Zika. Genoma decifrado do vírus que assusta a América do Sul

Uma análise completa do genoma do vírus Zika que circula na América do Sul foi conduzida por pesquisadores do Instituto Pasteur da Guiana.

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Por Soline Roy – Le Figaro

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Ele assusta o Brasil, onde foi declarado estado de emergência sanitária. O vírus Zika, transmitido por mosquitos, parece estar na origem de uma epidemia de microcefalias na América do Sul. Pela primeira vez, os pesquisadores do Instituto Pasteur da Guiana realizaram uma análise completa do seu genoma.

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Ensino do estudo publicado no The Lancet : a estirpe que circula atualmente na área tropical da América do Sul (Brasil e seus vizinhos, mas também Guiana e Martinica) seria muito semelhante a que ocorreu no Pacífico em 2013 e 2014, com «mais de 99 % de homologia», disse o Instituto Pasteur em um comunicado. A análise foi realizada a partir de um soro coletado em um homem de 52 anos de idade, internado no dia 1o de outubro de 2015 no Suriname, com uma erupção cutânea e uma conjuntivite. Nos dias seguintes, outras quatro pessoas foram internadas com os mesmos sintomas, relataram os autores. Elas foram testadas positivas ao vírus Zika, mas negativas para a dengue e o chikungunya, outras doenças transmitidas pelos mosquitos e presentes nessas regiões.

Primeira grande epidemia em 2013

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Descoberto em Uganda em abril de 1947, o vírus Zika «tem até recentemente, sido suspeito por causar infecções humanas esporádicas e begninas na África e na Ásia », detalham os pesquisadores. Mas o vírus foi identificado em 2007 em Yap Island, na Micronésia, e na Polinésia Francesa onde ele causou uma epidemia de escala epidêmica com um surto de dengue. Um aumento incomum de complicações neurológicas, especialmente a síndrome de Guillán-Barré que tinha sido observada.

O primeiro caso de infecção pelo vírus Zika na América foi identificado no nordeste do Brasil, em maio de 2015, antes de se expandir para a Colômbia, Suriname e para outros países da região. Atualmente, ele infecta dez países dessa área. Mais recentemente, casos foram identificados na Guiana Francesa e na Martinica. O vírus tem causado preocupações na América do Sul, pois um grande número, anormal de nascimentos de crianças com microcefalia foi registrado, nascidas de mulheres infectadas pelo vírus Zika, durante sua gravidez. No Brasil, de 440 mil à 1.300 mil casos suspeitos de infecção pelo vírus foram notificados pelas autoridades sanitárias do país.

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Anomalias

«Essas anomalias são unicamente devidas ao vírus Zika, à circulação conjunta de outros agentes infecciosos ou outros fatores? Projetos de pesquisa multidisciplinares devem ser implementados para tentar responder a essas perguntas », afirma em um comunicado do Instituto Pasteur, Dominique Rousset, chefe do laboratório de Virologia e do Centro Nacional de Referência dos Arbovírus no Instituto Pasteur da Guiana.

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O vírus Zika é transmitido essencialmente pelo mosquito Aedes aegypti, mas ele também pode ser veiculado pelo Aedes albopictus, também conhecido como o mosquito tigre, agora amplamente presente na França metropolitana. A única maneira de se proteger é evitar ser picado por um mosquito (mosquiteiros, roupas de mangas compridas, repelentes), e fazer todo o possível para limitar a proliferação desses últimos (especialmente ao evitar de deixar a água parada, adequada para a nidificação). Vários casos de infecção foram confirmados na Guiana e na Martinica. «Nós nos esforçamos para entender melhor esse vírus e compreender sua evolução, o que inclui o reforço das ferramentas de diagnóstico», explica Dominique Rousset. «A obtenção da sequência completa do vírus é um importante ponto de partida para entender melhor a evolução de seu comportamento.»

 

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