Câmara (Foto: Alan Marques/Folhapress)


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247 – A presidente Dilma Rousseff não quer ouvir falar em disputa entre o PT e o PMDB pela presidência da Câmara. O presidente do PT federal, Rui Falcão, e o vice-presidente da República, Michel Temer, do PMDB, foram chamados no Planalto para revalidar acordo assinado em dezembro de 2010 que prevê o rodízio das duas legendas na presidência. Leia no artigo de Josias de Souza:

Com o aval de Dilma Rousseff, as cúpulas do PT e do PMDB realizarão em agosto um encontro para revalidar acordo assinado em dezembro de 2010. Prevê o rodízio das duas legendas na presidência da Câmara na legislatura que começou em 2011 e vai até 2014. Ficara acertado que um deputado do PT presidiria a Casa no primeiro biênio (2011-2012). Um representante do PMDB iria à poltrona no biênio derradeiro (2013-2014).

A primeira parte da combinação foi cumprida com a eleição do petê Marco Maia (RS) para o comando da Câmara em fevereiro de 2011. Em movimentação subterrânea, um pedaço do petismo ameaçava roer a corda, negando-se a apoiar o candidato que representará o PMDB na sucessão interna, em fevereiro de 2013.

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Dilma chamou ao seu gabinete, no Planalto, o presidente do PT federal, Rui Falcão, e o vice-presidente da República, Michel Temer, licenciado da presidência do PMDB. Para encerrar as futricas que envenenam as relações dos sócios majoritários de sua coligação, a presidente patrocinou a revalidação do acordo.

A conversa aconteceu na terça-feira (10). Falcão foi ao encontro munido do documento que selara o entendimento de 2010. Traz as assinaturas de Temer e de José Eduardo Dutra, que presidia o PT na época. Para eliminar qualquer réstia de dúvida, Temer correu os olhos pelo texto.

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Ante a confirmação da autenticidade da peça, Dilma declarou-se de acordo com o conteúdo. Expressou-se em timbre categórico. Além de apoiar o cumprimento do acordo reafirmou que enxerga no PMDB um parceiro preferencial e estratégico. Acertou-se, então o encontro de cúpula de agosto.

Como que decidido a amarrar todas as pontas do novelo, Temer levou à mesa o nome de Henrique Eduardo Alves, líder do PMDB na Câmara e candidato do partido à sucessão de Marco Maia. Disse que agendaria para outubro uma reunião da bancada do partido para oficalizar a indicação Henrique. Rui Falcão manifestou concordância. Dilma, que vinha manifestando em privado uma aversão ao amigo de Temer, ecoou Falcão.

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Com seu gesto, Dilma reachega-se ao PMDB num instante em que prolifera no partido a insatisfação com o papel que lhe foi reservado na gestão atual. A despeito da presença de Temer na vice-presidência, o PMDB é considera-se agora menos importante do que foi sob Lula.

Perdeu ministérios relevantes como o da Integação Nacional e o das Comunicações. Amealhou pastas tidas como “técnicas” –Previdência e Agricultura, por exemplo— ou de “segunda linha” –caso do Turismo. Para complicar, Dilma cuidou de acomodar sob os ministros do PMDB secretários-executivos de sua confiança, espécies de “vigias” do Planalto.

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Na pasta de maior peso, a de Minas e Energia, confiada a Edison Lobão, um apadrinhado de José Sarney (PMDB-AP), além do secretário-executivo “bedel”, Dilma teve o cuidado de assenhorar-se da Petrobras. Chamada de “Dilma da Dilma”, Graça Foster, a atual presidente da estatal petroleira, reporta-se ao Planalto, não ao pseudochefe Lobão.

Submetido à tática do torniquete administrativo que limita a utilização política dos pedaços da máquina pública que lhe coube gerir, o PMDB passou a conviver com grupos que buscam projetos alternativos de poder para 2014. Mesmo integrantes da ala mais ligada a Temer declaram-se encantados com a movimentação de Eduardo Campos, o governador pernambucano e presidente do PSB. O encantamento cresce na proporção direta do agravamento da crise econômica que desafia o propalado talento gerencial de Dilma.

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Nesta quinta (12), num evento partidário realizado em São Paulo, Temer retribuiu os afagos de Dilma com uma declaração apaziguadora .

Disse que “é muito provável” que a aliança que une PT e PMDB ao redor de Dilma seja reeditada em 2014. A parceria, segundo ele, “está fortalecida”. Vai reproduzido abaixo o texto do acordo que as legendas firmaram em 2010 e que Dilma abençoou com seu aval:

Os presidentes do PT, José Eduardo Dutra, e do PMDB, Michel Temer, representam as legendas que foram os principais esteios da candidatura vitoriosa de Dilma Rousseff à Presidência da República. Esse parceria já oferece ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sustentação parlamentar, com grande estabilidade e tranquilidade nas relações políticas entre Palácio do Planalto e Congresso Nacional nestes últimos quatro anos.

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Neste período, PT e PMDB se revezaram no comando da Câmara dos Deputados. Esse ambiente propiciou as condições necessárias para grandes avanços sociais e econômicos que beneficiaram o povo brasileiro com políticas públicas bem sucedidas em várias áreas.

Com o objetivo de garantir a manutenção deste cenário político positivo na Câmara dos Deputados, PT e PMDB firmam protocolo estabelecendo o seguinte:

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1 – O PMDB e PT possuem as maiores bancadas da Câmara e decidem que cada um dos partidos presidirá a Casa em um dos biênios da legislatura a ser iniciada em fevereiro de 2011;

2 – O partido que presidir o primeiro biênio se compromete a apoiar o outro no período imediatamente posterior;

3 – O PT exercerá a presidência no primeiro biênio e o PMDB presidirá a Casa no segundo biênio;

4 – PT e PMDB buscarão os demais partidos para participarem deste entendimento;

5 – O presente acordo diz respeito somente à presidência da Câmara, devendo os demais cargos da Mesa Diretora serem ocupados pelos outros partidos da Casa segundo critérios a serem ajustados entre eles.

A união das forças partidárias tem colaborado decisivamente para melhorar o Brasil. Temos certeza de que este trabalho conjunto, baseado no compromisso político e no diálogo institucional trará avanços ainda maiores nos próximos quatro anos.

Michel Temer – Presidente Nacional do PMDB

José Eduardo Dutra – presidente nacional do PT“

 

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