Doença pulmonar crônica obstrutiva. Muitos sofrem de DPCO sem sabê-lo

A doença pulmonar crônica obstrutiva (DPCO) destrói os pulmões insidiosamente e afeta de 5 a 10 % dos adultos com mais de 45 anos de idade. Mas o diagnóstico é muitas vezes tardio, especialmente para as mulheres.

Doença pulmonar crônica obstrutiva. Muitos sofrem de DPCO sem sabê-lo
Doença pulmonar crônica obstrutiva. Muitos sofrem de DPCO sem sabê-lo (Foto: Ruslan Huzau)


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Por Damien Mascret – Le Figaro

 

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Trata-se de uma doença respiratória da qual se fala pouco e que ainda mata cinco vezes mais que os acidentes rodoviários. A doença pulmonar crônica obstrutiva (DPCO) afeta 3,5 milhões de pessoas na França, das quais um milhão tem sintomas e pouco menos de um quarto delas, de forma grave. «O tabaco é sinônimo de 60 mil mortes por ano na França, o álcool 45 mil, a DPCO 17.500 e a estrada, 3500. É preciso hierarquizar!», diz um veterano da saúde pública que não tem medo de insistir, o senador Charles Descours, que se pronunciou na abertura da conferência anual da associação DPCO há poucos dias em Paris.

É verdade que a DPCO é a notoriamente ausente das medidas da saúde pública. O dia mundial da doença pulmonar crônica obstrutiva (DPCO) organizado no dia 19 novembro deste mês, visa mais especificamente sensibilizar cada um de nós sobre esta doença, especialmente os fumantes ou ex-fumantes que constituem 80 % dos pacientes. Pois dois indivíduos afetados, a cada três, ignoram que estão afetados e que seus pulmões estão sendo destruídos de forma gradual. A metade está numa fase leve e mais de um terço, em estágio moderado da doença.

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Um diagnóstico mais difícil em mulheres

Para confirmar o diagnóstico, é preciso realizar medições da respiração (função pulmonar) em um pneumologista - mas ainda é preciso que alguém pense sobre a doença. Há cerca de quinze anos, pesquisadores canadenses da Universidade de Toronto tinham testado quase 200 clínicos gerais. Eles perguntaram em que diagnóstico os médicos pensavam em primeiro lugar em relação a um ex-fumante (1 maço por dia durante quarenta anos) que, há quatro anos, queixava-se de tosse ao acordar (com deterioração episódica da mesma durante infecções respiratórias), além da falta de ar durante esforços moderados. 58 % informaram  pensar imediatamente na DPCO, o que não é tão ruim, mas foram apenas 42%, quando o mesmo perfil era sobre mulheres, o que é péssimo

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No entanto, atualmente sabemos que os pulmões das mulheres são muito mais vulneráveis ao tabaco do que os pulmões dos homens. «As mulheres que fumam ficarão ofegantes e os brônquios e pulmões envelhecerão mais rapidamente », explica a Dra. Élisabeth Biron, pneumologista em Lyon.

A história de Sylviane é emblemática. Ela fuma há quase cinquenta anos e sofre de vários sintomas pulmonares há quinze anos: «Eu reclamei de falta de ar e tosse, mas me diziam que era asma, bronquite, insuficiência respiratória», ela diz hoje. A DPCO só foi diagnosticada (em estágio grave!) no início deste ano.

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Esquecemos a medição da respiração

«Para muitos médicos, a DPCO é uma doença de homens, reconhece o Prof. Bruno Housset, presidente da Sociedade de pneumologia de língua francesa (SPLF). É verdade que ela se apresenta de forma diferente nas mulheres: elas se queixam mais de cansaço, de falta de fôlego ». Sinais que deveriam levar uma mulher, fumante ou tendo sido profissionalmente exposta aos tóxicos (têxteis, produtos domésticos...) a medir sua respiração.

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Para a Prof. Chantal Raherison, pneumologista em Bordeaux e presidente do grupo "Mulheres e pulmão" da SPLF,«o problema da DPCO das mulheres é amplamente desconhecido. Pesamos, medimos, verificamos a pressão arterial mas esquecemos de medir a respiração!», lamenta. Uma perda de tempo sobre o tratamento que, se não permite a cura, permite pelo menos limitar os danos causados pela doença.

«Não é mais aceitável que a DPCO não seja mencionada nos discursos públicos sobre os malefícios do tabagismo », adverte o Dr Frédéric Le Guillou, presidente da Associação BPCO. O Ministério até agora não deu ouvidos a esses apelos.

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