Bloco de Luta acampa há sete dias em Porto Alegre

Há uma semana, o Bloco de Luta pelo Transporte Público acampa na Praça Montevidéu, em frente à prefeitura de Porto Alegre; cerca de quarenta barracas já se somaram às três que foram montadas, iniciando o movimento; o grupo busca coletar mais de 50 mil assinaturas para protocolar na Câmara Municipal o projeto de lei de iniciativa popular que municipaliza o transporte público na cidade      

Há uma semana, o Bloco de Luta pelo Transporte Público acampa na Praça Montevidéu, em frente à prefeitura de Porto Alegre; cerca de quarenta barracas já se somaram às três que foram montadas, iniciando o movimento; o grupo busca coletar mais de 50 mil assinaturas para protocolar na Câmara Municipal o projeto de lei de iniciativa popular que municipaliza o transporte público na cidade
 
 
 
Há uma semana, o Bloco de Luta pelo Transporte Público acampa na Praça Montevidéu, em frente à prefeitura de Porto Alegre; cerca de quarenta barracas já se somaram às três que foram montadas, iniciando o movimento; o grupo busca coletar mais de 50 mil assinaturas para protocolar na Câmara Municipal o projeto de lei de iniciativa popular que municipaliza o transporte público na cidade       (Foto: Leonardo Lucena)


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Débora Fogliatto, Sul 21 - Há sete dias, o Bloco de Luta pelo Transporte Público acampa na Praça Montevidéu, em frente à prefeitura de Porto Alegre. Cerca de quarenta barracas já se somaram às três que foram montadas na última terça-feira (8), iniciando o movimento. O grupo busca coletar mais de 50 mil assinaturas para protocolar na Câmara Municipal o projeto de lei de iniciativa popular que municipaliza o transporte público na cidade.

Neste domingo (13), o Bloco realizou uma assembleia geral, em que foi decidido manter o acampamento até que sejam coletadas todas as assinaturas necessárias. São aproximadamente 54 mil, o que corresponde a 5% do eleitorado da cidade, conforme o estabelecido na Lei Orgânica municipal para que o PL tramite na Câmara de Vereadores. Isso significa que apenas eleitores de Porto Alegre podem subscrever, mas os que não votam na capital podem apoiar o projeto através de um abaixo-assinado.

Durante o dia, participantes do acampamento coletam assinaturas, explicando para a população que passa pelo local a iniciativa. O grupo optou, no entanto, por não divulgar mais o número já coletado, visto que, em alguns casos, as pessoas se enganam ao preencher e a assinatura não é válida.

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Na assembleia de domingo, também foi lançada a ideia de ir a outros bairros angariar assinaturas, como uma forma de descentralizar a coleta. “A ideia é manter o acampamento aqui e fazer uma espécie de acampamento itinerante”, explicou Oro, um dos participantes do movimento. A reunião foi encerrada com performances artísticas, que acabaram antes da meia-noite, quando começa o horário de silêncio.

Durante o fim de semana, o grupo enfrentou chuva e ventania enquanto refazia a estrutura do acampamento, colocando lonas pretas para proteger as barracas. Grande parte dos materiais utilizados foi conseguida através de doações da própria população, de acordo com os membros. Apesar de não haver mais espaço dentro da estrutura, o grupo precisa de mais barracas, para tentar acomodar todos os que desejam participar e estão dividindo pequenos espaços.

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Moradores de rua que vivem no centro de Porto Alegre também se uniram ao acampamento, ajudando a coletar assinaturas e participando das divisões de comida e materiais. Para organizar o movimento, os participantes se dividiram em equipes, de comunicação, infraestrutura, autodefesa, limpeza e cozinha.

Até esta segunda-feira (14), os manifestantes não foram abordados por nenhum funcionário da prefeitura e nem da Guarda Municipal. Oro conta que, nos primeiros dias, os vigilantes ficavam na porta da prefeitura durante a noite, mas isso não acontece mais. Nesta manhã, o cordão de contenção colocado na entrada do Paço estava reforçado, e dois guardas estavam parados na porta.

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Durante o dia, a comissão de comunicação fala na estrutura de som montada no acampamento, na transmissão do que batizaram como Rádio Palmares. As explicações a respeito do projeto e da municipalização do transporte são alternadas com a leitura de poesias e contos de autores como Eduardo Galeano, Paulo Leminsky e Bertold Brecht.

A partir de agora, a ideia é tornar a proposta ainda mais acessível para a população em geral através da realização de performances artísticas, eventos culturais e aulas públicas. Nesta segunda-feira à noite, será exibido o filme “O dia que durou 21 anos”, seguido de um cine-debate com todos os interessados. A ideia é que algum ato do tipo ocorra a cada dois dias. Já foi realizada também uma aula pública, promovida pelo cursinho pré-vestibular Resgate Popular, e os integrantes do acampamento pretendem que haja mais iniciativas do tipo.

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Na cozinha, os alimentos são preparados e consumidos coletivamente, mas os acampados têm dificuldades para conseguir água em quantidade suficiente. Eles precisam de doações também de frutas, legumes e verduras, alimentos que podem ser consumidos sem necessitar serem cozidos. Com o frio que atinge Porto Alegre desde o fim da semana passada, o grupo também aceita doações de cobertores.

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