Chega a 90 número de ações de políticos contra imprensa e redes sociais

Passados os primeiros 50 dias da campanha eleitoral, os partidos, coligações e candidatos já entraram com 90 representações contra jornalistas e radialistas, emissoras de TV e rádio, jornais, sites e publicações nas redes sociais; desse montante, em 70% dos casos, as ações partem do agrupamento liderado por Eduardo Amorim, candidato a governador pelo PSC; coligações “Agora Sim” e “Digo Sim a Sergipe”, o próprio Amorim e seu irmão, Edivan Amorim, são os principais autores das representações; se no primeiro mês de campanha, o grupo de oposição entrou com 30 ações contra a imprensa, agora, aumentou, consideravelmente, as representações contra perfis do Facebook

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3d illustration of a large chrome "at" symbol with a heavy-duty metallic padlock clamped onto it (Foto: Valter Lima)


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Valter Lima, do Sergipe 247 - Passados os primeiros 50 dias da campanha eleitoral, os partidos, coligações e candidatos já entraram com 90 representações contra jornalistas e radialistas, emissoras de TV e rádio, jornais, sites e publicações nas redes sociais. Desse montante, em 70% dos casos, as ações partem do agrupamento liderado por Eduardo Amorim, candidato a governador pelo PSC. As coligações “Agora Sim” e “Digo Sim a Sergipe”, o próprio Amorim e seu irmão, Edivan Amorim, são os principais autores das representações.

Se no primeiro mês de campanha, como revelou o Sergipe 247 (leia aqui), o grupo de oposição entrou com 30 ações contra a imprensa, agora, aumentou, consideravelmente, as representações contra perfis do Facebook. Entre 13 e 23 de agosto, só Edivan Amorim entrou com 11 ações deste tipo, sob o argumento de ter sido alvo de crítica negativa e ofensas. Há processos de autoria dele contra a empresa de monitoramento de mídia ComsensoWeb (que retirou seu perfil do ar) e contra pessoas físicas, inclusive jornalistas e políticos, como os deputados federais Almeida Lima (PMDB) e Mendonça Prado (DEM).

Em relação ao parlamentar do DEM, a polêmica vem tomado grandes proporções. Mendonça acusa a coligação da qual ele faz parte de impedi-lo de aparecer na propaganda eleitoral no rádio e na TV. Por isso, o demista tem feito críticas, quase diárias, contra Eduardo e Edivan Amorim, nas redes sociais. Mas o próprio Mendonça já entrou na Justiça para garantir seu direito de aparecer no horário eleitoral. Ele obteve liminar favorável, mas a coligação continua sem colocá-lo no rádio e na TV.

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Das 90 representações feitas por partidos, candidatos e coligações, entre os dias 6 de julho e 26 de agosto, 62 ações foram de autoria do agrupamento de Eduardo Amorim, enquanto 28 partiram da chapa encabeçada pelo governador Jackson Barreto.

Dos processos mais recentes, há uma ação do candidato governista contra o Google, no qual ele pede a retirada de dois vídeos do ar. A Justiça acatou parcialmente ao pedido e determinou a exclusão do vídeo que utiliza o jingle da campanha de JB e insere imagens negativas contra o governo. Já a coligação “Agora Sim” entrou com novas representações contra o Jornal do Dia, o portal Brasil 247 e a rádio 103 FM.

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A maioria das representações pede direito de resposta, aplicação de multa e até suspensão do programa ou retirada da emissora do ar. Muitas ações têm sido indeferidas. Já há casos, inclusive, de processos arquivados. A maioria ainda prossegue em tramitação.

Entrevistado pelo 247, o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas, Celso Schröder, disse ver "cerceamento e inibição" do jornalismo nas ações dos políticos. "Essas ações, de políticos em tempo de eleições, crescendo contra jornalistas e veículos de imprensa, caracterizam uma tendência ao cerceamento do trabalho. Não chega a ser uma censura, porque dizer isso é um exagero, mas é uma inibição da atividade jornalística, o que é prejudicial para a democracia", afirmou Schröder.

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Ele ressalta que contra o "exagero e equívoco" do jornalista, devem ser aplicados mecanismos "a posteriori" e não se estabelecer proibições prévias. "Um blog fora do ar, um jornal impedido de citar determinados candidatos me parece muito prejudicial", avaliza (leia a entrevista completa aqui).

 

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