Não ao desmonte trabalhista!

Resistimos por 14 horas em Plenário, mas não conseguimos barrar a Reforma Trabalhista do governo golpista Michel Temer que arrebenta as conquistas trabalhistas, a proteção social e a Justiça do Trabalho. A greve geral desta sexta-feira (28) é a largada de grandes mobilizações populares que serão decisivas na luta que segue no Senado

Câmara aprova reforma trabalhista; deputados da oposição protestam com caixões e cartazes
Câmara aprova reforma trabalhista; deputados da oposição protestam com caixões e cartazes (Foto: Alice Portugal)


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Resistimos por 14 horas em Plenário, mas não conseguimos barrar a Reforma Trabalhista do governo golpista Michel Temer que arrebenta as conquistas trabalhistas, a proteção social e a Justiça do Trabalho. A greve geral desta sexta-feira (28) é a largada de grandes mobilizações populares que serão decisivas na luta que segue no Senado.

O Projeto de Lei (PL 6787/16), aprovado com maioria artificial de 296 votos a 177, é um crime cruel. Os direitos dos trabalhadores estão sendo vilipendiados sem qualquer discussão com a sociedade. A modelagem patronal do projeto tem o explícito objetivo de precarizar cada vez mais as relações trabalhistas.

Se a proposta for aprovada no Senado, o negociado poderá prevalecer sobre o legislado. Acordos ou convenções coletivas, mesmo que retirem direitos, não poderão ser anulados pela Justiça do Trabalho, que será transformada em cartório. Além da terceirização ampla, teremos a criação do trabalho intermitente (contrato de trabalho não contínuo, que pode ser determinado em dias, horas e meses). Não haverá mais pagamento de horas in itinere (tempo gasto pelo empregado, em veículo fornecido pelo empregador, até local de trabalho de difícil acesso). A empresa poderá descontar da jornada do trabalho até a ida ao banheiro. Férias serão parceladas em até três vezes, o que pode ser prejudicial ao trabalhador em ambientes insalubres. Enfrentaremos ainda dificuldades de acesso à Justiça do Trabalho, porque o projeto permite que o trabalhador arque com custas judiciais. Com o fim do imposto sindical, faltarão recursos para assegurar estruturas de defesa de empregados que tiverem os direitos lesados.

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De uma só vez, serão rasgados mais de 100 artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Essa legislação longe de ser a ideal, porém, representou o primeiro regramento nas relações capital e trabalho no Brasil ao ser decretada em 1º de maio 1943. O texto foi sendo adaptado com decisões judiciais e acordos coletivos nas últimas décadas. Criamos jurisprudência farta sobre esses direitos. Não é à toa que os tribunais do trabalho estão fechados nesta sexta-feira. Eles não podem fazer greve, mas mandam recado claro ao presidente ilegítimo: não aceitamos retroceder.

Denunciamos muitas manobras durante a votação da matéria, mas atropelos e manobras se repetiram. Em um dos momentos de tensão, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), impediu que o deputado Assis Melo (PCdoB-RS), operário metalúrgico, utilizasse da palavra por estar trajado com a indumentária de soldador. Foi considerado malvestido por estar com macacão, luvas e máscara de soldador. É um absurdo exigir fatiota de parlamentar só neste caso, já que na Câmara se aceitam chapéus, bombachas, jalecos e até fardas militares. A atitude emblemática do Deputado Assis Melo, muito nos orgulha!

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A escalada golpista contra os trabalhadores no Legislativo demonstra que Temer está pagando a fatura pelo golpe contra a presidenta honesta Dilma Rousseff. O próximo passo para agradar o mercado financeiro será tentar impor uma Reforma da Previdência excludente (PEC 287/16). Temos de resistir e lutar até o fim. Não passarão!

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