O 101º dia de João Alves na prefeitura

Foi consenso entre as avaliações dos primeiros 100 dias que a nova gestão perdeu muito tempo tratando da situação financeira deixada pela administração passada; também foram unânimes as avaliações de que, além do anúncio de algumas obras pequenas e a criação do programa Prefeitura nos Bairros, não houve uma ação que tenha marcado substancialmente o período; se na campanha de João, o slogan era o de que “Aracaju não pode esperar”, na prática, ao chegar ao 101º dia de funcionamento da sua administração, a paciência terá que ser uma característica dominante entre os aracajuanos

O 101º dia de João Alves na prefeitura
O 101º dia de João Alves na prefeitura


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Valter Lima, do Sergipe 247 – É praxe das administrações públicas fazer um balanço dos primeiros 100 dias dos novos gestores. Em Aracaju, o prefeito João Alves Filho (DEM) não chegou a realizar qualquer atividade oficial neste sentido, mas o tema foi recorrente em diversas análises publicadas na imprensa. Foi consenso que a nova gestão perdeu muito tempo tratando da situação financeira deixada pela administração passada. Também foram unânimes as avaliações de que, além do anúncio de algumas obras pequenas e a criação do programa Prefeitura nos Bairros, não houve uma ação que tenha marcado substancialmente o período. 

Se na campanha de João, o slogan era o de que “Aracaju não pode esperar”, na prática, ao chegar ao 101º dia de funcionamento da sua administração, a paciência terá que ser uma característica dominante entre os aracajuanos. Não foram anunciadas, até o momento, soluções mais efetivas para problemas crônicos da cidade, como o estrangulamento do trânsito, as dificuldades da saúde e os gargalos do transporte público. Supõe-se que o prefeito e os secretários estejam ainda fazendo o diagnóstico dessas áreas.

É a partir desta sexta-feira (12 de março), quando inicia o seu 101º dia como gestor da capital, que João não poderá mais fugir de questões antipáticas à administração, como o reajuste da tarifa dos ônibus. Embora ele tenha entregue aos vereadores esta definição, a oposição entende que o projeto aprovado nesta semana na Câmara é inconstitucional, pois a proposta de aumento deve partir do Executivo – e não do Legislativo, como foi feito.

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Por falar em transporte público, porque o prefeito João Alves Filho e os demais gestores das cidades que dão corpo à região metropolitana não se antecipam aos reclames da Justiça em relação à licitação e preparam em conjunto uma nova proposta para organizar o sistema? Inadmissível é conviver com atrasos, ônibus velhos e muita insegurança nos terminais.

Na área da segurança, como está o andamento da formatação da nova Guarda Municipal? Quando ocorrerá o concurso para a contratação de mais homens? É certo que 2013 se encerrará sem que os guardas – sejam os que já estão no exercício da atividade ou os que entrarão pelo novo certame – estejam preparados para as novas atribuições que João disse que delegaria a eles em sua gestão.

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Outra promessa da campanha, “um amplo projeto de geração de empregos para os jovens”, até agora não se efetivou. Além da abertura de vagas no mercado de trabalho através da empresa AlmaViva, quem mantém parceria com prefeitura e Governo, não se tem ainda sinal do “Primeiro Emprego” na versão municipal.

Na Saúde, a situação é mais séria. Quem assistiu a apresentação feita pela secretária municipal Goretti Reis na quinta-feira (11) na Câmara percebeu que melhorias não serão sentidas em espaço curto de tempo. Os problemas se avolumam: o atendimento nos postos continua precário, remédios estão em falta e a realização de exames ainda demora muito.

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Da parte dos servidores municipais, a prática da paciência já incomoda. O prefeito, com seu carisma, já se reuniu com alguns setores, para acalmá-los. Mas isto não significa dizer que as demandas foram atendidas. Com data-base definida para janeiro, os trabalhadores entraram abril sem qualquer definição salarial. Antes de maio, dificilmente, terão uma resposta.

Até mesmo, ações que pareciam simples, como a entrega do Museu do Mangue e a liberação da segunda via da ponte que liga os bairros Farolândia e Inácio Barbosa, ainda não foram colocadas em prática. As duas atividades eram para ter ocorrido no mês passado.

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O 101º dia de João na prefeitura é o dia da realidade, é o dia do enfrentamento dos problemas que Aracaju enfrenta e que não serão resolvidos como num passe de mágica ou através de mutirões nos bairros. Alguns setores ainda estão totalmente esquecidos, como o Turismo e a Ação Social, duas áreas onde o atual prefeito sempre se gabou de ser mestre.

A realidade que se colocará ao demista a partir de hoje é o da cobrança crescente da sociedade, que se impõe até mesmo aos líderes mais populares. João já disse, em mais de uma oportunidade, que é candidato a ser o melhor prefeito dos últimos tempos. Pelos primeiros 100 dias, ele é, até agora, só mais um candidato.

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