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Luís Costa Pinto

Luis Costa Pinto, jornalista, editor especial do Brasil 247 e vice-presidente da ABMD, Associação Brasileira de Mídia Digital

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Simpatia x Antipatia no front jornalístico brasileiro

Episódio de disputa de rótulos entre O Estado de S Paulo e Fórum é prova de que o campo de batalha da opinião pública testemunha atos de guerra, diz Costa Pinto

(Foto: Reprodução)
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Em 13 microparágrafos, típicos em textos escritos por egressos de gerações mais jovens que hoje grassam nas redações, num texto passível de ser lido numa média de quatro minutos, de acordo com registro do site do jornal, a correspondente de O Estado de S Paulo na Argentina pespega três vezes o adjetivo “libertário” ao presidente eleito Javier Milei. Como todos sabemos, Milei é de extrema-direita, flerta com os celerados da sanguinária ditadura militar que devastou o País entre 1976 e 1982 e professa o “ultraliberalismo” privatizante nos temas econômicos. Nenhum desses apostos qualificativos foi colado ao nome de Milei, para defini-lo, no texto da publicação que vulgarmente se tornou conhecida por “estadão”. Não. “Libertário”, preferiu ela três vezes. Palavra com aparência conotativa positiva, o termo é usado para definir, nesses estranhos tempos contemporâneos, quem se diz adepto do “libertarianismo” na política. E o que é o libertarianismo? Tudo e nada. Tudo, porque sem dizer nada em específico, diz muito nas entrelinhas. Os “libertários” são fanáticos seguidores de uma ordem anárquica, que vive em desordem e aposta na instalação do caos no seio de uma sociedade para que os cidadãos se deixem governar por uma tirania. Podem ser radicalmente liberais nos costumes, ou o contrário disso se assim lhes aprouver a oportunidade (fortuna) do momento político. São sempre e declaradamente anti-Estado. Ao mesmo tempo, ser “libertário” equivale a ser nada: afinal, tudo isso o que eles professam como credo, tendo a “liberdade” individualista (não confundir com “individual”, que é filosófica) como pano de fundo, é um conjunto vazio. É um vácuo de ideias. 

Pois bem, o mesmo site de O Estado de S Paulo que não consegue chamar Milei daquilo que o presidente da Argentina é - extremista de direita, celerado ideológico, disseminador de mentiras e adorador das correntes econômicas destrutivas e deletérias para a sociedade humana - envolveu-se numa querela opiniática com a Revista Fórum. No último sábado, o site da Fórum, um veículo de comunicação consolidado no ecossistema da mídia digital independente, publicou o passo a passo de um ardil montado por jornalistas do “estadão” para tentar desmoralizar o Ministério da Justiça e o ministro Flávio Dino. Chulamente partidarizado, tendo toscamente convertido um dossiê produzido por adversários do ministro da Justiça em material falsamente jornalístico, o texto do jornal paulista é um desserviço à História de uma publicação que já teve repórteres como Euclides da Cunha, Joel Silveira, Carlos Garcia, Fernando Portela, Ricardo Kotscho, Xico Sá. Editado sob inspiração de um diretor de alma apequenada e verve rouca como Eurípedes Alcântara, useiro e vezeiro de capatazes e jagunços de redação, a Revista Fórum expôs de alguma forma os métodos antijornalísticos utilizados pelo “estadão” para alvejar Flávio Dino. Aparentemente sem ter nada com o tiroteio alheio, como se saísse de uma moita perdida no terreiro onde O Estado de S Paulo e Revista Fórum digladiavam, um colunista do portal Metrópoles atirou para o alto em advertência e em socorro do “estadão”. Tanto o jornal paulista quanto o portal brasiliense passaram a atacar a Fórum em diversos flancos. Crendo tisnar a credibilidade da Revista que integra o crescente conjunto superlativo de veículos da mídia digital independente, passaram a dizer que ela é “um site simpático ao Governo Lula”.

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Ora pois, o que é o antípoda de “site simpático ao Governo”? Respondo: veículo de comunicação antipático ao Governo. Ao categorizar de forma derrogatória o antagonista, o “estadão” se põe por similitude de raciocínio na aresta contrária do ringue. E isso é ser profissional? É isso mídia profissional? Uma imprensa de rotulagem, de chavões, de dicotomias, de antipatias? O que move o espírito de um repórter típico de O Estado de S Paulo editado por Eurípedes Alcântara? Dar informações equilibradas, verdadeiras, úteis; e análises balizadas pela Ciência Política, pelas estatísticas, pelas Ciências Naturais? Ou fazer campanhas infindáveis para satisfazer o ego do publisher e a gana de glórias vãs de seus capatazes e jagunços?

O Estado de S Paulo não é um jornal antipático ou inimigo apenas do Governo Lula. O “estadão”, seu site na internet e seus métodos crescentemente antijornalísticos e notadamente de guerra - guerra contra a informação, o equilíbrio e a verdade - compõem uma organização voltada a disseminar o ódio e a desinformação entre seus leitores. Ao fim e ao cabo, alimentam as redes de propagação de mentiras, as tão conhecidas fake news, e produzem material tóxico. O jornalismo brasileiro está se movendo em campo minado; a cavalaria do “estadão” trota em desespero na linha de frente por mera estratégia de sobrevivência e arregimenta mercenários pelo caminho para tentar vencer o conjunto da mídia digital independente. Espero que não passem. É hora, camaradas, de enfiar o pé na lama, usá-lo como estaca, firmar os braços para a frente e gritar: não passarão!

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