Tarso debate Pacto Federativo na OAB do Rio

Governador do RS ressaltou, em palestra, que dificuldades na gestão política e financeira são fruto da crise do Pacto Federativo que absorve os estados e municípios pelo excesso de compromissos previstos na Constituição; Tarso Genro também destacou, como primeiro passo para desbloquear as questões federativas do País, a importância da votação do PL 238/2013, que muda os critérios de indexação dos contratos de refinanciamento das dívidas

Tarso debate Pacto Federativo na OAB do Rio
Tarso debate Pacto Federativo na OAB do Rio (Foto: Caco Argemi)


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Gestores públicos, parlamentares, advogados e juristas do Rio de Janeiro acompanharam, nesta segunda-feira (20), a palestra do governador Tarso Genro sobre Pacto Federativo e a Dívida Pública, em evento promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil - OAB - na capital fluminense.

De acordo com Tarso, é impossível separar questões internas e externas na gestão política e financeira dos estados. "Vejamos, por exemplo, a situação do presidente François Hollande (França). Ele não tem conseguido cumprir seu programa de governo em função das amarras impostas pela crise global e pelas exigências do Banco Central Europeu", comparou.

No Brasil, segundo Tarso, as dificuldades são fruto da crise do Pacto Federativo que absorve os estados e municípios pelo excesso de compromissos previstos na Constituição, mas, principalmente, pelos repasses para pagamento das dívidas com a União. No Rio Grande do Sul, destacou o governador, os recursos para investimentos são oriundos de financiamentos externos, já que no orçamento não há margem para realização de grandes obras de infraestrutura e programas sociais. Além do percentual reservado para a dívida, o Estado possui mais de 320 mil servidores públicos, sendo que 170 mil são inativos.

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Os debatedores concordaram que na elaboração dos contratos, firmados no Governo FHC, as cláusulas eram corretas. Porém, a realidade financeira atual é totalmente diferente, exigindo uma a atualização dos índices. O caso mais emblemático é o da taxa Selic, que à época dos contratos era de 24% e atualmente está em 7,5%.
PL 238/13

A votação do projeto de lei complemantar 238 (PL 238/2013), que muda os critérios de indexação dos contratos de refinanciamento das dívidas, é o primeiro passo para desbloquear as questões federativas do país, lembrou Tarso. "A proposta do Governo Federal coloca esta situação, que é a mais crítica, em um novo patamar. A partir disso, as coisas entram em outro nível de discussão e a Federação pode operar de forma mais convincente para a sua manutenção", afirmou o governador ao defender que o Congresso Nacional precisar apreciar a matéria o mais rápido possível.

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Com a resolução do problema da dívida, Tarso Genro afirmou que temas como as reformas política e tributária podem "avançar de maneira decente". Outra consequência da rediscussão do Pacto Federativo seria "o avanço no processo democrático do país, com atenção para os novos sujeitos da democracia, como a nova classe média", destacou.

Tarso sustentou, em sua palestra no RJ, que o RS precisa defender uma saída para desbloquear a questão federativa no Brasil. De outra forma, haverá um impasse em que a esfera da política será engolida pela financeira - e todas as grandes discussões acabarão sendo resolvidas pelo Poder Judiciário. O governador também mencionou o fato de o Supremo Tribunal Federal (STF) não considerar os reflexos das suas decisões nos estados.

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Depois do evento na OAB carioca, o governador gaúcho reuniu-se com o presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Gouvêia, com quem deu continuidade ao tema do Pacto Federativo.

Texto: Guilherme Gomes
Foto: Caco Argemi/Palácio Piratini

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