Lula, as Caravanas da Cidadania e a direita derrotada

Quando Lula acena com as Caravanas da Cidadania, a imprensa de mercado e seus áulicos encastelados na PGR, no STF e no PSDB sabem que o panorama político se modifica, e muito, porque a direita sempre detestou ter de enfrentar o povo nas ruas



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Lula mandou um recado, em seu périplo pela Europa, às oposições midiáticas, judiciárias e partidárias: "Vou retomar as Caravanas da Cidadania". A direita brasileira sabe mais do que ninguém do que se trata. As caravanas realizadas por Lula entre os anos de 1993 a 1996 aproximaram o político de origem popular ainda mais do povo brasileiro, porque as caravanas propiciaram aos políticos do PT envolvidos com o projeto, além de técnicos, sindicalistas e acadêmicos, um melhor conhecimento das realidades do País, bem como saber das necessidades de milhões de brasileiros esquecidos há séculos pelos governos estaduais e federal.

Lula é um político pragmático, um intelectual orgânico forjado no sofrimento de sua infância até a juventude quando entrou no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema, para depois presidi-lo em 1975, sendo que a partir de 1978 se tornou o principal líder das greves do ABCD paulista em plena ditadura militar. Essa realidade ocasionou, com maior ênfase, a aproximação entre o sindicalista e a ala da Igreja Católica progressista, que apoiou os grevistas, inclusive a recebê-los em suas igrejas, a fim de evitar suas prisões ou que o fossem agredidos pela polícia paulista.

O processo grevista formatou uma aliança com os professores e alunos do mundo acadêmico, além de fortalecer os laços com os intelectuais de esquerda ou simplesmente adversários da ditadura, que enxergaram no Lula e na força das greves uma forma de combater e contestar tal regime de força, arbitrário, que logo depois teria de ceder às pressões da sociedade organizada quando realiza a anistia ampla, geral e irrestrita de 1979. Era o começo da derrocada de uma ditadura sanguinária, que teve a duração de 21 anos e mesmo assim tentou se manter no poder quando derrotou, em 1984, as Diretas Já no Congresso Nacional.

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O ex-presidente de essência política trabalhista conhece a direita e compreende seu modus operandi, que se alicerça em uma política de difamação, de injúria e calúnia, disseminada pela mídia de mercado e pelo PSDB e seus apêndices, DEM e PPS, que atualmente têm ao seu lado como "consultores" setores incrustados na PGR e no STF. Para enfrentar tão poderosa aliança de direita, que tenta, sistematicamente e ordinariamente, judicializar o processo político e criminalizar o PT e o Governo Federal, Lula manda seu recado: "o STF não vai escrever o último capítulo da minha biografia". O que o petista percebe aqueles que tem juízo e discernimento também percebem.

Qualquer pessoa minimamente politizada e, sobretudo, sensata, sabe que o Judiciário é a última bala na agulha do revólver da direita brasileira herdeira da escravidão e que não tem voto suficiente para vencer nas urnas, a respeitar a legalidade, ou seja, a Constituição e a Nação brasileira. Ao contrário, trata-se de uma direita perigosa e violenta, que aposta na efetivação de uma crise institucional para desconstruir a imagem do Governo, do PT e principalmente do ex-presidente Lula, maior líder político do País e alvo de uma imprensa feroz, unilateral, monocórdia e que, de forma surreal, assumiu, de fato, o papel de oposição no Brasil.

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Todo mundo sabe disso; até mesmo os leitores conservadores dessa imprensa de negócios privados e que apoiou, descaradamente, os golpes de estado no Paraguai e Honduras, em público, por intermédio dos programas de televisões e de seus jornais manipuladores cujas notícias são propositalmente distorcidas e que visam minar a resistência daqueles que assumiram o poder por via constitucional e a respeitar o processo eleitoral democrático, que na verdade significa a soberania e a autodeterminação do povo brasileiro de escolher seu destino e o que quer no tempo presente.

Mesmo assim a direita empresarial, política e judiciária aposta no golpe cujo combustível é a fabricação incessante de "escândalos", ao ponto de dimensionar as ações rotineiras da Polícia Federal, que simplesmente dá curso ao seu trabalho, a investigar a quem tem de investigar, prender a quem tem de prender e, consequentemente, reprimir os crimes dos malfeitores. Lula e Dilma tornaram a PF republicana e por causa disso nunca se prendeu tantas pessoas que apostaram na ilegalidade e no crime.

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Lula é republicano e por isso foi criado o Portal da Transparência, instrumento esse que os tucanos nunca efetivaram quando estiveram no poder, afinal eles estavam preocupados em vender o Brasil. Contudo, a imprensa comercial e privada (privada nos dois sentidos, tá?) aproveita-se das informações do Portal e, de forma mirabolante, fabrica crises onde não há crise, porque seu oxigênio é a maledicência. É o vale-tudo para o sistema midiático monopolizado beneficiar seus aliados e colocá-los inconstitucionalmente no poder. Por isso e por causa disso, somos testemunhas da caça ao Lula.

Considero absurdo dos absurdos a malhação ao Lula, de maneira organizada e unificada. Todos os jornais e revistas impressos e televisados das seis famílias que controlam os meios de comunicação no País se reportaram, em tom uníssono, contra o presidente mais popular da história do Brasil, fundador do PT e da CUT, além de ser o criador das Caravanas da Cidadania. Lula tem defeitos? Tem. É evidente. Mas também tem grandes virtudes, e a principal dela é que ele conhece as realidades e as necessidades do povo brasileiro, há séculos explorado e maltratado por uma das "elites" econômicas mais perversas do planeta, pois que foi a última a libertar os escravos. A última! E que este fato fique claro.

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As Caravanas da Cidadania percorreram 26 estados em um total de 359 cidades. Aconteceram de 1993 a 1996. O TSE na época proibiu — este fato é emblemático — o PT de mostrá-las no programa eleitoral gratuito de 1994, ano que houve eleições presidenciais vencidas pelo senhor Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal. As caravanas foram boicotadas pelo sistema judiciário burguês, pertencente às "elites" e que defende os interesses das classes dominantes, bem como os desejos e os ditames do grande empresariado nacional e internacional, principalmente aqueles que financiam as mídias através da publicidade — os banqueiros.

É um Judiciário que deveria sofrer profundas reformas para se tornar democrático tal qual o Congresso, que, por ser um Poder aberto e popular, torna-se, irremediavelmente, o alvo preferido dos proprietários e dos sabujos dos grandes conglomerados empresariais, que historicamente apostam em golpes de estado contra governantes trabalhistas que nunca foram cooptados, a exemplo de Lula, Dilma, Getúlio, Jango e Brizola e por isso pagaram o preço alto da infâmia e do golpismo praticados por políticos e empresários alienígenas e que não têm o mínimo compromisso com o Brasil e seu povo.

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E o que representa o FHC? O presidente que anunciou o fim da Era Vargas, o fim do estado nacional e por causa de sua tese mal engendrada, pois ridícula, vendeu o Brasil, com o apoio irrestrito da imprensa alienígena e que pratica o verdadeiro jornalismo de esgoto. FHC e seus aliados realmente não conhecem o nosso País, porque se recusam a pensá-lo e a respeitá-lo como Nação importante para o mundo, pois multirracial e multicultural, além de geograficamente gigante e possuidora de solo, rios e costa oceânica ricos.

Os inquilinos da Casa Grande realmente desconhecem as nossas realidades, porque acreditam em um País VIP, ou seja, para poucos beneficiados pela sorte ou, repito, quiçá "escolhidos" por Deus. Essa gente egoísta, insensata, insensível e de propósitos e metas toscos e medíocres, porém, sabem de uma coisa: a maioria da população brasileira apoia Lula e Dilma, a aproximação das duas lideranças, principalmente do presidente operário junto ao povo é tudo que os senhores de engenho do século XXI não querem. Os ricos, os muito ricos e parte da classe média despolitizada, mas de índole lacerdista, ressentida e raivosa detestariam e, obviamente, desistiriam de seus devaneios golpistas.

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Reeditar a Marcha da Família com Deus e Pela Liberdade seria um processo oneroso de mais para a direita brasileira que nunca construiu no decorrer dos séculos empresas como a Petrobras, a Vale do Rio Doce ou a CSN, precursora da industrialização do Brasil. Nem o Sebrae, o Sesi, o Senai e o Sesc que a direita empresarial tomou conta e pensa que é invenção dela foi ela quem criou. O Sistema S é obra do doutor Getúlio Vargas, que, indelevelmente, vive no imaginário e na memória do povo brasileiro, para o desgosto, por exemplo, da família Marinho e seus cupinchas.

Getúlio Vargas, antes e tudo, é um mito e mitos não se derrotam. O máximo que se pode fazer é não citá-lo em seus jornais e televisões, ou, por sua vez, falar mal do político trabalhista gaúcho, que implementou as leis trabalhistas e por intermédio dela livrou o trabalhador brasileiro da escravidão. É por isto e por causa disto que a Casa Grande odeia os trabalhistas. Ponto. A direita sempre se aproveitou para ter lucros das obras e das criações dos presidentes trabalhistas, porque quando no poder somente explora o trabalhador e tira do povo suas conquistas, sem parar e sem se condoer ou se arrepender. É a verdade histórica dessa gente desprovida de compaixão e, por seu turno, provida de perversidade.

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Querer desconstruir a imagem de Lula, por intermédio de ilações maldosas e não comprovadas veiculadas por uma imprensa privada irresponsavelmente comprometida com o denuncismo sem provas e que elabora um jornalismo apenas declaratório é o fim da picada e, obviamente, mais uma vez não vai colar. Agora, quando Lula acena com as Caravanas da Cidadania, a imprensa de mercado e seus áulicos encastelados na PGR, no STF e no PSDB sabem que o panorama político se modifica, e muito, porque a direita sempre detestou ter de enfrentar o povo nas ruas.

Não é fácil ou de bom alvitre, mesmo para os poderosos endinheirados, ter de enfrentar a sociedade civil organizada, a ter na retaguarda uma população que nos governos trabalhistas de Lula e Dilma deixou de ser invisível, passou a ser consumidora em todos os sentidos e se tornou cidadã. As pessoas não esquecem Getúlio que não está entre nós há 58 anos. Então, por que esqueceriam o Lula? Logo ele, que, bem ou mal, aparece na grande mídia golpista, e, por conseguinte, acarreta, na verdade, um sentimento de insatisfação e de indignação ao povo brasileiro, que foi respeitado e considerado pelo governo de Lula e agora pelo o de Dilma Rousseff. Não acreditam no que afirmo meu prezado e minha prezada? Então, por que o Lula e a Dilma, nas últimas pesquisas, têm altos índices de aprovação do povo brasileiro? Com a resposta, a direita derrotada e sua ferramenta de moer reputações: a imprensa. É isso aí.

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