Movimentos sociais pedem cassação de Agamenon

Sessão da Câmara de Vereadores em Aracaju desta terça-feira (10) foi muito tumultuada; dezenas de mulheres, representando cerca de 20 entidades, ocuparam a galeria e a entrada do prédio para protestar contra o vereador Agamenon Sobral (PP) e pedir a cassação de seu mandato; uma nota de repúdio foi lida na tribuna; vereadores de oposição são unânimes em reconhecer excesso nas declarações de Agamenon; ele rebate acusações e diz que manterá estilo; vereador Iran Barbosa denuncia ameaça; Comissão de Ética avaliará situação; presidente da Câmara, Vinicius Porto, diz que discussões são "normais"

Sessão da Câmara de Vereadores em Aracaju desta terça-feira (10) foi muito tumultuada; dezenas de mulheres, representando cerca de 20 entidades, ocuparam a galeria e a entrada do prédio para protestar contra o vereador Agamenon Sobral (PP) e pedir a cassação de seu mandato; uma nota de repúdio foi lida na tribuna; vereadores de oposição são unânimes em reconhecer excesso nas declarações de Agamenon; ele rebate acusações e diz que manterá estilo; vereador Iran Barbosa denuncia ameaça; Comissão de Ética avaliará situação; presidente da Câmara, Vinicius Porto, diz que discussões são "normais"
Sessão da Câmara de Vereadores em Aracaju desta terça-feira (10) foi muito tumultuada; dezenas de mulheres, representando cerca de 20 entidades, ocuparam a galeria e a entrada do prédio para protestar contra o vereador Agamenon Sobral (PP) e pedir a cassação de seu mandato; uma nota de repúdio foi lida na tribuna; vereadores de oposição são unânimes em reconhecer excesso nas declarações de Agamenon; ele rebate acusações e diz que manterá estilo; vereador Iran Barbosa denuncia ameaça; Comissão de Ética avaliará situação; presidente da Câmara, Vinicius Porto, diz que discussões são "normais" (Foto: Valter Lima)


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Valter Lima, do Sergipe 247 - A sessão da Câmara de Vereadores em Aracaju nesta terça-feira (10) foi muito tumultuada. Dezenas de mulheres, representando cerca de 20 entidades, ocuparam a galeria e a entrada do prédio para protestar contra o vereador Agamenon Sobral (PP) e pedir a cassação de seu mandato. Uma representante da Marcha Mundial das Mulheres, Emanuelle Suzart, ocupou a tribuna livre para ler uma nota de repúdio contra recentes declarações do parlamentar contra professores e enfermeiras.

"As entidades repudiam as agressões verbais sexistas do vereador Agamenon Sobral, que ultrapassou todos os limites não só do decoro parlamentar, mas também do respeito à sociedade. Ele tem se utilizado da imunidade parlamentar para agredir trabalhadores do serviço público e as suas organizações sociais. O ápice da grosseria ocorreu no dia 3 de junho quando agrediu a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Enfermagem, Flávia Brasileiro", diz a nota.

No documento, as entidades afirmam que o vereador acusou as enfermeiras de fazerem "boquete" nos médicos e mandou a presidente do sindicato da enfermagem "se fuder". "Essas expressões demonstram desequilíbrio para o cargo político que ele ocupa, de representante do povo, cuja função impõe o dever político de representar os anseios da sociedade e não desqualificar quaisquer categorias", critica.

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O texto ainda aponta que Agamenon Sobral já fez "uso de expressões consideradas impróprias contra outros vereadores ou acusações levianas, sem comprovação". "Por todas essas razões, conclamamos que após mais essa intolerável postura condenável do vereador Agamenon Sobral, a Mesa Diretora do parlamento aracajuano faça valer o artigo 98 da Lei Orgânica de Aracaju, que com certeza conduzirá com quebra de decoro parlamentar, devendo por esse motivo ser punido com a cassação de seu mandato", completa.

VEREADORES DA OPOSIÇÃO CRITICAM

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Entre os vereadores, a opinião em relação às atitudes de Agamenon é unânime: ele se equivoca e se excede quando agride e quando generaliza. "Agamenon, enquanto fiscal, cumpre a função básica do vereador. Ele pode fiscalizar médicos, professores, mas tem que respeitar os segmentos, as mulheres, os profissionais. Não pode tratar com certos termos. Sou da Comissão de Ética e vamos tomar uma posição firme. Nunca vi isso na Câmara antes", afirmou Emannuel Nascimento (PT).

"Somos muitas mulheres que se sentem agredidas pelas falas de Agamenon e de tantos Agamenons que se reproduzem pelo país. Nossa luta é por qualidade de vida, por um dia a dia que a gente possa sair nas ruas e não estar sujeita a todo tipo de agressão. Além de ser extremamente grosso, ele é machista e pratica a violência de gênero", disse Lucimara Passos (PC do B), que, durante discurso de Agamenon, ficou em pé e de costas para ele, em protesto.

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Iran Barbosa (PT) ressaltou que é "preciso ter um freio nas práticas de Agamenon". "Esta Casa deve ser um espaço de debate com qualidade e não ter a calúnia como regra, nem a agressão", reiterou. Lucas Aribé (PSB) cobrou "dignidade à pessoa humana". "Temos assistido muitas agressões e tratamentos desiguais nesta Casa", completou.

"CORAGEM"

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Ao fazer seu discurso, Agamenon cobrou da Casa Legislativa uma posição contra as declarações da sindicalista Flávia Brasileiro. "O áudio da sessão não consta o que ela tem dito que eu pronunciei. A Mesa Diretora tem que tomar uma posição, que ela seja banida desta tribuna, porque ela denegriu a imagem desta casa", afirmou.

Ele também rebateu a crítica feita pelo vereador Iran Barbosa (PT), em entrevista ao Sergipe 247, que definiu a atitude dele como "covarde e sensacionalista". "Professor Iran, sou realmente covarde. Sabe por quê? Eu não tenho a coragem que o senhor tem. Tenha certeza que vou morrer sem ter a coragem que o senhor tem", afirmou Agamenon.

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O parlamentar disse que continuará cobrando das categorias de trabalhadores, como professores e médicos, que cumpram suas atividades. "Tenho a relação dos médicos do PSF, em que um médico na letra R tem salário de R$ 17 mil. Alguns desses médicos não vão para os postos de saúde. Essa é a minha batalha. Fazer com que os profissionais bem pagos vão trabalhar", disse.

Agamenon ressaltou que não se intimida com as manifestações dos sindicatos contra ele. "Me intimida tanto que fui para a janela mandar beijinho. O povo de Aracaju e Sergipe estão a meu favor. [Esses sindicalistas] vão chorar, porque vou passar quatro anos denunciando e fiscalizando e eles vão ter que trabalhar", avisou.

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"NORMAL"

O presidente da Câmara, Vinicius Porto (DEM), disse "ser normal" as manifestações dos sindicatos. "Essa casa é política. A população quando está insatisfeita vem discutir e a Casa faz o seu papel", frisou. Cauteloso, ele afirmou ainda que "quando se generaliza, há um excesso" por parte do vereador, mas evitou fazer uma avaliação mais crítica. "Temos que aguardar primeiro a posição da Comissão de Ética", ressaltou.

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O presidente da comissão, Agnaldo Feitosa (PR) disse que o colegiado "tomará a mais justa das decisões". "Já ouvimos a vereadora Lucimara, ouviremos Agamenon", disse. Ele ressaltou, no entanto, que o Agamenon não xingou Flávia Brasileiro. "Eu não confirmo a segunda agressão. Posso garantir em público que ele não pronunciou aquelas palavras", disse.

AMEAÇA

Ao final da sessão, Iran disse que se sentiu ameaçado por Agamenon. "Deixo registrado que hoje eu me senti ameaçado [com o discurso de Agamenon]. E eu quero acreditar que o vereador Agamenon é um adversário, mas não inimigo. Disputo com ideias e no debate, não na linha da agressão, mas não vou me intimidar", ressaltou. Agamenon negou que tenha ameaçado o colega. "Tenha certeza que mal nenhum eu lhe quero", disse.

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