Kassab entra na disputa por São Paulo em 2014

"Se disser que não tenho o desejo de servir meu Estado como governador, não estarei falando a verdade", disse o prefeito de São Paulo em entrevista à revista Época. Segundo ele, prioridade de seu PSD é candidatura própria aos governos de todos os Estados. Mais um empecilho para a provável tentativa de reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que já não terá o apoio do prefeito eleito da capital, Fernando Haddad (PT)

Kassab entra na disputa por São Paulo em 2014
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247 - O governador Geraldo Alckmin (PSDB) já não terá o apoio do prefeito da capital São Paulo em sua provável tentativa de reeleição em 2014, já que Fernando Haddad (PT) conseguiu se eleger neste ano. A depender das intenções do atual prefeito paulistano, Gilberto Kassab, o governador tucano também não contará como apoio do PSD, que esteve com o ex-governador José Serra em sua candidatura derrotada à Prefeitura da capital.

Em entrevista concedida à revista Época, Kassab assumiu vontade de concorrer em 2014. "Se disser que não tenho o desejo de servir meu Estado como governador, não estarei falando a verdade. Qualquer um que está na vida pública e tenha sido prefeito de São Paulo tem experiência para justificar uma candidatura colocada à disposição dos eleitores", disse o prefeito. Outra opção que vem sendo aventada é que Kassab componha chapa com o PT, numa possível candidatura do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, nome preferido do ex-presidente Lula.

Leia a entrevista abaixo:

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Gilberto Kassab: "Teremos candidato próprio em São Paulo"

ÉPOCA – O que o senhor fará a partir do ano que vem?
Gilberto Kassab – Até o dia 31 de janeiro, meu objetivo é terminar bem o mandato e fazer a melhor transição possível, para que o prefeito eleito, Fernando Haddad (PT), consiga administrar a cidade a partir do primeiro dia de mandato. Depois do encerramento de minha gestão, vou descansar um pouco e só então passarei a me preocupar com o futuro. Não tenho nenhuma ansiedade com relação ao futuro. Uma coisa está definida: não deixarei a vida pública.

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ÉPOCA – O PSD entrará no governo Dilma?
Kassab –Olha, apoio a reeleição da presidente Dilma. O PSD, ao longo de seu processo de criação, estabeleceu uma relação muito positiva com o PT e com a presidente. Não é só minha vontade, há boa vontade do partido em analisar o apoio à reeleição da presidente Dilma. Esse é o caminho mais natural. Porém a democracia interna prevalecerá, e nós ouviremos os diretórios.>>Mais entrevistas de ÉPOCA

ÉPOCA – No Estado de São Paulo, onde o PSD ocupa o cargo de vice do governador Geraldo Alckmin (PSDB)?
Kassab – A direção nacional do partido recomenda que o PSD deva tentar viabilizar candidaturas próprias aos governos de todos os Estados. Com São Paulo não será diferente.

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ÉPOCA – Então o senhor será candidato ao governo?
Kassab – Se disser que não tenho o desejo de servir meu Estado como governador, não estarei falando a verdade. Qualquer um que está na vida pública e tenha sido prefeito de São Paulo tem experiência para justificar uma candidatura colocada à disposição dos eleitores. Mas jamais farei de minha vontade pessoal um projeto partidário. Só serei candidato a governador, nas próximas eleições ou em outras, se existirem condições políticas e partidárias.

ÉPOCA – Se o senhor sair mesmo candidato a governador, estará rompendo sua histórica aliança com o PSDB de José Serra e do governador Geraldo Alckmin.
Kassab –
Existe uma nova realidade com o PSD. No plano do Estado de São Paulo, tudo é possível, mas, volto a dizer, a prioridade é a candidatura própria. Eu não tinha como não apoiar Serra a prefeito neste ano, porque minha gestão havia sido iniciada por ele. Não apoiá-lo seria uma incoerência descabida. Essa linha de raciocínio não se aplica aos planos federal e estadual. No plano federal, o natural será apoiar a reeleição da presidente Dilma.

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ÉPOCA – Uma candidatura do PSD ao governo paulista depende de uma aliança com o PSB?
Kassab –
Qualquer aliança é muito bem-vinda. Mas o PSD hoje tem dimensão para disputar uma eleição em boas condições, independentemente de alianças.

ÉPOCA – Isso quer dizer que o PSD não depende do governador Eduardo Campos para lançar um candidato ao governo de São Paulo?
Kassab –
Todos sabem de minha aproximação com Eduardo Campos, no campo pessoal e no partidário. Entendo que ele se consolidou como o maior líder da nova geração. Dizem que ele é uma revelação. Não é. Está na vida pública há mais de 20 anos. Dessa nova geração, da qual faço parte e que está assumindo postos de comando importantes, ele é a figura que mais se destaca.

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ÉPOCA – Mais que o senador Aécio Neves (PSDB-MG)?
Kassab –
Tanto quanto Aécio. Com a diferença de que Aécio está consolidado há dez anos no mesmo patamar. Eduardo Campos acaba de chegar a esse patamar. Chega crescendo e encontra o Aécio parado.

ÉPOCA – O eleitor está cansado da polarização PT-PSDB?
Kassab –
O Brasil é muito grande, e a democracia brasileira comporta mais que dois partidos. Por outro lado, como esquecer o legado do ex-presidente FHC no campo da estabilidade econômica e fiscal? E como esquecer o legado do ex-presidente Lula e seus avanços no campo social? São governos muito recentes, e PT e PSDB ainda têm muito a contribuir.

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ÉPOCA – Como está sua relação com o prefeito eleito Fernando Haddad?
Kassab –
Tenho feito essa transição da melhor maneira possível, para que ela seja exemplar. Qualquer um que fosse o prefeito eleito, teria a mesma postura. Todos sabem que cogitei apoiar Haddad. É uma pessoa que tem qualidades, espírito público.

ÉPOCA – Haddad fez muitas críticas a sua gestão na campanha eleitoral. O senhor não ficou magoado?
Kassab –
Campanha é campanha, e a do PT ficou no limite.

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ÉPOCA – Em 2002, o governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso colaborou com a transição para o governo Lula. Em retribuição, o PT usou a expressão “herança maldita”. O senhor teme que isso possa acontecer com o senhor?
Kassab –
Falo por mim. Estamos fazendo o que é correto. Com todo o apoio de nossa parte para que ele tenha condições de fazer uma boa gestão.

ÉPOCA – Depois dessa dura campanha, na qual o senhor foi muito atacado, como acha que será lembrado?
Kassab –
Olha, deixo uma cidade mais organizada, que mudou seu patamar de investimento em saúde, com centenas de novos equipamentos, novos programas, parcerias com as organizações sociais. Também avançamos muito na educação, no transporte, na infraestrutura. As pessoas vão incorporando e se familiarizando com as mudanças. Foi assim com o programa Cidade Limpa, com as unidades das AMAs (Assistência Médica Ambulatorial), que atendem mais de 1 milhão de pessoas por mês.

ÉPOCA – Apesar disso tudo, as pesquisas mostram sua gestão mal avaliada.
Kassab –
As pessoas se acostumam com as inovações, que precisam ser relembradas. Como não fui candidato, não tive essa oportunidade. O que predominou na campanha eleitoral deste ano foram os problemas da cidade que ainda não foram solucionados. Solucionamos muitos dos problemas de São Paulo, mas ficaram outros mais. Com Haddad, acontecerá a mesma coisa. Não há um prefeito que consiga solucionar tudo em uma única gestão.

 

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