Missa lembra os 22 anos da chacina de Vigário Geral

No dia da tragédia, cerca de 50 homens encapuzados, armados com metralhadoras, escopetas, pistolas e granadas, invadiram a favela de Vigário Geral, na zona norte do Rio, arrombaram casas e atiraram de forma indiscriminada nos moradores. Vinte e uma pessoas foram executadas. Todas tinham endereço fixo, profissão definida e sem antecedentes criminais

No dia da tragédia, cerca de 50 homens encapuzados, armados com metralhadoras, escopetas, pistolas e granadas, invadiram a favela de Vigário Geral, na zona norte do Rio, arrombaram casas e atiraram de forma indiscriminada nos moradores. Vinte e uma pessoas foram executadas. Todas tinham endereço fixo, profissão definida e sem antecedentes criminais
No dia da tragédia, cerca de 50 homens encapuzados, armados com metralhadoras, escopetas, pistolas e granadas, invadiram a favela de Vigário Geral, na zona norte do Rio, arrombaram casas e atiraram de forma indiscriminada nos moradores. Vinte e uma pessoas foram executadas. Todas tinham endereço fixo, profissão definida e sem antecedentes criminais (Foto: Leonardo Attuch)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Paulo Virgílio - Repórter da Agência Brasil

Os 22 anos da chacina de Vigário Geral foram lembrados na noite deste sábado (29) com missa na Matriz Santa Rosa de Lima, no bairro de Jardim América, zona norte do Rio. A missa foi solicitada pelos parentes de uma das vítimas da chacina, e o celebrante é o pároco da igreja, monsenhor Luis Antonio. Foram convidados parentes de todas os mortos na chacina, ocorrida na madrugada de 29 de agosto de 1993.

Naquele dia, cerca de 50 homens encapuzados, armados com metralhadoras, escopetas, pistolas e granadas, invadiram a favela de Vigário Geral, na zona norte do Rio, arrombaram casas e atiraram de forma indiscriminada nos moradores. Vinte e uma pessoas foram executadas. Todas tinham endereço fixo, profissão definida e sem antecedentes criminais.

continua após o anúncio

A matança foi motivada por vingança. No dia anterior, quatro soldados do 9º Batalhão da Polícia Militar (PM) tinham sido assassinados na Praça Catolé do Rocha, vizinha à favela, em um crime atribuído a traficantes de drogas que atuavam em Vigário Geral. Os autores da chacina eram policiais militares de um grupo conhecido como Cavalos Corredores, por causa de sua maneira de agir. Eles entravam nos locais correndo, atirando e aterrorizando os moradores.

A chacina de Vigário Geral somou-se a outros massacres ocorridos no Rio de Janeiro. No dia 23 de julho daquele ano, cerca de 50 crianças e adolescentes que dormiam nas proximidades da Igreja da Candelária, no centro da cidade, foram alvejados por policiais. Oito morreram. Nos anos seguintes, três sobreviventes dessa chacina morreram em confrontos com a polícia.

continua após o anúncio

Ocorridas no segundo mandato do governador Leonel Brizola (1991-1994), as duas chacinas tiveram repercussão em todo o mundo e mobilizaram organismos internacionais de defesa dos direitos humanos. Dos 52 policiais militares acusados formalmente da matança em Vigário Geral, apenas sete foram condenados e só um continua preso, o ex-PM Sirlei Alves Teixeira.

Três foram absolvidos no segundo julgamento, um morreu e dois foram beneficiados com a liberdade condicional. Cinco acusados morreram antes do julgamento e dois estão foragidos. Os demais foram absolvidos ou nem chegaram a ser responsabilizados.

continua após o anúncio

“A lembrança da chacina de Vigario Geral é a lembrança de toda uma classe média, da qual eu faço parte, que assistiu à barbárie, mas não protestou e depois viu outras chacinas ocorrerem. O que nós esperamos hoje é que esse comportamento de indiferença da classe média em relação a esses crimes mude para uma cultura de cidadania”, diz , Antônio Carlos Costa, presidente da organização não governamental (ONG) Rio de Paz, que desde 2007 se posiciona contra chacinas e episódios de violência que ocorrem não só no Rio de Janeiro mas também em outras regiões do país.

Antônio Carlos Costa participou ontem (28), em São Paulo, de manifestação promovida pelo Rio de Paz em solidariedade às famílias das 19 vítimas da chacina do último dia 13 nas cidades de Osasco e Barueri, na região metropolitana da capital paulista. O ato, realizado em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), teve como objetivo cobrar do governo paulista apoio aos parentes das vítimas e à elucidação da autoria da chacina.

continua após o anúncio
 

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247