Cabral recebia propina no exterior, dizem executivos da Odebrecht

Uma nova leva de delações premiadas, esperada para esta semana, promete complicar ainda mais a vida do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), preso na última quinta-feira na operação Calicute; dois ex-executivos da Odebrecht, Benedicto Júnior, ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, e Leandro Andrade Azevedo, ex-diretor da empreiteira no Rio, vão revelar as contas internacionais do esquema de corrupção que seria comandado por Cabral; a empreiteira, que participou de grandes obras do governo fluminense, como a reforma do Maracanã e a construção do Arco Metropolitano, teria depositado regularmente a taxa de 5% cobrada por Cabral pelas grandes obras que executou no Estado

Rio de Janeiro - O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral é levado preso na operação Lava Jato em viatura da Polícia Federal na sede na Praça Mauá (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Rio de Janeiro - O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral é levado preso na operação Lava Jato em viatura da Polícia Federal na sede na Praça Mauá (Fernando Frazão/Agência Brasil) (Foto: Giuliana Miranda)


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Rio 247 - Uma nova leva de delações premiadas, esperada para esta semana, promete complicar ainda mais a vida do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), preso na última quinta-feira na operação Calicute. Dois ex-executivos da Odebrecht, Benedicto Júnior, ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, e Leandro Andrade Azevedo, ex-diretor da empreiteira no Rio, vão revelar as contas internacionais do esquema de corrupção que seria comandado por Cabral. A empreiteira, que participou de grandes obras do governo fluminense, como a reforma do Maracanã e a construção do Arco Metropolitano, teria depositado regularmente a taxa de 5% cobrada por Cabral pelas grandes obras que executou no Estado. 

As informações são de reportagem de Chico Otávio em O Globo.

"O ex-governador e outros nove integrantes do esquema foram presos, na quinta-feira, durante a Operação Calicute, após terem sido delatados por executivos das construtoras Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia. Já a próxima remessa de delações, além dos mais de 60 executivos da Odebrecht, prevê acordos com Fernando Cavendish, da Delta Construções, e com Reginaldo Assunção, diretor da OAS-RJ.

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A Odebrecht atuou, durante o governo Cabral (2007-2014), em praticamente todas as obras públicas importantes, como a reforma do Complexo do Maracanã e a construção do Arco Metropolitano, da Linha 4 e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Orçada inicialmente em R$ 700 milhões, a obra do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014 saltou para R$ 1,2 bilhão após receber 14 termos aditivos. Se a Odebrecht, que liderou o consórcio construtor formado pela Delta e pela Andrade Guitierrez, confirmar que também pagou 5% de propina, esse valor representará um suborno estimado em R$ 60 milhões.

Benedicto Júnior, na presidência da Odebrecht Infraestrutura, era um dos principais interlocutores da empreiteira com o mundo político. Ele, que chegou a ser preso em março pela Operação Xepa, na 26ª fase da Lava-Jato, foi apresentado a Cabral no início do governo, em 2007, pelo então secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes. Semanas depois, já frequentava a casa de Cabral no condomínio Portobello Resort, onde acabaria construindo, anos depois, uma mansão a poucos metros da casa do ex-governador.

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A Odebrecht, de acordo com a força-tarefa da Lava-Jato, tinha uma estrutura profissional de pagamento de propina, o “Setor de Operações Estruturadas”, subordinado a Benedicto Júnior. Em planilha apreendida pela Xepa na casa do executivo, apareciam codinomes vinculados a repasses de valores. Os investigadores acreditam que o documento era uma espécie de contabilidade da propina. Um dos codinomes, “Proximus”, aparece relacionado a repasses de R$ 2,5 milhões por conta da obra da Linha 4 do Metrô."

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