MP analisará pedido de troca de delegado na investigação de estupro

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) se reuniu ontem com a advogada da adolescente que denunciou ter sido vítima de estupro coletivo para ouvir questionamentos em relação à investigação da Polícia Civil; o órgão vai avaliar os pedidos para, então, dar uma resposta às ponderações apresentadas; as advogadas Eloisa Samy e Caroline Bispo afirmam que o caso foi tratado de forma "machista e misógina" em depoimento prestado pela vítima à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI)

Rio de Janeiro - Delegados da DRCI, Alessandro Thiers, da PCRJ, Fernando Veloso e da Criança e Adolescente Vítima, Cristina Bento, falam sobre caso de estupro coletivo sofrido por jovem (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Rio de Janeiro - Delegados da DRCI, Alessandro Thiers, da PCRJ, Fernando Veloso e da Criança e Adolescente Vítima, Cristina Bento, falam sobre caso de estupro coletivo sofrido por jovem (Tomaz Silva/Agência Brasil) (Foto: Valter Lima)


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Vinícius Lisboa, da Agência Brasil - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) se reuniu na noite de hoje (28) com a advogada da adolescente que denunciou ter sido vítima de estupro coletivo para ouvir questionamentos em relação à investigação da Polícia Civil. O órgão vai avaliar os pedidos para, então, dar uma resposta às ponderações apresentadas.

As advogadas Eloisa Samy e Caroline Bispo não detalharam quais pedidos foram feitos ao MP-RJ. Eloisa afirmou, porém, que o caso foi tratado de forma "machista e misógina" em depoimento prestado ontem (27) pela vítima à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI).

"O que me incomodou foi o machismo e a misoginia (repulsa, desprezo e ódio à mulher) com que o delegado está tratando desse caso específicamente, desconsiderando o estupro, colocando o estupro como um crime menor", afirmou Eloisa. "Quero, primeiro, que se encontre os responsáveis por esse crime, e que a vítima seja tratada com o respeito que ela merece", acrescentou.

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A advogada disse ainda que seria melhor que uma delegada mulher cuidasse do caso. "O que eu acho não faz a menor diferença. Eu acho que deveria ser uma delegada. De onde, eu não sei. Isso não é da minha competência, e também não é da competência do Ministério Público determinar."

A promotora de justiça Lúcia Iloízio, coordenadora do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Violência Doméstica contra a Mulher, e o procurador de Justiça Márcio Thomé, coordenador de Direitos Humanos do MP-RJ, receberam as advogadas. A promotora afirmou que as ponderações serão analisadas, assim como os autos do inquérito.

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"Essa análise vai ser feita de forma muito criteriosa pelo Ministério Público, e, se for o caso, inclusive, de posse dos autos do inquérito. Tem que ser avaliado exatamente tudo que consta nos autos do inquérito. Essa é a primeira premissa que a gente pode informar", disse a promotora.

O coordenador de Direitos Humanos do MP-RJ considera o crime de estupro uma "aberração", e destacou que o Ministério Público recebeu as advogadas por estar preocupado com a vulnerabilidade da vítima, que é menor de idade, mulher e está exposta desde a divulgação do crime.

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Durante a tarde, a Polícia Civil já havia divulgado uma nota em resposta aos questionamentos da advogada, e afirmou que a investigação está sendo conduzida de forma técnica e imparcial pela DRCI. Além disso, a polícia ressalta que a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Rio de Janeiro (OAB/RJ), vai acompanhar o caso, e até já nomeou o presidente da Comissão de Segurança Pública da ordem, o advogado Breno Melaragno, para isso.

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