Sabesp nega racionar água: "Penalizaria população"

Em resposta à recomendação do Ministério Público, Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo informou nesta terça-feira 29 que "discorda frontalmente da imposição de um racionamento"; medida, segundo a empresa, "penalizaria a população e poderia produzir efeitos inversos daqueles pretendidos pelos procuradores"; Sabesp garante o abastecimento de toda região atendida pelo Sistema Cantareira até a chegada da próxima estação chuvosa, em outubro; "São Paulo preferiu enfrentar de forma organizada a maior estiagem de sua história", diz ainda comunicado

Em resposta à recomendação do Ministério Público, Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo informou nesta terça-feira 29 que "discorda frontalmente da imposição de um racionamento"; medida, segundo a empresa, "penalizaria a população e poderia produzir efeitos inversos daqueles pretendidos pelos procuradores"; Sabesp garante o abastecimento de toda região atendida pelo Sistema Cantareira até a chegada da próxima estação chuvosa, em outubro; "São Paulo preferiu enfrentar de forma organizada a maior estiagem de sua história", diz ainda comunicado
Em resposta à recomendação do Ministério Público, Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo informou nesta terça-feira 29 que "discorda frontalmente da imposição de um racionamento"; medida, segundo a empresa, "penalizaria a população e poderia produzir efeitos inversos daqueles pretendidos pelos procuradores"; Sabesp garante o abastecimento de toda região atendida pelo Sistema Cantareira até a chegada da próxima estação chuvosa, em outubro; "São Paulo preferiu enfrentar de forma organizada a maior estiagem de sua história", diz ainda comunicado (Foto: Gisele Federicce)


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247 - Numa decisão em que registra que "discorda frontalmente" da "imposição" do Ministério Público Federal, que havia recomendado o racionamento de água no Estado de São Paulo, a Sabesp reafirmou nesta terça-feira 29 que não irá promover cortes de fornecimento. A estatal paulista apresenta argumentos técnicos para a decisão. Os reflexos políticos, no entanto, são inevitáveis. Acredita-se que um racionamento, em razão da seca na bacia da Cantareira, prejudique a imagem do governador Geraldo Alckmin, do PSDB, candidato à reeleição. O tema tem sido explorado por seus adversários Paulo Skaf, do PMDB, e Alexandre Padilha, do PT. O governo, com a reiterado posicionamento da Sabesp, tem deixado claro que a alternativa do racionamento não consta de nenhum de seus planos.

Abaixo, notícia da Agência Brasil a respeito:

Fernanda Cruz - Repórter da Agência Brasil 

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A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) descartou, hoje (29),o racionamento de água nas regiões de São Paulo atendidas pelo Sistema Cantareira, mesmo após recomendação feita ontem (28) pelo Ministério Público Federal (MPF) para que essa medida fosse implementada. A Sabesp informou que garante o abastecimento de toda região até a chegada da próxima estação chuvosa, em outubro. Considerando que as chuvas ocorram, a garantia se estende até março de 2015.

"Embora reconheça a importância institucional do MPF, com o qual sempre colabora, a Sabesp discorda frontalmente da imposição de um racionamento. A medida penalizaria a população e poderia produzir efeitos inversos daqueles pretendidos pelos procuradores. São Paulo preferiu enfrentar de forma organizada a maior estiagem de sua história. Os esforços feitos pela população e pela Sabesp até o momento equivalem à economia que se obteria com um rodízio de 36 horas com água por 72 horas sem água", diz a nota da companhia.

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Segundo balanço divulgado hoje (29) pela Sabesp, 74% dos consumidores na Grande São Paulo diminuíram seu consumo em relação à meta. Desde 1º de fevereiro, a companhia oferece bônus de desconto de 30% na conta de água, para quem reduzir o consumo em 20%. Nas leituras feitas entre o dia 1º e 25 de julho, 46% dos consumidores reduziram o gasto dentro da meta. "Isso resulta em uma economia de 2.400 litros a cada segundo na produção de água nestas quatro primeiras semanas de julho", informa o levantamento.

Apesar dessa redução no consumo por parte da população, o nível nos reservatórios do Sistema Cantareira continua em queda e chegou hoje (29) a 15,7% da sua capacidade de armazenamento. Todo o volume útil do sistema foi consumido e resta agora apenas o volume morto - reserva técnica. Há um ano, o Cantareira trabalhava com 53,7% da sua capacidade total.

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O Cantareira, além de abastecer 9 milhões de habitantes na Grande São Paulo, atende a 5 milhões de pessoas nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Um estudo encomendado pelo Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, que representa essas cidades do interior e elaborado pela Universidade de Campinas (Unicamp), mostrou que o volume do Cantareira pode secar totalmente em menos de 100 dias. O MPF se baseou nos resultados dessa pesquisa para fazer a recomendação de racionamento ao governo estadual.

Em entrevista à Agência Brasil no último dia 14, o professor Antonio Carlos Zuffo, do Departamento de Recursos Hídricos da Unicamp, responsável pela pesquisa usada pelo MPF, disse que acompanhou a situação dos reservatórios do sistema e alerta para a possibilidade de atraso no início do período de chuvas este ano.

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"Não se pode garantir que [as chuvas] voltam em outubro. No ano passado, ela só veio na segunda metade de dezembro. Foram só 15 dias de chuvas normais no ano passado. Não sabemos se [neste ano] vai voltar com normalidade ou se vai atrasar", disse o especialista.

Zuffo defendeu uma redução na exploração da água e a implementação do rodízio como forma de garantir uma sobrevida do abastecimento. "Houve uma gestão de alto risco, o problema foi falta de planejamento, falta de investimento. A água é um recurso vital para todos os seres vivos, para todos os fins. Não poderiam ter adotado medidas com interesse meramente comercial do setor da água", declarou.

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O MPF informou, por meio de nota, que não descarta a adoção de medidas judiciais caso o governo do estado não atenda ao pedido de racionamento.

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