Dilma tem de enfrentar chantagem sobre impeachment, cassação de Cunha e superávit

Eduardo Cunha, por sua vez, está entre a cruz e a espada, porque terá de se equilibrar para não colocar em pauta o impeachment, além de se precaver contra o PSDB, que, golpista como é, jogará o presidente da Câmara na fogueira

Eduardo Cunha e Dilma Rousseff
Eduardo Cunha e Dilma Rousseff (Foto: Davis Sena Filho)


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Duvido, e ressalto que escrevo antes das duas votações que decidirão, em parte, o futuro do Governo Dilma, bem como até que ponto a oposição, capitaneada pelos tucanos, vai realmente apostar no golpe contra a presidente do Brasil, eleita legalmente e democraticamente, sem, no entanto, avaliar os resultados das ações que visam, tão somente, o poder pelo poder, como já disse antes.

Evidentemente, o Conselho de Ética da Câmara está alerta quanto a esta realidade. Porém, Dilma Rousseff avisou que não negocia e que está disposta a enfrentar esta situação. Exatamente. Foi o que a mandatária disse. Eduardo Cunha, por sua vez, está entre a cruz e a espada, porque terá de se equilibrar para não colocar em pauta o impeachment, além de se precaver contra o PSDB, que, golpista como é, jogará o presidente da Câmara na fogueira, que, sem sombra de dúvida, vai ser cassado pelo plenário.

Entretanto, Dilma Rousseff, conforme opinei no artigo "FHC e Aécio conspiram e, como a Justiça, consideram o brasileiro idiota", a presidente tem de enfrentar, juntamente com o PT, esta delicada situação. E por quê? Porque tem assuntos e questões que não são negociados. Mesmo se o preço for a cassação de um chefe da Nação, pois negociar com um chantagista como Eduardo Cunha é como expor o Brasil e seu povo à mercê de qualquer crimes e chantagens. A resumir: Trata-se de abrir a caixa de Pandora.

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Os deputados do PT que são membros da Comissão de Ética não podem, como também a Dilma, se reduzir à estatura política de Eduardo Cunha, que simplesmente inexiste, porque se trata de um cadáver político e moral. Que os deputados votem pela cassação de um dos piores presidentes que presidiu a Câmara dos Deputados.

Um presidente envolvido com inúmeros crimes e que foi apoiado, sem sombra de dúvida, até há pouco tempo pela imprensa venal e de mercado, bem como pela oposição de direita, liderada pelo PSDB e o DEM, que sempre apoiaram o golpe contra a presidente Dilma. Que Cunha seja cassado para o bem do Brasil, assim como os deputados do PT da Comissão de Ética esqueçam, solenemente, o processo de impeachment por crime de responsabilidade que Dilma pode sofrer, em 2016, por causa de uma possível reprovação da redução do superávit primário deste ano.

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A redução da meta do superávit ajudará o Governo Trabalhista a validar as contas de 2015, bem como vai permitir que a Lei de Responsabilidade Fiscal não seja desrespeitada. Contudo, considero que é melhor o Governo pagar para ver se a oposição de direita realmente vai dar um golpe, porque foi necessário aos administradores do Estado nacional realizar as famosas "pedaladas", em um momento de recessão e de aumento da inflação, que estão a ser combatidas pelo ajuste fiscal efetivado pelo ministro da Fazenda Joaquim Levy. Ajuste que, por sinal, contraria o pensamento econômico e fiscal dos técnicos desenvolvimentistas e estruturalistas que estão dentro e fora do Governo.

Dilma Rousseff tem de enfrentar essas perigosas situações, que se resumem no momento na cassação de Eduardo Cunha e na redução da meta do superávit. O Governo Trabalhista não pode, de maneira alguma, dobrar os joelhos. Tem de enfrentar e se defender contra a oposição golpista do PSDB e seus aliados de partidos e da imprensa familiar e mercantil.

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Todavia, as lideranças do Governo Trabalhista na Câmara e no Senado, bem como o presidente do Senado, Renan Calheiros, além dos ministros Jacques Wagner e Ricardo Berzoini, estão prontos para interceder politicamente e votar o que se tem para votar, doa a quem doer. Dilma tem de enfrentar chantagem sobre impeachment, cassação de Cunha e diminuição do superávit. Chantagem, não! É isso aí.

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