Ritos da Semana Santa. A Paixão de Cristo nas cidades brasileiras

A Páscoa é um bom período para quem quer conhecer lugares históricos onde as ricas programações culturais e religiosas mantêm acesas as tradições que envolvem os últimos dias de Jesus na Terra. Santana do Parnaíba, Paraty e Goiás Velho são algumas opções. Com missas, procissões e peças teatrais a céu aberto, atraem milhares de fiéis

A Páscoa é um bom período para quem quer conhecer lugares históricos onde as ricas programações culturais e religiosas mantêm acesas as tradições que envolvem os últimos dias de Jesus na Terra. Santana do Parnaíba, Paraty e Goiás Velho são algumas opções. Com missas, procissões e peças teatrais a céu aberto, atraem milhares de fiéis
A Páscoa é um bom período para quem quer conhecer lugares históricos onde as ricas programações culturais e religiosas mantêm acesas as tradições que envolvem os últimos dias de Jesus na Terra. Santana do Parnaíba, Paraty e Goiás Velho são algumas opções. Com missas, procissões e peças teatrais a céu aberto, atraem milhares de fiéis (Foto: Gisele Federicce)


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A Procissão do Fogaréu é uma tradicional procissão católica realizada anualmente na cidade de Goiás, na quarta-feira santa.

 

 

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Por: Fabíola Musarra

 

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Viajar é sempre uma gostosa forma de aprender. Possibilita que a gente conheça a história, os costumes, as tradições e a diversidade cultural de outros povos. Celebrada em todo o mundo católico, a Páscoa é uma boa época para fazer isso. Feriadão prolongado, oferece diferentes opções para quem pretende viajar, desde as belíssimas praias do litoral brasileiro até as cidades onde as tradições da Paixão de Cristo são levadas muito a sério.

 

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Missa de Domingo de Ramos na paróquia Santo Antônio do Pari, em São Paulo

 

Se até poucas décadas, essas celebrações eram mais visíveis nas metrópoles, que serviam de palco para a exibição de filmes e de peças teatrais revivendo a dor e a ressurreição de Jesus, hoje, talvez pela grande quantidade de habitantes ou pela correria da vida moderna, essas tradições acabam ficando mais restritas à Igreja Católica.

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Mesmo assim, é um período que muitas pessoas jejuam, fazem penitências, não comem carne e até mesmo deixam de varrer a casa, em respeito ao sacrifício feito por Cristo para salvar a humanidade. Os fiéis também participam das cerimônias religiosas organizadas pela Igreja, revivendo todos os episódios que envolvem a morte e a ressurreição de Jesus.

 

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1 Festa da fé – Independentemente de sua religião, as manifestações de fé que marcam o período se multiplicam nas cidades brasileiras, sobretudo nas do interior. Se você vai viajar para uma delas, saiba que a programação pascal começa no Domingo de Ramos, quando folhas de coqueiros ou de palmeiras benzidas pelo padre são distribuídas nas missas aos fiéis.

Na quinta-feira seguinte acontece uma missa em lembrança da Última Ceia, quando biblicamente Jesus compartilha o pão e o vinho com os 12 apóstolos, selando a união de Deus com a humanidade (o pão e o vinho simbolizam a carne e o sangue de Cristo). 

Nas igrejas, os altares e santos são cobertos com panos roxos e sem flores, em sinal de luto. Também é nesse dia que nas igrejas acontece o lava-pés, cerimônia em que o padre que preside a liturgia lava os pés de alguns presentes, em referência ao momento em que Jesus ensina a humildade aos discípulos lavando os pés deles.

A Sexta-Feira Santa é reservada à leitura de liturgias sobre a morte de Jesus na cruz. Depois, a cruz é descoberta e conduzida na procissão do Senhor Morto. De volta à igreja, a imagem fica exposta nas igrejas para a adoração dos fiéis.

O sábado é dedicado à vigília e reflexões sobre a morte de Cristo até o meio-dia, quando o que era tristeza vira folia. É quando acontece a malhação de Judas Iscariotes, o apóstolo que teria recebido 30 moedas de prata para revelar a identidade de Jesus, traindo aquele de quem se dizia amigo e discípulo.

 


Malhação de Judas na rua Lavapés, em São Paulo

2 Rua Lavapés – Em muitas cidades brasileiras, essa manifestação popular acontece nas primeiras horas da madrugada do Sábado de Aleluia, quando um boneco de pano simbolizando Judas é “julgado”, pendurado num poste, surrado e queimado.

Pela tradição popular, antes de sua “execução”, é lido o "testamento" de Judas, que escrito em versos é colocado no bolso do boneco e traz sátiras aos políticos e a fatos locais.

Se você estiver visitando a capital de São Paulo na Semana Santa, não deixe de ir à Rua Lavapés, no bairro do Cambuci, na região central da cidade, onde a malhação do Judas é realizada há mais de 80 anos.

Na brincadeira que chegou ao País com a colonização portuguesa não só o boneco do apóstolo traidor de Cristo é espancado, mas também bonecos representando alguns políticos brasileiros.

No ano passado, por exemplo, a boneca da presidente Dilma Rousseff foi colocada dentro de um barril em alusão à crise da Petrobras por conta da compra superfaturada de uma refinaria em Pasadena (EUA). Já o boneco do prefeito Fernando Haddad ganhou o apelido de “Fernando Maldade”. 

Brincadeiras à parte, o ápice da celebração cristã é o Domingo de Páscoa, que encerra o fim da quaresma e do calvário de Jesus. Nesse dia os altares são despidos dos panos roxos e as igrejas celebram a Missa de Aleluia, festejando a ressurreição do Senhor.

A alegria invade as ruas das cidades brasileiras, com festas populares nas quais o sagrado é substituído pelo profano. Já nas casas, os ovos de chocolate fazem a festa da garotada.

Porém, enquanto o feriado não chega, que tal programar a sua viagem. As opções são variadas, desde as que oferecem maior contato com a natureza até as cidades onde as celebrações da Semana Santa são tradicionais e famosas.

 

Drama da Paixão, encenado todos os anos, na Semana Santa, em Santana do Parnaíba, SP

 

3 Santana de Parnaíba – São Paulo

Localizada a 35 km da capital paulista, Santana do Parnaíba é uma das cidades mais antigas do País. Fundada em 1580, abriga o maior núcleo urbano em taipa, tombado em 1982 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat).

Rival de São Paulo durante o período colonial, Santana do Parnaíba resguarda marcas de significativos momentos da história nacional: os testemunhos vão do movimento bandeirista ao pioneirismo na geração de energia elétrica, com a construção da Usina de Parnahyba, atual Barragem Edgard de Souza, primeira usina hidrelétrica da empresa canadense Light and Power no Brasil.

É exatamente às margens do Rio Tietê, na Barragem Edgard de Souza, Km 40 da Estrada dos Romeiros, que todos os anos a histórica cidade paulista promove a apresentação gratuita do “Drama da Paixão”.

Ocupando um espaço cenográfico de 15 mil metros quadrados, a encenação ao ar livre é dirigida por Edimilson Andrade e conta com 120 atores e mais de 800 figurantes, além de fogos e computação gráfica para dar mais emoção às cenas.

Neste ano, o espetáculo de quase duas horas pode ser assistido de 2 a 4 de abril, às 20h30. A prefeitura da cidade apenas pede a doação de um quilo de alimento não perecível.

 

 

Também em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, a Paixão é encenada todos os anos

 

4 Ubatuba – São Paulo

A encenação da “Paixão de Cristo” pelo grupo Tramoyas e Paranoyas é a principal atração da Semana Santa desta cidade do Litoral Norte de São Paulo. Todos os anos, o espetáculo atrai um público diversificado para assistir às suas apresentações em praça aberta.

Em sua 19ª edição, a montagem este ano acontece no dia 2 de abril, a partir das 21 horas, com a participação de aproximadamente 240 pessoas, entre o elenco, a equipe técnica e os integrantes da Banda Sinfônica Lira Padre Anchieta, que executa a trilha sonora ao vivo.

Os palcos estão montados na Praça de Eventos da Avenida Iperoig e também ao longo de sua extensão, com o desfecho do drama no morro da Praia do Matarazzo, onde acontece a crucificação e a ressurreição de Cristo.

Para mais informações, acesse www.conhecaubatuba.com.br O site reúne ainda endereços de hotéis, pousadas, restaurantes, praias, passeios náuticos e atrações turísticas da cidade.

 

 

Em Paraty, a grande Procissão do Senhor dos Passos

 

5 Paraty – Rio de Janeiro

O calendário anual desta cidade histórica e tradicionalmente católica é integrado por nada mais, nada menos que 23 festas de cunho religioso. As celebrações da Semana Santa são uma das mais importantes delas e mantêm tradições que datam dos séculos 17 e 18. Este ano, elas se estendem até o dia 5 de abril.

Durante as comemorações, imagens e peças sacras com mais de 300 anos de existência podem ser admiradas. Essas peças se encontram sob a tutela do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan) e ficam guardadas o ano todo no cofre do Museu de Arte Sacra de Paraty, na Igreja de Santa Rita.

Entre as esculturas que podem ser vistas na Semana Santa de Paraty estão a do Senhor dos Passos do século 18, em tamanho natural, e a do Cristo Crucificado, arte espanhola do século 18, também em tamanho original, exposta na cena do Calvário, além da imagem de Nossa Senhora da Soledade, que sai na Procissão do Enterro, de 1,80m de altura e origem também espanhola, provavelmente do Oitocentos.

Destaque das celebrações religiosas, a Procissão do Encontro (ou dos Passos) é realizada na Sexta-feira Santa. Ela parte da Matriz e percorre os Passos da Paixão. De incalculável valor histórico-arquitetônico, esses pequenos altares embutidos em paredes de igrejas, casas e sobrados, representam os principais momentos da Paixão de Cristo e somente são expostos neste dia santo – no resto do ano permanecem fechados.

 

Paraty se engalana para receber os visitantes durante a Semana Santa

Herança colonial – A tradição dos Passos foi herdada de Portugal ainda no Brasil Colônia, quando foram construídos passos em diversas cidades além de Paraty, como nas mineiras Tiradentes, Ouro Preto, Congonhas e São João del Rey. Restaram seis Passos em Paraty. Restaurados, três deles estão na Rua do Comércio, dois na Rua Dona Geralda e um na lateral da Igreja de Santa Rita. 

Outro ponto alto da Semana Santa em Paraty é a Procissão do Fogaréu (ou da Prisão), da qual inicialmente apenas homens participavam – as mulheres eram proibidas até de vê-la pelas janelas. O Fogaréu, que começa à meia-noite de Quinta-feira Santa, simboliza a prisão de Cristo.

Nessa procissão secular os fiéis saem pelas ruas de pedras do centro histórico de Paraty portando tochas, com as luzes dos postes apagadas e ao som de matracas, o que remete a outros tempos: as matracas substituíram os sinos que, por serem motivo de júbilo, silenciam na Quinta-feira Santa e só voltam a tocar no Domingo de Páscoa. 

Durante a Procissão do Fogaréu, os fiéis em fila entram pelas laterais saindo pela porta principal de todas as igrejas do centro histórico. Há duas explicações para isso: a litúrgica e a popular. A primeira refere-se à indulgência plenária (o perdão dos pecados sem a confissão).

Já a popular defende que a procissão é uma dramatização dos passos de Cristo. Nesse contexto, as igrejas representam os lugares por onde Jesus teria passado após a prisão. Detalhe: Anás, Caifás, Herodes, Pilatos e os presos nunca entram pela porta da frente. Para conhecer a programação completa, acesse www.paraty.com.br/feriados/semanasanta

 

As ruas de Ouro Preto são enfeitadas para os festejos da Semana Santa

6 Cidades históricas – Minas Gerais

Em Ouro Preto, Tiradentes, São João Del Rei, Mariana, Sabará e Congonhas, a exemplo das demais cidades do interior de Minas, as tradições da Semana Santa são mantidas como há séculos, com celebrações de missas e procissões. A principal delas acontece na Sexta-feira Santa, quando a procissão passa pelas ruas de pedra e casas coloniais dessas históricas cidades. A Via-Crúcis é acompanhada pelas pessoas que revivem o sofrimento e a morte de Cristo.  O canto da Verônica também se mantém vivo nas cidadezinhas mineiras, com o personagem bíblico sendo interpretado por uma mulher trajada de preto.

 

Em São João del Rey, durante a Semana Santa, também é encenada a Paixão de Cristo

 

Em Ouro Preto, além das celebrações religiosas, os moradores confeccionam tapetes com flores, areia, palha e serragens nas ladeiras da cidade para cobrir o percurso da procissão. O ritual remonta ao século 18 e as cerimônias religiosas revivem ao vivo o calvário de Cristo, com a participação de figuras do Antigo e do Novo Testamento.

Em Congonhas do Campo, o ponto alto do evento cristão também ocorre na Sexta-feira Santa, quando 250 atores dramatizam o “Auto da Paixão Segundo Congonhas”. Também é na noite deste dia que a cidade de São João Del Rei é palco de um dos espetáculos mais esperados da Semana Santa: o Descendimento da Cruz na escadaria da Igreja Nossa Senhora das Mercês e a Procissão do Enterro no centro da cidade.

 

 

Em Serrinha, na Bahia, grupos folclóricos se exibem nas ruas durante os festejos da Páscoa

 

7 Serrinha – Bahia

Situada a cerca de 170 quilômetros de Salvador, a cidade baiana tem nas celebrações da Semana Santa uma de suas principais atrações. Com uma das tradições religiosas mais fortes do interior baiano, o município oferece uma intensa programação no feriado religioso, desde missas e procissões até a encenação da “Paixão de Cristo”.

O destaque, porém, é a Procissão do Fogaréu, uma das manifestações de fé mais tradicionais de Serrinha e que este ano tem um ingrediente a mais: está salvaguardada pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac) como Patrimônio Histórico Imaterial da Bahia. 

Realizada desde 1930, a procissão acontece na Quinta-feira Santa, partindo às 20 horas da Catedral Nossa Senhora de Santana, na Praça Miguel Carneiro. Com tochas de papel acesas por velas, os fiéis aos poucos tomam as ruas da cidade e percorrem mais de cinco quilômetros até a Colina da Santa, onde está a imagem da Senhora Santana, padroeira de Serrinha. Ao longo do percurso e no final dele são encenados os passos da Paixão de Jesus Cristo. 

Outro ponto marcante das celebrações é a subida ao Monte Guarani para a via-sacra, às 6 horas da Sexta-feira Santa. No alto dele, de onde se tem uma vista memorável da cidade, está o Cruzeiro. Lá, os fiéis acendem velas e fazem oração. 

Serrinha conta com 12 hotéis, cinco pousadas e uma oferta de três mil leitos, ampliada com o aluguel de casas mobiliadas. A Praça Morena Bela, também conhecida como Praça Gourmet, concentra bares, restaurantes e lanchonetes. O Mercado das Artes, na Praça Miguel Carneiro, exibe o lindo artesanato local.  Informações sobre a cidade e sobre a programação da Semana Santa podem ser encontradas, respectivamente, nos sites,

www.ferias.tur.br/cidade/1045/serrinha-ba.html e www.serrinha.ba.gov/?idsec&noticiaid=2032



A impressionante Procissão do Fogaréu, na Sexta Feira Santa, em Goiás Velho

8 Goiás Velho – Goiás

A Semana Santa é sempre uma atração na antiga capital do Estado de Goiás. Na noite da Quinta-feira Santa, a cidade revive uma tradição de grande impacto visual: a Procissão do Fogaréu, um ritual realizado há quase 300 anos.

Ao lado dos fiéis, cerca de 500 homens empunhando tochas se postam diante da Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte. Dali parte, à meia-noite, a Procissão do Fogaréu, acompanhada pelos sons de tambores.

Do espetáculo também fazem parte os farricocos, um grupo de 40 homens com túnicas coloridas e brilhantes, com capuzes pontiagudos e duas aberturas para os olhos. Os personagens encapuzados representam os soldados enviados por Caifás para prender Jesus.

Assim que os ponteiros se unem dando início à madrugada, as luzes da cidade se apagam e apenas o lume de cada tocha é visto cortando a noite em procissão. Depois de 15 minutos, há uma parada diante de um cenário que representa a Última Ceia de Cristo e os apóstolos, montado diante da Igreja do Rosário.

Pouco depois, os homens do Fogaréu chegam ao seu destino final: a Igreja de São Francisco, que agora assume o papel do Monte das Oliveiras. Apenas um dos farricocos enverga uma túnica branca. É ele que leva um estandarte de linho que representa Jesus.

Localizada a 144 km de Goiânia, a cidade de Goiás Velho realizou sua primeira procissão do Fogaréu em 1745, trazida pelo padre português Perestrello Espíndola. No Brasil, o primeiro Fogaréu foi em 1618, na Bahia, e há registros também na Paraíba, em 1726.

Emoldurada por montanhas, com ruas estreitas de pedra e casario colonial preservado, a encantadora terra da poetisa Cora Coralina é palco vivo da história. Tanto que foi declarada pela Unesco como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade.

 

 

Em Pirenópolis, Goiás, encenação0 da Paixão diante da igreja matriz

 

9 Pirenópolis – Goiás

Tombada como Patrimônio Nacional, essa pequenina e bucólica cidade do interior de Goiás é internacionalmente conhecida pelas manifestações folclóricas que promove. Portanto, nada mais natural que também preserve a tradicionalidade de suas festas populares nas celebrações da Semana Santa.  

Suas missas e procissões são marcadas pela fé ardente dos católicos e pelas belas imagens e paramentos transportados por eles. Na Semana Santa, em suas antigas ruas e casarões do século 18 são encenados os principais rituais da paixão, morte e ressurreição de Cristo.

As celebrações começam já na sexta-feira anterior à Semana Santa, que marca o início da Semana das Dores, com missa e procissão de Nossa Senhora das Dores, saindo da Igreja Matriz do Rosário, com circuito de ida e volta pelas ruas do centro histórico.

A programação do sábado e Domingo de Ramos inclui, respectivamente, a missa e procissão do Senhor dos Passos e a procissão e bênção dos ramos da Matriz do Rosário, além da missa campal.

Na segunda é realizada a Procissão do Senhor dos Passos, que traz uma antiga imagem de Jesus Cristo. De roca e em tamanho natural, sai da Igreja do Bonfim e é levada à Matriz.

 

 

Cristo carrega a cruz, na procissão da sexta-feira santa, em Pirenópolis

Tesouro histórico – Se estiver na cidade na Semana Santa, vale a pena ir até a Matriz para admirar de perto a antiga imagem. Aproveite e conheça também o interior da igreja, considerada como o maior e mais antigo monumento histórico de Goiás.

Construída originalmente em taipa-de-pilão entre 1728 e 1732, passou pelo abandono, revalorização histórica, incêndio e nova reconstrução. Fica fechada às terças e quartas. Nos demais dias, pode ser visitada das 7 às 17 horas. A entrada custa R$ 2.

Já que está no centro histórico de Pirenópolis não deixe de caminhar por suas ruas. Elas abrigam casarões coloniais, antigas igrejas e museus do século 18. Também não perca, na Quinta-feira Santa, a encenação da Ceia do Senhor, a transladação do Santíssimo Sacramento e a encenação da prisão de Jesus, no pátio da Paróquia do Rosário.

Na tarde da Sexta-Feira Santa, às 14 horas, acontece a Via-Crúcis, uma encenação com a participação de atores locais. No mesmo dia, às 19 horas, tem a Procissão do Senhor Morto pelas ruas históricas da cidade. O domingo de Páscoa é festejado com missas que celebram a ressurreição de Cristo.

Pirenópolis oferece variada opção de hospedagem – hotéis, pousadas, camping, casas e chácaras para aluguel, suítes e quartos. Circundada por montanhas e pincelada por cachoeiras e incontáveis belezas naturais, a cidade é sedutora e oferece atrações para todos, inclusive para quem não é religioso. Informações: www.pirenopolis.tur.br

 

 

Cartaz anuncia as comemorações da Semana Santa em Olinda e Recife

10 Olinda – Pernambuco

Famosa pelos seus bonecos carnavalescos, Olinda também é uma expressão viva da fé durante a Semana Santa. Neste ano, a programação religiosa da belíssima cidade pernambucana começou na quinta-feira, dia 26 de março, com a Procissão do Encerro, e segue até o domingo, 5 de abril, com a Procissão do Senhor Ressuscitado.

Diversas missas são celebradas nas igrejas locais. Na Sexta-feira Santa, a partir das 16 horas, é realizada a Procissão do Senhor Morto, com a saída dos fiéis da Igreja da Sé em direção do Convento São Francisco.

A programação inclui ainda a apresentação diária de “Cenas de Cristo”. Dirigido por José Pimentel, o espetáculo de uma hora de duração tem a participação de 50 atores e 20 crianças da rede municipal de ensino.

Em sua quarta edição, a encenação “Cenas de Cristo” pode ser assistida até o dia 5 de abril, na colina da Igreja do Carmo, sempre às 18h30. O desfecho do espetáculo é marcado por um lindo show pirotécnico. 

 

 

Em Nova Jerusalém, no interior de Pernambuco, aconece uma das encenações mais espetaculares da Paixão de Cristo

11 Nova Jerusalém – Pernambuco

Localizada na estância hidromineral da Fazenda Nova, distrito do município Brejo da Madre de Deus, há 180 quilômetros de Recife, essa cidade-teatro de Pernambuco vem reproduzindo a “Paixão de Cristo” desde 1951, num espetáculo de duas horas e meia de duração.

Em uma área de 70 mil metros quadrados, o equivalente a um terço da Jerusalém original, a cidade-teatro é equipada com modernos recursos tecnológicos de som, luz e efeitos especiais.

A encenação envolve centenas de atores, profissionais e figurantes, incluindo o próprio público. Como não conseguem ficar indiferentes ao que assistem, os espectadores participam das cenas, transformando-se também em figurantes.

A paisagem de Nova Jerusalém também impressiona. Tudo ali remete à árida região da Judéia do ano 33 d.C: o espaço é cercado por uma muralha de pedras de 3,5 km de extensão, com sete portas e 70 torres altas. Em seu interior, o Palácio de Herodes e o Fórum de Pilatos remetem os fiéis à época em que viveu Cristo.

Em Nova Jerusalém, porém, a saga de Jesus não termina em sofrimento. Em vez da tristeza por sua morte, o espetáculo termina com a sua ascensão ao céu. A “subida” de Cristo é feita num elevador camuflado sob efeitos de nuvens brancas, muita luz e música, além de fogos de artifício, num espetáculo emocionante.

Os pacotes custam a partir de R$ 2.806 por casal, incluindo traslado de Recife até Nova Jerusalém. Informações pelo telefone: (81) 3732-1574. Para quem quer apenas assistir, os ingressos podem ser adquiridos pelo site novajerusalem2015.com.br

 

 

Grande desfile da Chocofest, comemorando a Páscoa

 12 Gramado e Canela – Rio Grande do Sul

Gramado e Canela têm tudo a ver com a Páscoa, já que são bem conhecidas por seus chocolates. Então, pense nisso: o que acha de viajar para lá, se encantar com as atrações temáticas e comprar os ovos da garotada nessas cidades da Serra Gaúcha?

Nos últimos anos, as prefeituras das duas cidades gaúchas têm apostado em uma sofisticação cada vez maior das festividades de Páscoa, com decoração temática nas ruas e programações que incluem desfiles, peças teatrais, oficinas de guloseimas e caça ao ninho, além das tradicionais celebrações religiosas.

Este ano, Gramado pela primeira vez em duas décadas não promove o Chocofest, que promete voltar renovado no ano que vem. Em seu lugar, realiza o Festival de Chocolate e o Gramado Aleluia. O primeiro reúne as principais marcas de chocolate da região, como Caracol, Florybal, Planalto e Lugano. São essas fábricas, aliás, que assinam a decoração de Páscoa da cidade.

As atrações do Festival de Chocolate estão espalhadas pelas tendas da Rua Coberta, na Praça Major Nicoletti, nas fábricas e lojas de chocolates e na Parada de Páscoa, que é realizada nos fins de semana, às 16 horas, na Avenida das Hortências e Borges Medeiros.

Por sua vez, o Gramado Aleluia termina no dia 5 de abril. Com uma programação com maior teor religioso, com missas e procissões, mas sem esquecer as atividades de entretenimento para encantar a garotada.

 

Despencou a locomotiva, uma das atrações de Canela

13 Ovos e coelhinhos – Em Canela, a Páscoa é mais lúdica, com a invasão de fofíssimos coelhinhos nos canteiros de suas ruas e praças e “meigos” enfeites que recordam a data. Além da linda decoração temática, a cidade tem entre as atrações as apresentações teatrais gratuitas ao ar.

Já na praça principal há brinquedos para crianças pequenas. Funcionando das 10 às 21 horas, o Centro de Feiras concentra “lojas” de artesanato, chocolate e de alimentação. Abriga ainda o “Páscoa das Crianças”, um espaço onde a meninada faz a festa.

As atividades da Semana Santa de Canela incluem ainda as celebrações religiosas. Destaque para a peça “Paixão de Cristo”, com apresentações nos dias 1º e 4 de abril, o Tenebrae – Ofício de Trevas, no dia 2 de abril, e a Procissão do Encontro, na Sexta-feira Santa, 3 de abril.

Além da programação de Páscoa, Gramado e Canela – por si só – estão repletas de atrações turísticas. Tours para a locomotiva Maria Fumaça, o Parque do Caracol, o teleférico e para outros passeis podem ser adquiridos nas agências de viagem locais. Antes de se despedir da Serra Gaúcha, porém, não deixe de conhecer as lojas temáticas das fábricas de chocolate Caracol e da Florybal.

Situadas na estrada entre Canela e Gramado, a primeira abriga um museu de chocolate. Já a segunda tem uma fantástica pista de patinação no chocolate. Tem jeito melhor de comemorar a Páscoa?


(*) Correspondência para esta seção: https://fabiolamusarra.wordpress.com/

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