Somos todos Lula!

Aqui os fatos realmente importantes como notícia, como a chacina em Londrina e as denúncias de corrupção no governo de São Paulo, para a grande mídia não significam nada diante da visita do ex-presidente Lula a um apartamento apontado como de sua propriedade

Aqui os fatos realmente importantes como notícia, como a chacina em Londrina e as denúncias de corrupção no governo de São Paulo, para a grande mídia não significam nada diante da visita do ex-presidente Lula a um apartamento apontado como de sua propriedade
Aqui os fatos realmente importantes como notícia, como a chacina em Londrina e as denúncias de corrupção no governo de São Paulo, para a grande mídia não significam nada diante da visita do ex-presidente Lula a um apartamento apontado como de sua propriedade (Foto: Ribamar Fonseca)


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- Prepare-se que você será preso!

- Por que? O que eu fiz de errado?

- Você cometeu o crime de visitar um apartamento.

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Em outra situação:

- Prepare-se que você será preso!

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- Por que? Qual foi o crime que eu cometi?

- Você comprou uma canoa de lata por R$ 4 mil.

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Isso é uma história de ficção, pois na vida real ninguém seria ameaçado de prisão por tais motivos. Na verdade, isso seria ficção em países onde existe seriedade na Justiça e na mídia. Por mais incrível que possa parecer, no entanto, no Brasil isso é realidade nua e crua. E ganha manchetes nos principais jornais do país. Aqui os fatos realmente importantes como notícia, como a chacina em Londrina e as denúncias de corrupção no governo de São Paulo, para a grande mídia não significam nada diante da visita do ex-presidente Lula a um apartamento apontado como de sua propriedade, apesar da sua negativa documentada. Para os barões da imprensa e para os investigadores que caçam o ex-presidente operário como se fosse um criminoso fugitivo, isso é um crime monstruoso. 

Mas não ficou só nisso. O “Jornal Nacional” divulgou, também em tom de escândalo, a seguinte manchete: “Documentos comprovam que o ex-presidente Lula em quatro anos esteve com a família 111 vezes no sitio de Atibaia”. E daí?! O que há de errado nisso? Para a Globo, porém,  deve ser um crime terrível! Qualquer pessoa de bom senso deve ter ficado espantada com a ridícula tentativa dos irmãos Marinho de querer transformar esse fato num crime capaz de levar Lula à prisão. Aliás, eles utilizam muito esse expediente quando querem prejudicar alguém. Quando o saudoso Itamar Franco esteve no Paraguai, após lançar-se candidato à Presidência da República contrariando a vontade dos Marinho, o “Jornal da Globo” divulgou a seguinte notícia: “O nacionalista Itamar Franco foi flagrado fazendo compras em dólar no Paraguai”. Para o telespectador desavisado, Itamar foi ”flagrado” praticando um crime. É simplesmente vergonhoso esse tipo de jornalismo tipicamente marrom. 

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Estarrecida diante do comportamento dos jornalões, que há muito abandonaram o jornalismo sério e responsável – razão porque perderam credibilidade e estão perdendo leitores – muita gente já se pergunta: por que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pode ter um apartamento em Paris e o ex-presidente Lula não pode ter um apartamento em São Paulo? Por que o ex-presidente FHC pode ter uma fazenda no interior de Minas Gerais e o ex-presidente Lula não pode ter um sítio no interior de São Paulo?  Por que um ex-ministro do Supremo (Joaquim Barbosa) pode ter um apartamento em Miami e o ex-presidente Lula não pode ter um imóvel no Guarujá? Por que o senador Aécio Neves pode viajar 124 vezes para o Rio de Janeiro em avião oficial do governo de Minas e o ex-presidente Lula não pode ir 111 vezes, em seu carro, a um sitio em Atibaia? A resposta parece ser mais simples do que se poderia pensar: porque é nordestino, de origem humilde, desafiou as forças conservadoras, teve a ousadia de ser Presidente da República, tirou 40 milhões de brasileiros da linha da pobreza e tornou o Brasil realmente independente.

Há um velho ditado popular que reza: “O mal por si se destrói”. A grande mídia se enquadrou nesse ditado porque, diante da perseguição escancarada a Lula, perdeu a ética, perdeu os escrúpulos, perdeu a dignidade, perdeu a vergonha, perdeu a credibilidade e até o mais distraído leitor já percebeu o seu comportamento odioso e já cansou de ver isso todos os dias. De tanto bater na mesma tecla, hoje poucos acreditam em suas manchetes. Aliás, recentemente o ex-ministro Delfim Neto declarou-se “espantado” que alguém ainda acredite na imprensa. Por isso, os grandes jornais impressos no Brasil parecem condenados ao desaparecimento, o que já foi detectado pelas pesquisas. Só aqueles que se comprazem com a perseguição a Lula e a oposição ao governo da presidenta Dilma Rousseff ainda leem os jornalões, porque se deixaram de tal modo contaminar pelo ódio que, provavelmente, tem orgasmos quando leem essas notícias.

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Na verdade, as pessoas que perderam a capacidade de raciocinar e pensam pela cabeça dos barões da imprensa perderam, também, a noção do ridículo e o amor à pátria. Tornaram-se marionetes que fazem precisamente o que a mídia manipula, com seus cordéis impressos, daí porque se posicionam na varanda gourmet dos seus apartamentos de luxo para bater panelas quando a Presidenta da República vai à TV, não importando o conteúdo da sua fala, mesmo quando ela conclama todos para a luta contra o mosquito transmissor da dengue e da zika. Isso não é panelaço: é palhaçada! E a mídia, já desacreditada, dá o maior destaque, como se bater em panela significasse algo além de bater em panelas e fosse  manifestação da maioria do povo brasileiro. Ninguém ouviu panelas  sendo espancadas de maneira imbecil em favelas, a não ser frigideiras e assim mesmo no ritmo do samba.

O mais vergonhoso, porém, aconteceu quando Dilma foi ao Congresso. Um punhado de parlamentares que, teoricamente, teria a grave responsabilidade de representar o povo brasileiro e aperfeiçoar a legislação do país, resolveu vaiar a Presidenta como se fossem moleques do jardim de infância. Com isso contribuíram para desmoralizar ainda mais o Congresso, que se tornou uma Casa onde o que menos se discute são os interesses do Brasil e do seu povo, talvez porque não coincidam com os  interesses de grande parte dos parlamentares. Infelizmente o Parlamento Nacional, que deveria assumir posição em defesa do estado democrático de direito, inclusive aprovando leis que impedisse certos abusos de quem tem o dever de distribuir justiça, não parece preocupado com o regime de exceção em que praticamente o país está vivendo, onde as garantias individuais ficaram muito frágeis.

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A perseguição implacável ao ex-presidente Lula, motivada única e exclusivamente por objetivos políticos, com a participação de setores da Justiça e da mídia, indica que depois das operações Lava-Jato e Zelotes ninguém mais está seguro no Brasil. Querem alijá-lo de qualquer maneira da vida pública, valendo tudo para alcançar seus objetivos, até mesmo a compra de uma canoa de lata. E se os perseguidores conseguirem efetivamente o que pretendem, ou seja, a prisão do ex-presidente operário, é impossível prever a reação do povão. Até porque, indignados com essa caçada descabida, muitos brasileiros já afirmam: “Somos todos Lula!”. 

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