Afinal, de quem Chalita está tirando votos?

Crescendo na reta final, candidato do PMDB colhe resultados de amplo trabalho feito nos bairros; analistas acreditam que ele está subindo em áreas tradicionais do PT; mas quem garante que o desabamento de Celso Russomano (PRB) e a dificuldade de José Serra (PSDB) em crescer também não estão ligados a esse fenômeno de última hora?; "Tenho convicção que vamos para o segundo turno", diz Chalita, animado

Afinal, de quem Chalita está tirando votos?
Afinal, de quem Chalita está tirando votos? (Foto: Edição 247)


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247 – Percorrendo todo o páreo eleitoral sem incomodar os favoritos, o candidato do PMDB à Prefeitura de São Paulo, Gabriel Chalita, tornou-se o "atropelador" da reta final da disputa. Pela primeira vez nesta semana, o deputado federal apareceu com dois dígitos nas pesquisas de intenção de voto. Segundo o mais recente levantamento do Ibope, divulgado na última terça-feira, Chalita está em quarto lugar na disputa, com 10%. "Eu tinha dito a vocês que eu ia subir", comemorou.

Além de incluir seu nome entre os prováveis candidatos que chegarão ao segundo turno, Gabriel Chalita já é, desde agora, o mais importante eleitoral da segunda volta, para o caso de não chegar até lá. Nas últimas duas semanas, especialmente, ele colheu os frutos de um bom trabalho de base, no qual seu nome foi implantado em vários bairros populosos.

A maioria dos analistas acredita que Chalita cresceu tarde demais. Porém, ainda assim, ele mantém sua chance e prejudica o desempenho dos ponteiros. Aparentemente, Fernando Haddad, do PT, tem barrado sua atenção porque Chalita colheu votos nas bases petistas, nos bairros periféricos. Sua aceleração igualmente afeta o tucano José Serra, que, se parou de cair, não cresce na velocidade que gostaria. A ascenção do postulante do PMDB também está ligada à queda abrupta do candidato Celso Russomano (PRB).

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E é neste último cenário que Chalita mais aposta. As pesquisas internas do PMDB já registram 16% das intenções de voto do candidato, o que se dá, segundo ele, pela "migração" dos votos de Russomano. "Essa é a tendência, porque quem foi para o Russomanno rejeita o Serra e também não quer o PT, então ele foi no novo que era o Russomano, mas eu também sou o novo. Quando as pessoas perceberam que ele (Russomanno) não tinha propostas, esses votos começaram a migrar", avaliou Chalita. Segundo o peemedebista, o levantamento do partido aponta até mesmo um empate técnico entre os quatro candidatos, com Russomano um pouco à frente.

A força de Temer

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A subida repentina de Chalita também será vista como um alívio para o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB). Principal avalista do candidato, Temer estava, até aqui, sofrendo uma derrota retumbante, sem conseguir nem mesmo dois dígitos de intenção para o seu pupilo. Agora, a se confirmar nas urnas o verdadeiro desempenho de Chalita, Temer passa a ser um importante elemento político em São Paulo.

Com sua capacidade de articulação, certamente ele saberá aproveitar a oportunidade para negociar da melhor maneira o apoio do postulante aos candidatos que passarem para o segundo turno. Desde já, o mais provável é que o PMDB se aproxime do PT de Haddad. Os dois candidatos, aliás, têm um pacto de não agressão que inclui esse acordo – caso apenas um vá para a segunda etapa, receberá o apoio do segundo. Temer considera a aliança "muito saudável". Segundo ele, "é muito provável que isso aconteça".

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Reta final

De qualquer forma, quem garante que será o PT e não o PMDB de Chalita que sairá consagrado? E é principalmente nessa possiblidade que o candidato acredita. Ele vai votar no domingo com a máxima confiança em se tornar a maior surpresa dessa reta final de eleição, acima até mesmo de Celso Russomano.

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"Tenho a menor rejeição, o que ajuda muito porque o eleitor indeciso rejeita alguns candidatos então ele vai para aquele que ele não rejeita. Nossos projetos pegaram, as pessoas falam dos expressos, da Central Olho Vivo, da escola em tempo integral. Eu era o menos conhecido, o programa eleitoral, as entrevistas e os debates me tornaram conhecidos e agora é reta final. Tenho convicção que vamos para o segundo turno", diz o peemedebista, confiante.

O partido fez para ele uma campanha em grande estilo, para a qual não faltam recursos. No Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, o PMDB registrou que gastaria R$ 70 milhões. O fato é que Chalita realmente se fez presente em áreas populosas, além do seu mais tradicional apoio entre os católicos. Com seu discurso de que será a antítese da polarização entre PT e PSDB, o candidato conseguiu até agora manter a imagem de quem menos critica e mais propõe.

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Era o que ele queria. Mais do que terceira via, o desafio agora é mostrar que ele é uma alternativa real de poder. "Tenho absoluta convicção do nosso crescimento. Essa é uma eleição que vai ser definida no dia da eleição". Hoje, uma coisa já é certa: Chalita sai maior dessa campanha do que entrou.

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