Rose, a Cleópatra, faz Lula perder o efeito teflon

Agora pegou; críticas a Lula se adensam, com base em seu relacionamento pessoal com a ex-chefe de Gabinete da Presidência em São Paulo, Rosemary Noronha; ela atuava de pequenos favores a negócios portuários bilionários; estes envolvem o ex-senador Gilberto Miranda e os irmãos Paulo e Rubens Vieira; imagem de Lula sofrerá desgaste no povão?; Ibope diz que sim; mídia ironiza e bate pesado

Rose, a Cleópatra, faz Lula perder o efeito teflon
Rose, a Cleópatra, faz Lula perder o efeito teflon


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247 – Agora pegou? A pivô da Operação Porto Seguro, a ex-Cleópatra do escritório da Presidência da República em São Paulo,  Rosemary Nogueira, será o elemento diferencial entre todos os escandâlos que, mais ou menos perto do centro dos acontecimentos, o ex-presidente Lula apareceu? Ou vai ser apenas mais um personagem que não irá machucar com mais profundidade a imagem dele?

A julgar pelas repercussões, essa história pode ter acabado com o chamado efeito teflon do qual Lula se valia e desfrutava até aqui. Na elite, o primeiro a aumentar o fogo sob a frigideira na qual o ex-presidente, desde sempre, está instalado, foi seu considerado amigo pessoal e ex-secretário de Comunicação da Presidência da República Ricardo Kotscho. Seguiu-se, após artigo dele cobrando explicações do ex-presidente para as bem sucedidas e, também, flagrados pela Operação Porto Seguro, da PF, reinações de Rosemary, houve crítica pesada nas mídias das famílias Frias e Civita. A revista Veja circulou com capa sobre o caso.

Que Lula sempre apanhou da mídia, ao contrário, como notam muitos amigos do ex-presidente, do também ex Fernando Henrique Cardoso, isso é um fato que qualquer pesquisa em clippings de mídia irá comprovar. Mas os ataques que ele sofre agora, pela indicação direta de Rosemary, pela responsabilidade pessoal pela ascenção dela para o poderoso cargo de chefe de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo e, pitada inédita de pimenta no azeite que frita Lula, pela relação íntima e pessoal que se diz existir entre ambos, é diferente. Um segredo que se esvai, publicamente, em reportagens de capa como a da revista Época, da família Marinho, compartilhado durante décadas pelos mais próximos aos dois fios desemcapados da relação. Rose, como é chamada a mulher que, segundo Ruy Castro, se achou Cleópatra, fez 22 viagens internacionais com Lula, todas elas sob absoluta prerrogativa de seu cargo. Ufa!

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Essa mesma mulher acostumou-se a operar, a partir de todo o confortável aparato da Presidência em São Paulo, um jogo de influência, como apura a Operação Porto Seguro, que de ingênuo passou a ser grandioso – e, portanto, mais perigoso. Entre barganhas para ingressos de shows de dupla sertaneja Bruno e Marrone e obtenção de pequenos favores pessoais, Rose parece ter se interessado por jogadas mais audaciosas, como a de envolver-se no comércio de pareces e concessões sobre ilhas estratégicas. É o caso da Ilha dos Bagres, de propriedade do ex-senador Gilberto Miranda, que obteve favorecimento para a instalação de um porto de R$ 2 bilhões. Em troca do agendamento de encontros entre interessados na concessão e fontes do esquema oficial, como o deputado Paulo Teixeira (PT-SP),  Rose ficaria com "30 livros". Na linguagem facilmente decifrada pela PF, R$ 30 mil.

Não há, entre os grampos da PF, nenhum som que apareça com qualquer vestígio ao nome de Lula, segundo informações da assessoria do órgão. O que amarra Lula ao caso, com desdobramentos em pleno andamento, é sua ligação pessoal com Rose.

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Na prática, a barreira entre a vida pessoal do presidente e seus críticos foi quebrada. E já há indícios de que a censura da elite influencie a opinião popular, aquela que sempre resistiu, ao lado do ex-presidente, aos ataques que ele sofre diariamente. Pesquisa Ibope encomendada pelo Palácio do Planalto mostrou a presidente Dilma Rousseff à frente de Lula no quesito popularidade. A Operação Porto Seguro não tem um elemento sequer para ajudar Lula da reultrapassagem sobre Dilma. Ele pode ter se dado mal nas curvas de Rosemary.

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