Maria do Rosário diz “não à antirreforma”

Ex-ministra da Secretaria de Direitos Humanos, deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) diz que PEC 352/13 --apresentada por grupo de trabalho liderado pelo deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP)--, “constitucionaliza a influência do poder econômico nas campanhas eleitorais ao não impedir o financiamento empresarial, base do patrimonialismo e das redes clientelistas, gene principal da corrupção”

Rep�rter da Ag�ncia Brasil
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Rep�rter da Ag�ncia Brasil Bras�lia - Nove anos depois da morte de Alyne Pimentel Teixeira em um hospital Belford Roxo, no Rio de Janeiro, o Comit� de Acompanhamento da Implementa��o da Conven��o sobre a Elimina��o de Todas as Formas de Discrimina��o con (Foto: Roberta Namour)


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247 – A ex-ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, se posicionou contra a PEC 352/13 da reforma política. Segundo ela, o texto não leva em consideração o sentimento da população de que a política deve ser serviço público dedicado à promoção de justiça social e “constitucionaliza a influência do poder econômico nas campanhas eleitorais ao não impedir o financiamento empresarial”. Leia: 

A antirreforma em curso no Brasil

A proposta de reforma ignora o sentimento da população de que a política deve ser serviço público dedicado à promoção de justiça social

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Nos últimos anos, um consenso sobre a necessidade da reforma política tornou-se mais sólido entre a sociedade brasileira. A eleição de 2014, a mais cara da história do país, expôs o quanto é preciso mudar, mas mudar para melhor.

Ao tratarmos do tema no Congresso Nacional, precisamos estar atentos à participação da sociedade na construção da melhor reforma para o Brasil, afastando a possibilidade de uma antirreforma de caráter elitista, que vincule ainda mais a representação ao poder econômico e fragilize a representatividade das instituições democráticas.

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O texto da Proposta de Emenda à Constituição 352/13 --apresentada por grupo de trabalho liderado pelo deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP)--, que está sendo tratado como reforma política, desconsidera debates realizados pela sociedade civil por meio de recomendações de entidades como OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), e movimentos organizados nas ruas e nas redes, como o plebiscito popular pela Constituinte exclusiva.

Ignora, sobretudo, o sentimento da população de que a política deve ser serviço público dedicado à promoção de justiça social.

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A PEC constitucionaliza a influência do poder econômico nas campanhas eleitorais ao não impedir o financiamento empresarial, base do patrimonialismo e das redes clientelistas, gene principal da corrupção. Será um engodo qualquer proposta de reforma política que não verse sobre esse tema.

Há outra medida igualmente perniciosa à consolidação democrática em curso no Brasil desde a Constituição de 1988: o voto facultativo. Seria uma mudança de caráter reacionário que comprometeria a nossa jovem democracia, que se estruturou no reconhecimento da igualdade e que garantiu, pela primeira vez na história, a participação de massas na definição dos rumos do país.

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Quem defende o voto facultativo quer retornar a um sistema político que mais se aproxima do voto censitário, no qual poucos definiam o destino de todos. Os mesmos que discursam contra a política e constroem argumentos para desmerecê-la, defendem o voto facultativo sem se preocupar que os altos índices de abstenção possam levar a uma crise na legitimidade das instituições.

Outro aspecto é a redefinição de distritos eleitorais. Essa mudança no modelo do sistema eleitoral diminuirá o poder de escolha do eleitor que ficará restrito ao local onde mora, e não ao Estado.

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O resultado pode ser a distorção da perspectiva do eleito que, mesmo integrando o Congresso Nacional, pode se distanciar do debate estrutural do país. A Federação brasileira não é soma de distritos, mas uma unidade política.

Se em alguns aspectos a PEC retrocede, em outros é completamente omissa. Não versa sobre o fortalecimento dos partidos enquanto vetores de fundamentos políticos ideológicos e de projetos coletivos.

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A ampliação da representação das mulheres nos espaços políticos nem sequer é tema merecedor de debate na dita reforma. Consideramos que o Legislativo jamais será genuinamente representativo enquanto mais da metade da população brasileira seguir sendo alijada da participação, distorção inaceitável que precisa ser combatida.

Por isso, a PEC 352/13 não pode ser a única referência para o debate na Câmara, e a Comissão de Reforma Política deve envolver a sociedade nessas discussões. Não à antirreforma!

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