A dor de cotovelo do PSDB em relação a Kassab

Mesmo com a derrota do aliado José Serra (PSDB) nas eleições e um alto índice de rejeição, o prefeito de São Paulo tem motivos para comemorar; ele já se colocou à disposição do vitorioso Fernando Haddad (PT) e articula com Dilma um ministério para seu partido, o crescente PSD; enquanto o tucano vê minguar suas chances de alçar novos voos no partido

A dor de cotovelo do PSDB em relação a Kassab
A dor de cotovelo do PSDB em relação a Kassab


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247 – Superficialmente, o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD) poderia ser considerado derrotado nas eleições municipais por dois motivos: ele encerra sua gestão com índice de rejeição altíssimo (48% da população consideram seu governo ruim ou péssimo) e o candidato que apoiava na capital, José Serra (PSDB), perdeu para o petista Fernando Haddad. A verdade, porém, é outra. Os números de outubro fazem de Kassab presidente de um partido agora com 494 prefeitos (o quarto maior do País), conquistado logo em sua primeira disputa.

Kassab também buscou aliança com a base do governo federal e está prestes a ganhar um ministério das mãos da presidente Dilma Rousseff. Estratégico, o prefeito da capital paulista se colocou à disposição de Haddad assim que soube da vitória, o que causou chateação ao tucano. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo desta segunda-feira, o ex-prefeito contou a aliados que já esperava a adesão de Kassab à base do governo, mas não que a boa vontade com o petista fosse tão rápida (há quem diga que ele tenha até votado em Haddad, e não no aliado). Os fatos levaram Serra a ficar duas semanas sem falar com o prefeito.

Enquanto Kassab cresce, o ex-prefeito paulista, cujos altos índices de rejeição na cidade também foram motivados pela má gestão do aliado, segundo alguns analistas, perdeu mesmo. Sem ganhar nada em troca. Com a derrota na eleição municipal, ele não apenas viu escapar o comando da maior Prefeitura do País, mas perdeu a chance de alçar novos voos dentro do partido, pelo qual já foi candidato à presidência da República duas vezes, derrotado pelo PT, e onde nem tem grandes nomes a seu lado – tanto o governador Geraldo Alckmin quanto o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não são exatamente adoradores do tucano.

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Outro motivo para a inveja de Serra é o fato de ele próprio ter lançado Kassab na capital, quando compôs a chapa a seu lado em 2004. Dois anos depois, o tucano deixou a Prefeitura para se candidatar ao governo do Estado, entregando o cargo ao atual prefeito. Quando se candidatou à reeleição, em 2008, Kassab recebeu o apoio do tucano. Agora trabalhando no âmbito federal, ele pode tanto abrir as portas para que outros partidos da oposição migrem para a base governista quanto pode se tornar um risco ao governo federal.

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