“Dilma deve liderar pacto pela mobilidade urbana”

Ao 247, secretário nacional de Juventude do PT, Jefferson Lima, defende que a presidente Dilma Rousseff (PT) desencadeie uma discussão em torno de um pacto nacional pela mobilidade urbana, tendo como principal bandeira zerar a tarifa do transporte público; "O governo precisa criar mecanismos de mais diálogo com a população em relação ao tema da mobilidade urbana e da tarifa zero e precisa adotar o transporte público como uma necessidade básica, assim como é a saúde e a educação", diz; para ele, Dilma deve ser "mais ousada" ao lidar com o tema; nesta entrevista, petista ainda discute a regulação da mídia e rebate crítica de Marta Suplicy; sergipano, ele cobra unidade dentro do PT local

Ao 247, secretário nacional de Juventude do PT, Jefferson Lima, defende que a presidente Dilma Rousseff (PT) desencadeie uma discussão em torno de um pacto nacional pela mobilidade urbana, tendo como principal bandeira zerar a tarifa do transporte público; "O governo precisa criar mecanismos de mais diálogo com a população em relação ao tema da mobilidade urbana e da tarifa zero e precisa adotar o transporte público como uma necessidade básica, assim como é a saúde e a educação", diz; para ele, Dilma deve ser "mais ousada" ao lidar com o tema; nesta entrevista, petista ainda discute a regulação da mídia e rebate crítica de Marta Suplicy; sergipano, ele cobra unidade dentro do PT local
Ao 247, secretário nacional de Juventude do PT, Jefferson Lima, defende que a presidente Dilma Rousseff (PT) desencadeie uma discussão em torno de um pacto nacional pela mobilidade urbana, tendo como principal bandeira zerar a tarifa do transporte público; "O governo precisa criar mecanismos de mais diálogo com a população em relação ao tema da mobilidade urbana e da tarifa zero e precisa adotar o transporte público como uma necessidade básica, assim como é a saúde e a educação", diz; para ele, Dilma deve ser "mais ousada" ao lidar com o tema; nesta entrevista, petista ainda discute a regulação da mídia e rebate crítica de Marta Suplicy; sergipano, ele cobra unidade dentro do PT local (Foto: Valter Lima)


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Valter Lima, do Sergipe 247 - O secretário nacional de Juventude do PT, Jefferson Lima, defende, em entrevista ao 247, que a presidente Dilma Rousseff (PT) desencadeie uma discussão em torno de um pacto nacional pela mobilidade urbana no país, tendo como principal bandeira zerar a tarifa do transporte público. "O transporte coletivo é um direito essencial. Isso será concreto quando existir a Tarifa Zero", defende.  

"O governo precisa criar mecanismos de mais diálogo com a população em relação ao tema da mobilidade urbana e da Tarifa Zero. O governo, através de suas políticas, precisa adotar o transporte público como uma necessidade básica, assim como é a saúde e a educação. Toda vez que o sistema atual entra em crise, todas as saídas paliativas recaem no orçamento dos usuários do transporte público. Isso não pode mais acontecer. A sociedade brasileira rejeita totalmente esse tipo de ações e medidas que quem mais sofre são os trabalhadores, os jovens e a população mais pobre do nosso país", complementou.

Nesta entrevista, Jefferson Lima também ressalta a importância da regulação da mídia. "Não podemos aceitar o atual sistema que impera na mídia brasileira. A indicação do ministro Berzoini foi muito comemorada e a nossa expectativa é que essa pauta avance muito no Brasil. Precisamos de fato fazer valer a democracia brasileira dentro dos meios de comunicação", defende.

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Ele também rebate a declaração recente da senadora Marta Suplicy, que disse que "ou o PT muda ou o PT acaba".  "A Marta fez um declaração ruim. O PT vai completar 35 anos e ao longo desse período vem passando por mudanças. Neste momento acredito que precisamos mudar e aperfeiçoar em alguns aspectos. A mudança precisa acontecer através das nossas instâncias de formulação e decisão. Este ano por exemplo temos o Congresso do PT que irá debater as mudanças necessários para o partido. A forma como a senadora Marta Suplicy colocou não ajuda em nada", afirmou ele.

Sergipano, Jefferson ainda trata da política estadual e cobra unidade dentro do PT local. "É preciso ter compreensão que somente com uma forte unidade vamos conseguir colocar novamente o PT na linha de frente da política sergipana. Vários exemplos mostram onde o PT está muito divido, o partido fica enfraquecido. Exemplo disso aconteceu no último pleito eleitoral em Sergipe onde o PT diminuiu seu tamanho no parlamento e no executivo, na contramão do que que aconteceu nas últimas gestões. Os nossos maiores desafios são externos. As disputas mais fortes precisam ser feitas na sociedade", ressalta.

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Confira a entrevista na íntegra:

Sergipe 247 - Tem ganhado destaque nacional a sua defesa pela tarifa zero no transporte público. Explique melhor. É possível implementar no Brasil?

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Jefferson Lima - Recentemente publiquei um artigo na defesa da Tarifa Zero no transporte público no Brasil. A não garantia do “direito de ir e vir” é um dos grandes problemas das nossas cidades. É o tema que todo início de ano é recorrente e gera um intenso debate em todo país. Este direito é inacessível a uma grande parte da população brasileira que nela vive. É necessário uma nova concepção quanto ao modelo de financiar os serviços de transporte coletivo. Isso vai acontecer quando de fato existir um grande pacto nacional, que envolva municípios, estados e união. Existe hoje em discussão várias formas de se chegar a tarifa zero. Propostas através de um Fundo de Transportes, através do IPTU, um maior investimento através da CIDE, das taxações das grandes fortunas, dos royalties do petróleo etc. O transporte coletivo é um direito essencial. Isso será concreto quando existir a Tarifa Zero.

247 -  Você cobrou mais ousadia da presidente Dilma em relação ao tema da tarifa zero. Como o governo federal pode atuar nessa questão?

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JL - Acredito que o governo precisa criar mecanismos de mais diálogo com a população em relação ao tema da mobilidade urbana e da Tarifa Zero. O governo, através de suas políticas, precisa adotar o transporte público como uma necessidade básica, assim como é a saúde, educação etc. Toda vez que o sistema atual entra em crise, todas as saídas paliativas recaem no orçamento dos usuários do transporte público. Isso não pode mais acontecer. A sociedade brasileira rejeita totalmente esse tipo de ações e medidas que quem mais sofre são os trabalhadores, os jovens e a população mais pobre do nosso país. O governo da presidenta Dilma precisa puxar a responsabilidade desse pacto nacional pela mobilidade urbana no Brasil. Essa ousadia precisa acontecer neste próximo governo.

247 - A defesa da tarifa zero é uma agenda do PT que será apresentada à presidente Dilma?

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JL - Com certeza. O PT já debate essa pauta. Em vários fóruns e espaços do partido esse debate sobre a Tarifa Zero é forte, principalmente na Juventude do PT. Hoje o partido coloca em prática, como por exemplo na gestão municipal na cidade de Maricá(RJ), onde o prefeito do PT criou uma empresa municipal de transporte e instituiu a Tarifa Zero em toda cidade. A tarifa zero é um incentivo ao desenvolvimento econômico das cidades e de todo Brasil.

247 - As manifestações contra o aumento da tarifa do transporte voltaram a ocorrer em SP e no Rio. Você acredita que os protestos de julho de 2013 poderão se repetir? Será que os reajustes poderão ser revistos?

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JL - Os protestos e as manifestações são importantes para democracia brasileira. As mobilizações devem continuar neste ano. Acredito que em menor dimensão porque inclusive tivemos algumas conquistas significativas nos últimos períodos. Para que a população possa ter mais conquistas é necessário a luta social. Travar um bom processo de mobilização, com a diversidade dos movimentos, para avançar na melhoria da mobilidade urbana e da Tarifa Zero que está relacionada com outras demandas e outros direitos igualmente negados ainda pelo estado brasileiro. Não adianta somente rever os reajuste. É preciso mudar todo o sistema de mobilidade no Brasil. Independente de governo e partido, a luta pela tarifa zero é uma ação legítima que busca ampliar o direito à cidade para uma imensa parcela da população que hoje não possui.

247 - Ainda falando da "ousadia" que você cobrou do governo Dilma, quais são os principais desafios da presidente para os próximos quatro anos em relação a temas que tem relação direta com a juventude como transporte, educação, esporte, emprego e cultura?

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JL - Fiquei muito feliz com a prioridade da presidenta Dilma em relação a educação brasileira. Acredito que esse seja o caminho para o nosso país. Avançamos muito nos últimos períodos da educação brasileira. Incluímos milhões de jovens que nunca tiveram acesso à educação. Porém sabemos que os desafios aumenta. Esse desafio do direito a cidade para o jovem tem que ser central neste próximo período. O jovem hoje precisa ter direito a viver sua cidade, a ter acesso a cultura e de também expressar a sua construção cultural. Ligado isso temos os altos índices de assassinatos de jovens no brasil, em especial os jovens negros. É gritante e vergonhoso que todo ano, mais de 50 mil jovens são vítimas de homicídios no brasil. A presidenta Dilma precisa reforçar através de seu empenho pessoal e também dos ministérios o Plano Juventude Viva. É necessário um grande Pacto Nacional para acabar esse genocídio dos jovens negros no país. Assim como existiu o Pacto para acabar com a fome é preciso um Pacto para acabar com o genocídio. Pensar também um novo modelo de segurança pública que passe por uma nova formação das policias no Brasil, além da aprovação imediata do Projeto de Lei 4471/12 que acaba com os Autos de Resistência. Temas como o combate a homofobia, política de drogas, indígenas, meio-ambiente precisam ser de fato encaradas também com mais prioridade neste próximo governo. Para que isso ocorra é preciso que todos os ministérios e o núcleo central de governo coloque isso como prioridade, envolvendo a cultura, educação, direito à cidade, empreendedorismo juvenil, valorização das expressividades juvenis e oportunidades emancipadoras para os jovens, principalmente das periferias.

247 - Como o PT avalia a formação da nova equipe de ministros? O partido foi contemplado satisfatoriamente?

JL - Uma avaliação tranquila, dentro das possibilidades colocadas na atual conjuntura. Porém com alguns pontos negativos, como a indicação da Katia Abreu e outras bem positivas como a do ministro Ricardo Berzoini, do ministro Patrus Ananias, do ministro Juca Ferreira, do Carlos Gabas, do ministro Miguel Rosseto entre outras.

247 - Com Berzoini na pasta das Comunicações será possível fazer a lei de Mídia e a democratização da mídia? Que modelo o PT defende? Concorda com o modelo português que tem a simpatia da presidente Dilma?

JL - A aprovação da Lei de Mídia é central para o PT, para nossa juventude e para o conjunto dos movimentos sociais. Não podemos aceitar o atual sistema que impera na mídia brasileira. A indicação do ministro Berzoini foi muito comemorada e a nossa expectativa é que essa pauta avance muito no Brasil. Precisamos de fato fazer valer a democracia brasileira dentro dos meios de comunicação. O PT não tem um modelo padrão definido. Estamos dialogando, conversando com diversos setores para avaliar o melhor cenário e modelo para avançar na democratização das comunicações no Brasil. A certeza é que não pode continuar no modelo atual. De forma imediata é colocar em pratica o que já consta na constituição brasileira. Existem hoje alguns avanços que aconteceram no mundo, como por exemplo em Portugal, na Inglaterra e na Argentina. São vitórias importantes que serve como exemplo para o nosso país.

247 - A senadora Marta Suplicy deu uma polêmica entrevista no último fim de semana com críticas duras à presidente Dilma e deu um ultimato: "ou o PT muda ou o PT acaba". Qual a sua opinião em relação a esta declaração? O PT precisa mudar?

JL - A Marta fez um declaração ruim na minha avaliação. O PT vai completar 35 anos e ao longo desse período vem passando por mudanças. Neste momento acredito que precisamos mudar e aperfeiçoar em alguns aspectos. A mudança precisa acontecer através das nossas instâncias de formulação e decisão. Este ano por exemplo temos o Congresso do PT que irá debater as mudanças necessários para o partido. A forma como a senadora Marta Suplicy colocou não ajuda em nada. No partido existe os fóruns e espaços adequados para fazer os debates internos do PT.

247 - Como está hoje a relação do PT com os movimentos sociais? Num ano que aponta para crises financeiras, é possível manter o apoio dos sindicatos e centrais ao governo?

JL - A relação do PT com os movimentos sociais existem desde a criação do partido. Isso precisa continuar e avançar cada vez mais. A luta institucional que hoje existe através de ações do governo precisa ser casada com a luta social que o partido constrói em sintonia com os movimentos. O compromisso de campanha precisa ser executado. Nenhum direito a menos para aqueles que mais precisam, principalmente para os trabalhadores(as). O apoio dos sindicatos e das centrais irá acontecer nas conquistas que o governo aprovar para a classe trabalhadora. Esse é o período de Mais Mudanças e Mais Futuro. Foi esse o lema da campanha.

247 - Sobre a política sergipana, a formação do governo de Jackson Barreto contemplou bem o PT?

JL - O PT teve um papel fundamental dentro da eleição do governador Jackson Barreto. Acredito que o processo poderia ter sido feito com mais diálogo, respeitando a diversidade da direção e das forças do PT.

247 - A sua corrente dentro do PT local tem estado sempre em rota de colisão com o grupo do presidente Rogério Carvalho, o que tem gerado prejuízos para o seu bloco, como, por exemplo, a falta de indicação para o governo de JB. Qual a sua avaliação do quadro atual em Sergipe?

JL - O PT em todo Brasil é composto por uma diversidade de grupos, correntes, forças etc. Em Sergipe não é diferente. Hoje no estado um novo grupo possui a maioria da direção. Eu sempre fui e serei da Articulação Unidade na Luta-CNB e respeitamos bem as divergências de opiniões e de construção de outros grupos. Discordo em alguns aspectos da construção da atual direção em Sergipe. É preciso ter compreensão que somente com uma forte unidade vamos conseguir colocar novamente o PT na linha de frente da política sergipana. Vários exemplos mostram onde o PT está muito divido, o partido fica enfraquecido. Exemplo disso aconteceu no último pleito eleitoral em Sergipe onde o PT diminuiu seu tamanho no parlamento e no executivo, na contramão do que que aconteceu nas últimas gestões. Os nossos maiores desafios são externos. As disputas mais fortes precisam ser feitas na sociedade.

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