Acalmar Lula é, hoje, o foco central do governo
Depoimentos do ministro José Eduardo Cardozo e do delegado Roberto Troncon explicitaram que o grande desconforto do Palácio do Planalto diz respeito a eventuais gravações que atinjam o ex-presidente Lula; olhando tudo de longe, Lula postou nesta terça no seu Facebook fotos com celebridades, como o jogador Seedorf, o piloto Felipe Massa e o ator Owen Wilson, como se a vida seguisse seu curso normal
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247 - A julgar pelo Facebook do ex-presidente Lula, a vida segue seu curso normal. Enquanto a oposição recolhe assinaturas para a CPI do caso Rosemary, ele posta fotos tiradas com celebridades. Neste noite, sua página foi alimentada com retratos ao lado do jogador Seedorf, do piloto Felipe Massa e do ator Owen Wilson. Nelas, aparece um Lula feliz e aparentemente alheio aos ataques sofridos nos últimos dias.
Ontem, numa cerimônia que reuniu diversos ministros e governadores, na cerimônia de Brasileiros do Ano, da Editora Três, um tema dominou as conversas: a intensidade dos ataques a Lula. "A imprensa já não respeita mais nenhuma fronteira", disse o ministro Aldo Rebelo, dos Esportes. "Contra Lula, é um vale-tudo", disse o governador do Rio, Sérgio Cabral. "Uma covardia", ecoou Agnelo Queiroz. "O Brasil deve a ele respeito", sacramentou o seu colega de Pernambuco, Eduardo Campos.
O estrago à imagem de Lula decorre da Operação Porto Seguro, que deflagrou uma onda de insinuações à vida privada do ex-presidente. Rosemary Nóvoa de Noronha foi chamada de "mulher de Lula na presidência" por Reinaldo Azevedo, "namorada de Lula" por Época e de "amante" por Augusto Nunes.
A operação também gerou intenso mal-estar entre o ex-presidente e o governo atual. E hoje, no dia em que o ministro José Eduardo Cardozo prestou esclarecimentos à Câmara dos Deputados ao lado do delegado Roberto Troncon, que conduziu a Operação Porto Seguro, ficou claro que o que mais importa ao governo federal é dissipar o rumor de que existam 122 gravações entre o ex-presidente Lula e Rosemary, como foi publicado pelo jornal Metro.
"Não existem essas gravações, eu não sei de onde foi tirado isso", disse Cardozo. Roberto Troncon, por sua vez, disse que houve uma "tremenda confusão" e que Rosemary não foi alvo de interceptações. Mas a declaração de hoje difere de outra que foi prestada pelo próprio delegado dias atrás (leia mais aqui).
Pelo sim, pelo não... quem põe a mão no fogo?
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