Dilma quer ganhar tempo com Sarney na sua cadeira
Manobra criada pelo governo visa tirar o presidente do Senado do furacão e assim adiar para o próximo ano a discussão sobre o veto presidencial sobre a redistribuição dos royalties; com o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) no próximo período legislativo, as chances de vitória são maiores
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247 - O que começou com uma operação em sigilo, já não esconde mais o seu significado. A presidente Dilma Rousseff está mais solícita do que de costume com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Ela fez até questão de visitar o Maranhão de sua filha Roseana Sarney. Em jogo está a guerra declarada pelos governadores de estados não produtores de petróleo contra sua decisão de vetar parte do projeto que redistribui os royalties. A expectativa é de que, ao deixar que Sarney ocupe mais uma vez a Presidência da República, a votação fique para 2013, quando encerra seu quarto mandato na presidência do Senado.
Para colocar o plano em prática, o governo quer aproveitar uma viagem à Rússia da presidente no dia 12 – enquanto o vice-presidente, Michel Temer, também estará em viagem ao exterior. Quanto ao presidente da Câmara, Marco Maia, a solução encontrada foi uma viagem ao Panamá.
Sarney vive hoje um dilema. O time dos descontentes lançou uma forte ofensiva para que o Congresso derrube os vetos da presidente Dilma, em uma pressão sem precedentes. Como o voto é secreto, líderes governistas calculam que 90% dos parlamentares (inclusive do PT) poderão votar contra o governo Dilma.
Uma vez na presidência, o chefe do Senado estaria livre das pressões e não teria maioria absoluta das duas Casas do Legislativo, necessária para derrubar um veto presidencial. Assim, o governo ganharia tempo.
Com o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência do Senado, o governo não vê obstáculos para seguir adiante. Renan sabe que o apoio do Palácio do Planalto é valioso para seus planos de disputar o governo do estado em 2014.
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