Professores respondem Alckmin: “está em dívida conosco”

Sindicato dos professores da rede estadual de São Paulo (Apeoesp) divulgou nota em resposta à declaração do governador, de que a categoria não está em greve no estado; "Os meios de comunicação já confirmaram in loco que a greve atinge a rede estadual de ensino em todas as regiões do estado e que o número de professores parados supera 50%, chegando em alguns momentos a 70% ou 75% da categoria", diz o comunicado

Sindicato dos professores da rede estadual de São Paulo (Apeoesp) divulgou nota em resposta à declaração do governador, de que a categoria não está em greve no estado; "Os meios de comunicação já confirmaram in loco que a greve atinge a rede estadual de ensino em todas as regiões do estado e que o número de professores parados supera 50%, chegando em alguns momentos a 70% ou 75% da categoria", diz o comunicado
Sindicato dos professores da rede estadual de São Paulo (Apeoesp) divulgou nota em resposta à declaração do governador, de que a categoria não está em greve no estado; "Os meios de comunicação já confirmaram in loco que a greve atinge a rede estadual de ensino em todas as regiões do estado e que o número de professores parados supera 50%, chegando em alguns momentos a 70% ou 75% da categoria", diz o comunicado (Foto: Gisele Federicce)


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Por Rede Brasil Atual - O sindicato dos professores da rede estadual de São Paulo (Apeoesp) divulgou nota hoje (27) rebatendo afirmação do governador Geraldo Alckmin (PSDB) feita nesta segunda-feira de que "não existe" greve da categoria. Os professores estão parados desde 13 de março e contam, segundo a entidade, com adesão que varia de 50% a 75%. No entanto, o tucano afirmou que na última sexta-feira (24) o índice de comparecimento às aulas foi de 96% dos docentes.

Após participar da abertura de um evento em Ribeirão Preto, no interior, Alckmin declarou: "Na realidade, não existe greve de professores. Os professores estão dando aulas, e os alunos, estudando. A média de falta é de 3%, aumentou 1%, e é de temporários. Então, na realidade, a greve é da Apeoesp, da CUT. A coisa é diferente".

Para a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, o governador desrespeita os professores em greve, mas as notícias comprovam a abrangência do movimento.

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A juíza Luiza Barros Rozas, da 11ª Vara da Fazenda Pública, deferiu parcialmente na última sexta uma liminar em ação movida pela Apeoesp. Com isso, os professores grevistas podem entrar pacificamente nas escolas nos intervalos, conversar com os colegas e afixar cartazes para divulgar a paralisação.

Para amanhã, a Apeoesp convocou os professores a comparecer aos hemocentros de todas as cidades para fazerem doação de sangue. Na capital, a indicação é o Hospital das Clínicas de São Paulo, que fica na avenida Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 255, no bairro Cerqueira César, na região central.

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Os professores pedem reajuste salarial de 75,33% e melhores condições de trabalho. Também cobram equiparação salarial. Na quinta-feira (23), em reunião com a categoria, o secretário da Educação, Herman Voorwald, avisou que não há previsão de aumento, o que levou a categoria a decidir pela manutenção da paralisação. A próxima assembleia está marcada para quinta-feira (30), a partir das 14h, no vão livre do Masp, na avenida Paulista.

Leia nota da Apeoesp a respeito das declarações de Alckmin

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O governador do estado de São Paulo continua se repetindo, ora afirmando não haver greve de professores, ora dizendo que ela atinge apenas 1% dos professores ou, ainda, que é uma greve de temporários.

A realidade desmente o governador. Os meios de comunicação já confirmaram in loco que a greve atinge a rede estadual de ensino em todas as regiões do estado e que o número de professores parados supera 50%, chegando em alguns momentos a 70% ou 75% da categoria. Por ordem do governo, muitas escolas tentam manter uma aparência de normalidade, mas não há atividade regular nas escolas estaduais.

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O governador repete a mesma cantilena de que teria dado aos professores reajuste de 45% em quatro anos (2011 a 2014), mas isto não é verdade. Parte deste índice se refere à incorporação de gratificações (Gratificação por Atividade de Magistério – GAM e Gratificação Geral – GG), sendo que a incorporação da GAM (em três parcelas anuais, entre 2010 e 2012) havia sido negociada no governo anterior, quando era secretário da Educação Paulo Renato de Souza.

Descontadas as incorporações das gratificações (cujos valores já eram recebidos pelos professores), o reajuste se limitou a 29,9%, em quatro parcelas. no período em que se registrou uma inflação de 27,77%, de acordo com o ICV-DIEESE. Assim, o pequeno aumento real de 1,6% não recompôs o poder de compra dos salários dos professores.

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Diz também que pagou R$ 1 bilhão em bônus aos professores, o que também não se comprova. Na realidade, segundo dados do próprio governo, apresentados perante o conselho fiscalizador do Fundeb, foram despendidos R$ 606 milhões em abril e serão pagos outros R$ 306 milhões em setembro. Um pequeno "erro" de quase 9% nas contas.

Mas isto não é o mais importante. O fato é que o bônus não beneficia todos os professores e não é política salarial. Queremos que os valores gastos com bônus sejam convertidos em reajustes salariais para toda a categoria.

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Não importa se o governador fica nervoso a cada evento onde encontra professores em greve. Vamos continuar presentes em todos esses momentos para lembrá-lo de que está em dívida conosco e que nossa greve vai continuar até que o governo estadual apresente propostas que possam ser analisadas pela nossa categoria.

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