Nitinho ao 247: “verdadeira cultura não está no Forró-Caju; está nos bairros”
Secretário da Cultura defende descentralização das festas juninas na capital e avisa que Forró-Caju será menor neste ano (tanto em quantidade de dias da festa quanto em número de atrações); "não tem como investir R$ 7 milhões no Forró-Caju se ao chegar à unidade de pronto-atendimento da Zona Norte, há gente precisando de remédio”; afirma; no entanto, ele informa que em 2014 evento será grandioso pois será incluído no roteiro da Copa do Mundo
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Valter Lima, do Sergipe 247 – O secretário da Cultura de Aracaju, Josenito Vitale, o Nitinho, afirmou ao Sergipe 247 que a edição deste ano do Forró-Caju será enxuta. O investimento da Prefeitura na festa será bem menor, bem como a duração do evento, que poderá ser reduzido a sete dias. No entanto, ele ressalta que a realização do Forró-Caju está assegurada, com a participação de atrações nacionais (as bandas Garota Safada e Aviões do Forró estão confirmada). Há também a garantia de que a Polícia Militar fará a segurança da festa, que não mudará de local, como foi especulado.
“Estamos definindo os dias ainda. Não será como dos outros anos. Poderá ser seis, sete ou onze dias, até porque temos outra visão em relação aos gastos públicos. No ano passado foi gasto algo em torno de R$ 10 milhões. Nós vamos trabalhar para fazer um Forró-Caju enxuto com gasto bem menor. Teremos atrações nacionais, mas vamos dar destaque ao máximo para os artistas locais e tentar descentralizar os festejos, montando arraiais em alguns bairros”, afirma. Segundo Nitinho, no ano passado, o custo com bandas foi de R$ 5,6 milhões. Para 2013, este valor não ultrapassará a casa R$ 3,2 milhões.
Para o secretário, “a verdade cultura não está no Forró-Caju e sim nos bairros”. Por isso, a prefeitura pretende investir na realização de atividades juninas alternativas ao Forró-Caju. “Queremos investir nas quadrilhas. Resgatá-las. Antes Aracaju tinha 100 quadrilhas. Hoje, tem 16. Estamos definindo um valor que vamos patrocinar as quadrilhas de Aracaju”, diz. Nitinho também informa que a Rua São João será reformada para voltar a funcionar ainda neste ano. “É prioridade do prefeito e da secretaria. A Rua São João foi onde começou tudo”, frisa.
O secretário diz que “não tem como investir R$ 7 milhões no Forró-Caju se ao chegar à unidade de pronto-atendimento da Zona Norte, há gente precisando de remédio”. “Não vamos acabar com o Forró-Caju, mas reduziremos o custo bastante”, avisa. É neste contexto que a festa terá um incremento na participação de atrações locais. “Se for 11 dias de festa, colocaremos mais 40 atrações locais”, promete.
Sobre a segurança da festa, Nitinho afirma que já conversou com o secretário de Estado da Segurança Pública, João Eloy, que garantiu que haverá a presença de policiais militares nas áreas externa e interna da festa.
FORRÓ-CAJU 2014
Se 2013 é tempo de vacas magras, o secretário informa que a previsão para o próximo ano é de um evento grandioso, porque, segundo ele, o Forró-Caju foi inserido na lista de atrações do Nordeste Brasileiro que receberão investimentos do Ministério do Turismo e serão divulgadas durante a Copa do Mundo de 2014. Além disso, Nitinho afirma que apresentará, já em agosto deste ano, o projeto dos festejos juninos da capital, juntamente ao do Projeto Verão e Carnacaju, ao Ministério da Cultura, para viabilizar a chegada de recursos federais e também privados (através de incentivo fiscal).
“Já estamos discutindo isto. Durante estes 20 anos, o Forró-Caju não foi reconhecido a nível nacional pelo Ministério da Cultura. Nós estivemos lá no último mês e fiquei abismado que outros projetos como Caruaru e Campina Grande recebam tantos recursos federais, enquanto Aracaju está apenas no programa natural que só paga a estrutura, no valor máximo de R$ 500 mil. Nosso trabalho é apresentar o Forró-Caju no Ministério da Cultura e trabalhar politicamente para tentar encaixá-lo. Queremos trabalhar em cima da Lei Rouanet, para trazer divisas com as empresas privadas. Hoje, há em torno de R$ 2 milhões de investimento da iniciativa privada no forró, mas se a gente tiver incentivo chega a R$ 7 milhões”, diz.
Também para o próximo ano, o secretário avisa que pretende desenvolver um novo modelo de festa junina na capital, que inclui a criação de uma Vila do Forró no Parque da Sementeira, mais voltado para a família, além de montagem de sete arraiais nos bairros e manutenção da festa principal na área dos mercados centrais.
Fotos: Silvio Rocha/PMA
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