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Marcia Carmo

Jornalista e correspondente do Brasil 247 na Argentina. Mestra em Estudos Latino-Americanos (Unsam, de Buenos Aires), autora do livro ‘América do Sul’ (editora DBA).

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Os novos fatos que confirmam o negacionismo de Milei

As polêmicas são diárias – e a grave situação social, com forte queda na economia e aumento nos índices de pobreza, também", diz a correspondente Marcia Carmo

Javier Milei (Foto: Reuters/Matias Baglietto)
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O presidente da Argentina, Javier Milei, aumentou o próprio salário. Mas responsabilizou sua opositora, a ex-presidente Cristina Kirchner, pelo feito. Ela o respondeu assim em suas redes sociais: “Presidente, o senhor quer brigar comigo para que não se fale do decreto que assinou com aumento salarial de 48% para o senhor e seus ministros enquanto dilui as aposentadorias e salários dos argentinos e das argentinas.” Foi uma falsa briga de Milei com Cristina. Ou, como dizem aqui, ‘humo’ (fumaça). O decreto foi assinado no mês passado pelo próprio Milei e por seu chefe de Gabinete da Presidência, Nicolás Posse, acompanhando as reposições salariais dos funcionários públicos. “Reconheça que assinou, recebeu e foi flagrado”, escreveu Cristina. Nessa cizânia pública, Milei disse que poderia cancelar, numa canetada, as aposentadorias que ela recebe como ex-presidente e como viúva do ex-presidente Néstor Kirchner, que morreu em 2010. A mensagem de Milei para Cristina também foi através do X – sua rede social preferida. Foi quando ele informou que tinha anulado seu aumento de salário, de seus ministros e secretários e aproveitava para dizer que poderia fazer o mesmo com os benefícios de Cristina, aqui chamados de ‘aposentadorias de privilégios’.

Três meses após a posse de Milei na Casa Rosada, as polêmicas são diárias – e a grave situação social, com forte queda na economia e aumento nos índices de pobreza, também. No dia oito de março (8M), no Dia da Mulher, a principal assessora do presidente, sua irmã Karina Milei, determinou o fim do Salão das Mulheres, criado por Cristina, na Casa Rosada. Quando perguntaram para Karina se a data desta medida não deveria ser modificada – afinal, não seria controverso acabar com o espaço exatamente no Dia das Mulheres, ela manteve sua decisão. A mensagem parece ser clara e em consonância com o negacionismo de Milei em relação às evidentes diferenças de gênero. Apesar das várias pesquisas nacionais e internacionais que exibem as distâncias salariais entre homens, mulheres e outros gêneros, o presidente argentino sustenta que esse é um discurso do socialismo e da esquerda – alvos preferidos nas suas falas.

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Nestes três meses de gestão, Milei governou com a calculadora. Sua motosserra, símbolo de sua campanha à Presidência, interrompeu a distribuição de alimentos para os 40 mil restaurantes populares do país e podou fortemente a área da cultura (casos, por exemplo, do Instituto Nacional de Cinema e Artes Audiovisuais, o INCAA, além da agência estatal de notícias Télam, que ele anunciou que acabará, numa só canetada). Milei e seu ministro da Economia, Luis Caputo, têm repetido, em tom de satisfação política, que o arrocho que realizam vai além do exigido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Mas até o organismo pediu ao governo que proteja os mais vulneráveis, incluindo os aposentados. A motosserra e a calculadora, que miram o objetivo principal do governo de déficit zero, desconhecem a realidade social.

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