Quem tem medo de Sergio Machado?

"Os áudios do novo homem-bomba de Brasília, Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro, revelam o fator psicológico que hoje move a classe política em Brasília. Há, em praticamente todos os atores relevantes, uma preocupação central, que é preservar o próprio pescoço. Para salvar o seu, Machado tratou de comprometer seus padrinhos no PMDB e também políticos da oposição em suas gravações que começaram a vazar nos últimos dias", diz Leonardo Attuch, editor do 247; "Enquanto praticamente todos os políticos pensam apenas na sua salvação individual, o Brasil desmorona e corre o risco de chegar àquele que seria seu grande evento, a Rio 2016, numa vergonhosa convulsão social"

Brasil, Rio de Janeiro, RJ, 17/01/2013. Retrato de SÈrgio Machado, presidente da Transpetro  CrÈdito:MARCOS DE PAULA/ESTAD√O CONTE⁄DO/AE/CÛdigo imagem:170040
Brasil, Rio de Janeiro, RJ, 17/01/2013. Retrato de SÈrgio Machado, presidente da Transpetro  CrÈdito:MARCOS DE PAULA/ESTAD√O CONTE⁄DO/AE/CÛdigo imagem:170040 (Foto: Leonardo Attuch)


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Os áudios do novo homem-bomba de Brasília, Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro, revelam o fator psicológico que hoje move a classe política em Brasília. Há, em praticamente todos os atores relevantes, uma preocupação central, que é preservar o próprio pescoço. Para salvar o seu, Machado tratou de comprometer seus padrinhos no PMDB e também políticos da oposição em suas gravações que começaram a vazar nos últimos dias.

De todos os alvos, o mais explícito foi o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que falou da necessidade de “estancar a sangria”, referindo-se claramente à Operação Lava Jato. Sua fala fortalece a tese de que a presidente afastada Dilma Rousseff caiu porque não conseguiu oferecer proteção à oligarquia política que manda no País. O ponto é que, depois dos áudios de Machado, o presidente interino Michel Temer, mesmo que queira, terá pouca margem de manobra para “estancar essa sangria”.

Esse cenário de incerteza, quando o Brasil se vê a pouco mais de dois meses de sediar a Rio 2016, amplia a crise política e mantém a paralisia econômica. Como Temer ainda é interino, reformas estruturais, como a da Previdência, já foram adiadas. E como os grampos agora atingem o PMDB, Dilma e seus aliados ainda tentam virar votos no Senado, alegando que houve desvio de finalidade no processo de impeachment.

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O ponto central é que o Brasil, depois da votação de 12 de maio no Senado, ainda não se estabilizou. E nada indica que o terremoto esteja perto do fim. Nesse ambiente incerto, volta a ganhar corpo a tese de que só novas eleições colocariam o País de volta nos trilhos. Mas de nada adianta pensar em novas eleições se, antes, não houver um pacto político sobre qual será o modelo de governabilidade. O presidencialismo de coalizão, em que o Executivo é extorquido pelo Legislativo em troca de apoio parlamentar, foi implodido.

Enquanto praticamente todos os políticos pensam apenas na sua salvação individual, o Brasil desmorona e corre o risco de chegar àquele que seria seu grande evento, a Rio 2016, numa vergonhosa convulsão social.

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