Doações ao PMDB foram propina, segundo Lava Jato

Um e-mail anexado ao processo da Operação Calicute —que levou o ex-governador do Rio Sergio Cabral à prisão— mostra como o PMDB usou suas contas para camuflar repasses de empreiteiras feitos ao partido como se fossem doações eleitorais; documento revela que Carlos Emanuel de Carvalho Miranda, o Carlinhos, apontado como operador de Cabral, indicou contas do comitê financeiro do PMDB para que a Carioca Engenharia fizesse repasses ao partido disfarçados na forma de doações; segundo os investigadores, os repasse denotam “vantagens indevidas”; executivos da Carioca revelaram à força-tarefa da Lava-Jato o pagamento de cerca de R$ 28 milhões de propina ao grupo político de Cabral ao longo dos últimos anos

Rio de Janeiro - O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral é levado preso na operação Lava Jato em viatura da Polícia Federal na sede na Praça Mauá (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Rio de Janeiro - O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral é levado preso na operação Lava Jato em viatura da Polícia Federal na sede na Praça Mauá (Fernando Frazão/Agência Brasil) (Foto: Giuliana Miranda)


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247 - Um e-mail anexado ao processo da Operação Calicute —que levou o ex-governador do Rio Sergio Cabral à prisão— mostra como o PMDB usou suas contas para camuflar repasses de empreiteiras feitos ao partido como se fossem doações eleitorais. O documento revela que Carlos Emanuel de Carvalho Miranda, o Carlinhos, apontado como operador de Cabral, indicou contas do comitê financeiro do PMDB para que a Carioca Engenharia fizesse repasses ao partido disfarçados na forma de doações. Segundo os investigadores, os repasse denotam “vantagens indevidas”. Executivos da Carioca revelaram à força-tarefa da Lava-Jato o pagamento de cerca de R$ 28 milhões de propina ao grupo político de Cabral ao longo dos últimos anos.

 A história foi revelada à Lava-Jato pela executiva da Carioca, Tânia Maria Silva Fontenelle, em delação premiada.

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As informações são de O Globo.

"Tânia foi responsável pelo setor financeiro da empresa e, segundo os procuradores do Ministério Público Federal, era responsável pelos repasses de propina da empresa. Ela já havia dito que entregava desde 2008, mensalmente, R$ 200 mil a Carlinhos. Afirmou ainda que no segundo mandato do peemedebista a mesada passou para R$ 500 mil.

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No e-mail enviado dia 13 de setembro de 2010, Carlinhos repassa os números das contas em que Tânia deveria depositar valores para o comitê financeiro do PMDB do Rio. Nove dias depois, em 22 de setembro, a Carioca fez uma doação de R$ 100 mil na conta do comitê do PMDB. No dia seguinte, a empresa repassou mais R$ 200 mil ao partido. A empresa já havia feito um repasse de R$ 130 mil à legenda em 20 de agosto de 2010.

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No documento em que pediu a prisão preventiva dos acusados, o MPF afirmou que, após a quebra de sigilo dos e-mails de Carlinhos, não encontrou mensagens de Tânia ou da Carioca Engenharia. “A demonstrar que o representado (Carlos Miranda) apagou as mensagens, possivelmente com intuito de destruir provas”, afirmaram os procuradores.

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Os procuradores também encontraram trocas de e-mails e ligações entre Carlos Miranda e familiares de Cabral, inclusive seus filhos. Não há relatos, entretanto, de ligações entre ambos. De acordo com os procuradores, foram encontradas no e-mail de Miranda mensagens que indicam que o homem de confiança de Cabral utilizava aplicativos de comunicação criptografadas, que impedem a leitura de pessoas não autorizadas.

O PMDB fluminense se pronunciou por meio de nota do presidente estadual, Jorge Picciani. Ele informou que, à época, não presidia a legenda nem era responsável pelo comitê financeiro, “por isso não tem como se pronunciar sobre esta questão”. A nota não responde as acusações feitas pelo MPF sobre a colaboração da então executiva da Carioca e de suas denúncias de possível pagamento de propina ao comitê financeiro do PMDB do Rio."

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