Parceiros no mercado financeiro

Escolha da corretora deve considerar bem mais que preos. Ela ter papel relevante no desempenho do investidor

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Parceiros no mercado financeiro (Foto: Shutterstock)


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Luciane Macedo _247 - Escolher uma corretora é mais do que simplesmente decidir quem vai executar ordens de compra e venda, funcionando como um intermediário entre o investidor e o mercado financeiro. A corretora será parceira do investidor e, como tal, terá participação ativa no seu sucesso. Para que as melhores expectativas se realizem, a escolha da corretora deve considerar alguns aspectos importantes (veja no gráfico) que vão além da cotação de preços no mercado ou da indicação de amigos -- em geral, os primeiros considerados. As menores taxas nem sempre serão as mais vantajosas para todos e a melhor corretora para um tipo de investidor não será, necessariamente, a mais adequada para uma variedade de outros perfis.

"Muitas corretoras são voltadas para o trader profissional e o investidor avançado, enquanto outras terão como público-alvo justamente o oposto, aquele investidor iniciante", diz Márcio Rodrigues, supervisor de atendimento do RenaTrader, homebroker da corretora Renascença. "Uma corretora que use muito jargão ou ofereça produtos muito avançados ao investidor iniciante pode resultar em prejuízo para ele", orienta Rodrigues. Nesses casos, é comum que o investidor fique com a impressão de que escolheu uma corretora ruim, quando o que ocorreu, na verdade, é que a corretora não se adequava ao seu perfil.

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Essa compatibilidade entre investidor e corretora também pode ser determinante para o custo de operar no mercado. "Às vezes, a taxa de corretagem é baixa, mas não compensa pelas outras taxas", orienta Fabrício Tota, gerente de homebroker da corretora Socopa. "Se o cliente quer aplicar no Tesouro Direto e a corretora tem uma taxa alta para esse tipo de investimento, não vale a pena", exemplifica. "O investidor tem que avaliar em que tipo de mercados ele vai operar e quantas operações por mês pretende fazer para que o seu perfil seja bem casado com o da corretora". Só depois de considerada essa relação é que o investidor terá condições de avaliar as taxas de diversas corretoras e fazer a escolha mais adequada ao seu bolso e perfil.

Custódia, corretagem, manutenção e resgate de conta são algumas das taxas cobradas pelas corretoras. "O mais comum é que, quando começa a operar, o investidor opte pelas corretoras que oferecem os preços mais baixos e só depois migre para outras que tenham serviços mais completos", diz Bruno Di Giorgio, gerente de marketing da corretora Banif. "Mas os preços também terão um impacto sobre a qualidade dos serviços oferecidos", previne.

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Além dos preços, há que se observar também os descontos oferecidos aos clientes ativos ou mesmo as isenções, de acordo com o tipo de investimento. Algumas corretoras não cobram taxa de administração para quem investe em títulos do Tesouro Direto, como é o caso da Socopa e da Banif. A Socopa também isenta o investidor da taxa de custódia se ele fizer pelo menos uma operação por mês. A RenaTrader, por sua vez, tem uma taxa de corretagem mais barata para investidores iniciantes. Os clientes da Banif, segundo Di Giorgio, só pagam taxa de corretagem.

Outra variação possível é combinar várias taxas em uma só. "É uma espécie de pacotão que algumas corretoras oferecem com uma taxa fixa", explica José Alberto Netto Filho, professor de Educação Financeira da BM&FBovespa.

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O aporte inicial de capital a ser investido também tem relação direta com as taxas, lembra o professor da BM&FBovespa. "Investir mil reais em ações pode não ser vantajoso por não comportar os custos", orienta. "Cuidado com os preços, é necessário equalizar as taxas com o capital disponível para investir".

Outro fator importante na escolha da corretora é a diversidade de opções de investimento entre renda variável e renda fixa. Essa variedade pode parecer acessória em um primeiro momento, quando o investidor iniciante geralmente fica satisfeito com parte do dinheiro em ações e outra parte no Tesouro Direto, para citar um perfil bastante comum. Mas uma variedade mais ampla de opções para investir em produtos de maior ou menor risco tende a ganhar relevância com o passar do tempo, porque o perfil do investidor também tende a mudar com a experiência adquirida no dia-a-dia no mercado. "O investidor que está chegando, geralmente vai comprar ações e segurar", comenta Netto Filho. "Com o passar do tempo, ele vai dinamizando e movimentando mais a carteira", assinala o professor da BM&FBovespa. "A corretora tem que saber trabalhar o investidor na sua evolução", observa. "Caso cotrário, o cliente vai embora".

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Os canais de relacionamento com a corretora (email, chat, telefone) e as ferramentas educacionais e de atualização do que está acontecendo no mercado são fundamentais nesse processo de familiarização. "Muitos ainda chegam ao mercado sem saber nada", diz Rodrigues. "A gente pega esse investidor pela mão e direciona para os nossos cursos gratuitos e para o simulador", assinala o supervisor do RenaTrader. "O simulador é muito parecido com o nosso homebroker e oferece cotações em tempo real".

A Renascença, assim como outras corretoras, permite ao potencial investidor abrir uma conta sem compromisso para que ele conheça melhor a equipe, as ferramentas e a rotina do mercado acionário. "É possível abrir uma conta e observar o mercado sem custos", diz Rodrigues. "O investidor ganha segurança, usa o simulador e pode ver como funciona o homebroker".

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A Socopa tem um canal de atendimento exclusivamente dedicado ao usuário do homebroker da corretora. "A relação com o homebroker é mais fria, precisa de toda uma inteligência por trás", comenta Netto Filho, assinalando a importância do relacionamento com a corretora e também de serviços como análises de mercado, sejam elas setoriais, grafistas, fundamentalistas ou individuais das empresas que têm ações na Bolsa de Valores. O investidor deve estar sempre bem informado e a corretora deve ser capacitada para auxiliá-lo na sua tomada de decisões. "Homebroker não pensa, apenas executa comandos", lembra o professor da BM&FBovespa.

Além do homebroker, também é possível acompanhar e operar no mercado acionário, em tempo real, através de celulares e tablets. A Banif foi a primeira corretora a oferecer um aplicativo para o iPad, o PelicanBroker. "A demanda por investir com mobilidade é crescente", comenta Di Giorgio. "O investidor quer acessar o mercado onde quer que esteja".

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Mas como avaliar se a parceria entre investidor e corretora está dando certo? Segundo Netto Filho, essa avaliação vai muito além dos dividendos e só o tempo dirá. Ele orienta que o investidor não avalie a performance da parceria antes de seis meses ou um ano, tempo mínimo necessário para conviver com a corretora e a rotina do mercado. "É claro que todo mundo espera que a corretora mais acerte do que erre", comenta Netto Filho. "Mas julgar o desempenho de uma corretora em dois meses é precipitado", orienta o professor da BM&FBovespa. "Não dá para julgar a corretora como se ela fosse um técnico de futebol, que perde três jogos e está fora do cargo".

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