Roger Barros, do Fórum Empresarial: "sistema político precisa mudar"

Coordenador do Fórum Empresarial de Sergipe, Roger Barros, defende, em entrevista ao 247, que os governos sejam menos descontínuos em suas ações, que as obras sejam mais céleres e que a relação com o empresariado se torne mais madura; neste sentido, ele reconhece avanços na atual gestão estadual, destacando bom entrosamento com a Sefaz e a Seplag; diz que tem buscado aproximação com a prefeitura de Aracaju e que fará o mesmo com o Poder Legislativo; Barros vê com bons olhos a entrada de empresários na política e defende mudanças no modelo político atual; ele faz ainda uma análise da economia nacional e local e faz balanço da sua gestão à frente da entidade; Fórum Empresarial congrega 30 entidades

Coordenador do Fórum Empresarial de Sergipe, Roger Barros, defende, em entrevista ao 247, que os governos sejam menos descontínuos em suas ações, que as obras sejam mais céleres e que a relação com o empresariado se torne mais madura; neste sentido, ele reconhece avanços na atual gestão estadual, destacando bom entrosamento com a Sefaz e a Seplag; diz que tem buscado aproximação com a prefeitura de Aracaju e que fará o mesmo com o Poder Legislativo; Barros vê com bons olhos a entrada de empresários na política e defende mudanças no modelo político atual; ele faz ainda uma análise da economia nacional e local e faz balanço da sua gestão à frente da entidade; Fórum Empresarial congrega 30 entidades
Coordenador do Fórum Empresarial de Sergipe, Roger Barros, defende, em entrevista ao 247, que os governos sejam menos descontínuos em suas ações, que as obras sejam mais céleres e que a relação com o empresariado se torne mais madura; neste sentido, ele reconhece avanços na atual gestão estadual, destacando bom entrosamento com a Sefaz e a Seplag; diz que tem buscado aproximação com a prefeitura de Aracaju e que fará o mesmo com o Poder Legislativo; Barros vê com bons olhos a entrada de empresários na política e defende mudanças no modelo político atual; ele faz ainda uma análise da economia nacional e local e faz balanço da sua gestão à frente da entidade; Fórum Empresarial congrega 30 entidades (Foto: Valter Lima)


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Valter Lima, do Sergipe 247 – O coordenador do Fórum Empresarial de Sergipe, Roger Barros, concedeu entrevista ao Sergipe 247, na última quarta-feira, dia 16, quando fez um balanço da sua gestão na entidade (iniciada em fevereiro deste ano), falou também da relação das empresas com os governos, defendeu uma aproximação com o Legislativo, comentou a economia nacional e local, além de ter se mostrado favorável à adesão de empresários a partidos políticos e ter defendido, entusiasticamente, a reforma tributária.

Confira os principais trechos da entrevista:

Balanço das atividades desenvolvidas pela nova coordenação

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“Apesar de já existir desde 2000, o Fórum, nestes meses que estamos com esta nova coordenação, de fevereiro para cá, está conseguindo resgatar um pouco da sua identidade, no sentido de estar mais próximo dos associados e entender melhor as demandas deles, fazendo com que elas virem pautas, sugestões e solicitações junto aos órgãos e entidades. E o mais importante é o trabalho que temos desenvolvimento no sentido de tentar fazer com estas entidades trabalhem de forma unida. Porque o associativismo em nosso país é muito difícil, principalmente do lado dos empresários. Conciliar o associativismo de várias entidades é de uma complexidade ainda maior, porque mexe com vários interesses, egos e questões que não são fáceis. Mas acho que neste curto período que estamos na coordenação, temos conseguido alcançar nossos objetivos, não só no viés econômico, mas também no retorno que a gente espera dar para a sociedade. Conseguimos atrair algumas entidades importantes, como a Ordem dos Advogados do Brasil, que hoje está presente no Fórum. Ou seja, temos uma entidade que vai poder nos suportar nas questões jurídicas, o que agrega muito valor ao nosso debate. Além disso, o Fórum não tinha e foi a partir dessa gestão que começamos a ter uma assessoria de comunicação. E também uma assessoria tributária, porque temos, mensalmente, uma reunião com a Secretaria da Fazenda, na qual sempre tratamos de questões tributárias e era importante ter alguém para nos orientar nas discussões. E com isso a gente tem notado que o debate tem se elevado bastante. Temos conseguido bons avanços nessas pautas: prorrogações, mudanças na legislação, entre outros avanços.”

Ações junto às secretarias da Fazenda (Sefaz) e do Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag)

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“Com a aproximação que temos tido, a Sefaz tem mudado até a visão que ela tem do contribuinte. Porque como contribuintes, nós somos clientes da Sefaz, mas ainda existia aquela visão de que todo contribuinte é sonegador ou age de má fé. Temos mudado essa visão. Graças aos secretários da Fazenda, desde João Andrade, passando por Oliveira Júnior e agora com Jefferson Passos, temos garantido uma boa aproximação, para que tenhamos um novo modelo de atuação junto ao Fisco. E, além disso, também nos aproximamos muito da Seplag. Já tivemos algumas reuniões com a superintendente de compras para discutirmos sobre o melhor uso do poder de compra do Estado. Isto faz com que as empresas estejam mais preparadas para participar dos editais, faz também com que o Estado de Sergipe compre mais das empresas locais, o que gera mais emprego e renda. Essa aproximação é saudável, porque as empresas começam a entender como funciona o sistema de compras, já que muitas não participam dos processos por desconhecimento. Há também a má interpretação do edital. As empresas acabam não participando do processo de elaboração, dando opinião sobre o serviço ou material que vai fornecer e acabam sendo criados editais que comprometem a participação de empresas locais. Então, tudo isso tem sido discutido. Já conseguimos fazer com que a superintendente de compras enviasse um email para todos os órgãos do Estado orientando sobre encaminhar pedidos de cotações para o Fórum. Feito isso, a gente tem encaminhado para todos os associados esses pedidos e eles já estão tendo um bom retorno nisso. Ou seja, o Fórum acaba realizando o papel de gerar negócios para o associado.”

Relação com o governo e prefeitura

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“Temos tido uma boa acolhida das nossas demandas por parte do governo, porque isso vem desde que o empresário Jorge Santana foi secretário de Indústria e Comércio. Tivemos continuidade com Zeca da Silva, que também é empresário, e agora com Saumíneo Nascimento, porque vem de banco e tem essa relação com o empresariado. Tanto que estamos fazendo o mesmo caminho com a prefeitura. Até porque o secretário de Desenvolvimento Econômico da prefeitura, Walker Carvalho, é um dos membros do fórum. Mais recentemente, convidamos Luis Durval, o secretário municipal da Infraestrutura, para colocar nossas demandas junto a ele. Porque, infelizmente, no nosso país, os governos vão muito mais para o lado político do que da própria visão da sociedade do melhor para o cidadão. A gente não entra nesta seara, mas cobra o que deve ser cobrado. Assuntos polêmicos, como a questão da Beira Mar, por exemplo, questionamentos o secretário sobre o porquê daquilo e como o Fórum, com sua força, poderia contribuir para revolver aquela questão. Cobramos também sobre a descontinuidade dos governos. Precisamos de coisas que sejam contínuas, independentemente, de quem entra e quem sai do governo. E precisamos também que as obras sejam mais céleres.”

Aproximação do Legislativo

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“Iremos inserir no próximo almoço, nesta terça-feira, o Poder Legislativo. Queremos uma aproximação com as esferas federal, estadual e municipal, porque, hoje, na hora de buscar os nossos pleitos junto aos nossos representantes, temos dificuldades. Os evangélicos e os ruralistas, por exemplo, têm suas bancadas. E os empresários? Onde está a bancada dos empresários, que são os responsáveis por mover este país? Não tem Temos poucos. É como Laércio Oliveira, que tem feito um grande trabalho. Como essa causa do FGTS, que perdemos. Precisamos mudar. Nos aproximar. Na terça-feira, a convidada é a presidente da Assembleia, a deputada Angélica Guimarães, para começar essa aproximação. Queremos ter uma comunicação sobre os projetos que estão lá, até mesmo antes de ir para a pauta, para que a gente possa discutir, como também possamos propor projetos que beneficiem não só o empresariado. Vamos convidar também o presidente da Câmara, o vereador Vinicius Porto, para que a gente possa interagir melhor, ter noção do que está sendo feito, propor novos projetos de interesse do fórum e da sociedade como um todo. Esse é outro trabalho que essa coordenação está fazendo, sem nenhuma tendência partidária, sem nenhum predileção por A ou B.”

Intervenção do governo na economia

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“Temos um cambio flutuante, mas o Banco Central não deixa flutuar para onde ele quer. Quando está passando a flutuar para um lado que ele não quer, começa a mexer no mercado, vender dólar, aumenta a taxa Selic para diminuir a inflação. No caso dos combustíveis, para não aumentar o preço, prefere dar prejuízo a Petrobras. Tudo isso é um mecanismo complexo. Agora o governo, no papel dele de agência, ainda deixa muito a desejar. Temos Anatel, ANS, ANTT, várias agências, que no final das contas têm papel importante, mas não o exerce. Você tem uma Infraero, que é uma empresa riquíssima, mas os aeroportos estão com muitos serviços terceirizados. Começa-se a perceber ineficiência em tudo. Precisa mudar isso. Está se mudando, mas a passos lentos. Vimos esses movimentos sociais, parte um pouco desse descontentamento. As pessoas estão mais conectadas. Tem mais conhecimento, já está mudando o nível, com a classe media se envolvendo. Acho que foi um alerta para os políticos naquela hora. Mas depois começa tudo a voltar ao que era antes. Precisamos dar uma resposta. Acho que em 2014, nas eleições, esses movimentos voltarão e a coisa talvez mude. Só tem um jeito: mudando pessoas, mudando sistema. Não vai conseguir mudar as coisas com quem está aí, pois os que estão querem que continue o mesmo sistema.”

Filiação de empresários a partidos políticos

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“É bom. Toda a renovação na política é interessante. Aqui em Sergipe mesmo há pouquíssima renovação. Os políticos que vão disputar agora em 2014 são os mesmos. Política, em todo país desenvolvido, não é carreira. No Brasil, é carreira, é profissão. O cara é político há 20, 30 anos, não quer largar o osso. Se possível quer sair do congresso direto para o caixão. Tem que dar sua contribuição e ponto. Se fosse coisa ruim, não se estaria brigando tanto. A partir do momento que mudasse esse modelo, que passasse a receber o salário, mas sem tantas mordomias, passasse a ser visto como um cidadão comum, ser julgado pela justiça comum, muitos que aí estão perderiam o interesse. E outras pessoas buscariam esse caminho e fariam com amor e paixão no sentido de querer ajudar e contribuir.”

Reforma tributária

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“A questão tributária, atualmente, gera um custo enorme para as empresas. Não se aguenta mais. Legislação complexa. O empresário fica totalmente descoberto, porque não há um empresário sequer, de uma pequena empresa a uma grande indústria, que não esteja sujeito a cometer equívocos formais. Não é sonegação. Às vezes, é um erro na entrega de um documento, em relação a um prazo e aí já vem uma multa e essas multas são muito injustas porque são calculadas no modelo antigo. A reforma tributária é urgente, urgentíssima. Hoje o que se faz é remendo, o que só gera descompensação para o país. Dá um remédio por um lado e gera efeito colateral em outro. Você vê essa guerra fiscal entre os Estados. Isso mata o Estado e interfere na arrecadação. Sei que dentro desse modelo não tem jeito, para atrair tem que fazer concessões, mas e os danos? Outra coisa é a substituição tributária. Arrebentou com as pequenas e médias empresas."

Mercado de Sergipe

“O mercado sergipano tem algumas particularidades. O comércio tem sofrido um pouco. Pela própria retração do mercado. O próprio enfraquecimento do governo, com relação a recursos para injetar no Estado, é danoso, porque dentro da nossa economia, o recurso público é muito importante. Na parte de serviços, as empresas têm se capacitado melhor. Na parte do turismo e dos serviços terceirizados tem evoluído também. Na indústria, alguns setores têm se destacado mais. Dentro do contexto atual, no Nordeste, Sergipe ainda se mantém num patamar razoável, mas poderia estar em outro nível de pujança, mas se tivesse uma ambientação favorável, até porque se gerou uma expectativa muito grande no país, por causa da Copa, do PAC. A perspectiva versus a realidade não está equilibrada. Está abaixo do esperado.”

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