Delcídio, o fanfarrão

A tal "delação" de Delcídio não incrimina ou compromete ninguém - muito menos a Lula e Dilma. É vazia. E vem na hora certa, com o objetivo claro de aquecer o minguante calor do golpismo e encorpar as manifestações previstas para o dia 13.03

delcidio amaral
delcidio amaral (Foto: Lula Miranda)


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O senador Delcídio Amaral disse, dias atrás, que não faria delação premiada porque não seria, disse ele, um alcagueta - ou algo semelhante.

Porém, não se pode acreditar muito no que diz Delcídio. tampouco no que diz a grande mídia de negócios, negociatas e negociantes. Quem estará mentindo desta vez?

Depois do bisonho show de fanfarronice protagonizado pelo senador, quando da sua risível "reunião de mafiosos" com o filho de outro criminoso delator, Nestor Cerveró [seu amigo e compadre], eis que ele reaparece, com estardalhaço, na grande mídia, num novo, estratégico e deplorável espetáculo.

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Por mais estarrecedor que seja, na citada reunião, Delcídio, um senador da República, brincou de mafioso. Prometeu mesada de R$50.000,00, envolveu um banqueiro na patranha; vendeu vento ao filho de Cerveró. Prometeu ainda, dentre outras estultices, influência entre os ministros da Suprema Corte e um avião, mas não um avião qualquer, claro, mas um com autonomia para levar Cerveró direto à Espanha, sem escalas.

Prometeu, enfim, o céu na terra.

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Acredite se quiser.

Pretendia, com essas lorotas, ditas ao pé da orelha de um jovem, condoído e revoltado com a situação do pai, comprar o silêncio dele e, principalmente, do pai deste, seu antigo cúmplice em traficâncias e crimes na Petrobras [desde os tempo do governo FHC]. Ou seja: pretendia ganhar tempo para salvar a própria pele.

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Agora, o senador, ainda no afã de salvar a própria pele, solta uma bomba de efeito moral - em tudo semelhante àquelas utilizadas pela PM contra manifestações: aquela que faz muito barulho, atordoa, emite muita luz e fumaça, mas não fere, com maior gravidade, ou abate ninguém.

Homem sem escrúpulo algum, sabe-se agora, Delcídio ainda teria negociado um prazo de 6 meses para que a sua "delação" fosse lavrada ou divulgada - esse prazo era para ganhar mais um tempo para enganar os ex-colegas de governo e de Senado, com o fim de salvar-se da iminente cassação.

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A tal "delação" de Delcídio não incrimina ou compromete ninguém - muito menos a Lula e Dilma. É vazia. É, como algumas já em curso, a "delação-pastel de vento". Ou bomba de efeito moral e retardado: emite muita luz, faz muito barulho, mas não abate ninguém.

São, mais uma vez, muito provavelmente, o tempo revelará, meras fanfarronices e aleivosias de mais um acusado, pego em flagrante delito.

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Mais, cá entre nós, vem na hora certa, com o objetivo claro de aquecer o minguante calor do golpismo e encorpar as manifestações previstas para o dia 13.03. E assim, estrategicamente, dar mais um empurrãozinho no claudicante movimento golpista, ora em curso, que, por sinal, se arrasta, à boca miúda, entre alcaguetas e golpistas, tal qual um pavoroso aleijão.

Os maquiavélicos engenheiros e arquitetos do golpe acabam de inventar a bomba de efeito moral que, em vez de dispersar, visa aglutinar multidões, que serve como espécie de ordem-unida para a já conhecida turba ignara (e ensandecida).

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