Solidariedade entre enrolados

Em toda a história da humanidade, conhecemos líderes ocos, árvores sem frutos, que matreiramente escondem seus podres e ascendem politicamente. Nos tempos de crise, com a cara de pau peculiar, aparecem apontando soluções fáceis



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Na noite de quarta-feira (03/02), tivemos o desprazer de termos nossos lares invadidos pelo programa partidário da Solidariedade. Poucas vezes em tão curta duração nos deparamos com tantos maus políticos, entre sindicalistas pelegos, carreiristas, covardes metidos a valentões, tristes figuras na fauna política nacional.

Em tortuosos dez minutos de exibição, sobraram ataques a Dilma e ao PT. Entre as teses esposadas, a principal é o impeachment da presidenta Dilma, em virtude das pedaladas fiscais, os escândalos na Petrobrás e a crise econômica. Mas, afinal, quem são esses defensores do golpe e o que fariam se estivessem no governo?

O fundador e presidente nacional do partido Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, está condenado no Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) por desvio de dinheiro público do programa Banco da Terra na região de Ourinhos, no interior de São Paulo. No âmbito da Lava Jato, foi delatado pelo dono da UTC por ter recebido doações para impedir greves. Incomodado com a trave que carrega nos olhos, tem dedicado seu mandato a atacar Dilma e aprovar projetos como o da terceirização.

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A bancada do Solidariedade da Câmara dos Deputados, fiel a Eduardo Cunha, é liderada pelo deputado Arthur Maia (SD-BA). Investigado por peculato e lavagem de dinheiro, Arthur foi designado por Cunha para presidir comissão que quer mudar as regras de indicação de ministros do STF. Questionado, afirmou não ver contradição em enfrentar pendências e discutir as regras de escolha dos ministros que podem julgá-lo.

A Executiva Nacional da agremiação é a autêntica lista dos enrolados. A Corregedoria do governo do Estado de Sâo Paulo apontou ato de improbidade administrativa e crime de usurpação da função pública pelo secretário-geral da legenda e filho do Paulinho da Força, Alexandre Pereira. A época, Alexandre recebia prefeitos e encaminhava demandas por verbas em um cargo que não era seu. O secretário de Assuntos Jurídicos do partido Tiago Cedraz teve os bens apreendidos pela Operação Politeia, um desdobramento da Operação Lava Jato.

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O vídeo pode caiar o sepulcro, mas não consegue transformar mentira em verdade. Com acerto afiançou Dilma no Congresso da CUT que "moralistas sem moral" tentam dar um golpe à democracia no país. Buscando suas biografias, entendemos o porquê: para impor projetos duros e impopulares – como o PL 4330 da Terceirização que retira direitos dos trabalhadores – e fazer negócios com dinheiro público, sem serem incomodados pela Polícia Federal e órgãos de controle.

Em toda a história da humanidade, conhecemos líderes ocos, árvores sem frutos, que matreiramente escondem seus podres e ascendem politicamente. Nos tempos de crise, com a cara de pau peculiar, aparecem apontando soluções fáceis. Invariavelmente, são relegados a lata do lixo da história. Assim como fomos exortados a extirpar o DEM da política brasileira, enxotemos o Solidariedade junto. O Brasil só tem a ganhar.

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