Documentário sobre Joel Silveira é uma lição de jornalismo

Documentário “Garrafas ao mar: a víbora manda lembranças”, de Geneton Moraes Neto, exibido na Globo News mostra como se deu a carreira de Joel Silveira, jornalista sergipano, considerado o maior repórter brasileiro; para ele, “o repórter tem que ser humilde e isento e deve olhar a noticia como um cristão, um homem de fé, olha Deus”

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Valter Lima, do Sergipe 247 - “Uma das tarefas do jornalismo é produzir memória”. É com esta declaração que o jornalista Joel Silveira, considerado o maior repórter brasileiro, que “um dia tinha saído de Sergipe a tentar a vida no Rio de Janeiro”, é apresentado ao telespectador no documentário “Garrafas ao mar: a víbora manda lembranças”, de Geneton Moraes Neto, exibido no último sábado (2) na TV Globo News - e reexibido no dia seguinte.

A trajetória do jornalista sergipano é o tema do primeiro documentário produzido pela emissora de TV fechada. Além da exibição do ultimo final de semana, o programa irá ao ar novamente no sábado (23), às 15h30.

Com o recorte de entrevistas realizadas com Nelson Rodrigues, Darcy Ribeiro, Carlos Drummond de Andrade, Ernesto Geisel, Fernando Sabino e Paulo Francis, o jornalista Joel Silveira vai sendo inserido no documentário, com leituras de textos dele feitas pelos atores Carlos Vereza, Othon Bastos e pelo jornalista Geneton Moraes Neto – este último, diretor do documentário, que conviveu com Joel por 20 anos.

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Trechos de reportagens marcantes do jornalista sergipano, como uma viagem a Bogotá, a entrevista do presidente Getúlio Vargas e uma matéria sobre os costumes da sociedade paulistana (esta última lhe rendeu a alcunha de “a víbora”, por Assis Chateaubriand, após ler o texto), entre outras, são lidas ao longo do documentário.

O próprio Joel Silveira aparece por diversas vezes no programa sendo entrevistado por Geneton, descrevendo alguns de seus principais entrevistados e falando sobre experiências profissionais e a própria vida. A participação de Joel na fundação do partido Socialista Brasileiro (PSB) é lembrada no documentário.

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Ao longo do documentário, que dura aproximadamente uma hora e 15 minutos, lições de Jornalismo são passadas de forma muito natural, dentro do contexto de descrição da vida de Joel Silveira.

“Qualquer atividade jornalística que não fosse a reportagem é um grande desperdício de tempo e energia. É claro que não é bem assim, mas não custa nada fazer de conta. O que fiz ali durante anos foi uma espécie de curso intensivo de jornalismo”, afirma Geneton, ao falar de suas experiências com Joel.

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Em seguida, o próprio Joel afirma que “o repórter tem que ser humilde e isento e deve olhar a noticia como um cristão, um homem de fé, olha Deus”. E emenda: “Não se discute com a notícia”. O documentário deixa clara a força literária dos textos do seu protagonista, sempre muito sagaz e irônico.

No programa, das poucas referências que são feitas sobre Sergipe, onde nasceu Joel, é citado que ele foi secretário da Cultura em Aracaju. Neste trecho, o jornalista lembra que, nesta época, mesmo agnóstico, seu melhor amigo era o cardeal da cidade, Dom Luciano Cabral Duarte. “Ele era a pessoa com quem eu conversava. Nem eu falava de mulher, nem ele falava de Deus, e a gente se entendia a mil maravilhas”, lembra.

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Ao ser questionado por Geneton sobre o que escreveria sobre si próprio em um artigo, Joel respondeu que resumiria sua vida em uma frase: “Eu vi a banda passar”. Logo, explica: “Minha vida inteira foi ver várias bandas passar. Ser repórter não é fazer parte da banda, é ver a banda passar”. 

Joel Silveira nasceu no município de Lagarto (SE), em 1918, e faleceu no Rio de Janeiro, em 2007.

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