Ex-CEO da Americanas saiu do Brasil durante investigações sobre fraude bilionária na empresa
Miguel Gutierrez está morando na Espanha e, se acusado em processos judiciais, pode ser a primeira grande figura da Americanas a enfrentar graves consequências da investigação
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247 - No epicentro de um dos maiores escândalos corporativos dos últimos anos, o ex-CEO da gigante varejista brasileira Americanas, Miguel Gutierrez, que antes era praticamente invisível para o público, é apontado como o mentor de uma fraude contábil bilionária. Há um ano, a Americanas enfrentava uma crise de confiança e reputação, quando veio à tona um esquema de fraude contábil no valor de R$ 25 bilhões. Desde então, Gutierrez, que comandou a empresa por duas décadas, mudou-se para a Espanha, buscando distância enquanto as investigações continuam no Brasil, informa a Bloomberg. Um repórter buscou um posicionamento de Gutierrez em sua residência em Madri e saiu sem obter resposta.
Um inquérito interno, conduzido por um comitê independente contratado pela Americanas, aponta diretamente para Gutierrez como o arquiteto do esquema que levou a varejista de 95 anos à recuperação judicial em janeiro de 2023, resultando na demissão de 5 mil funcionários.
Investigação do Congresso Nacional trouxe à tona documentos revelados pela própria empresa, alegando que Gutierrez e membros de sua diretoria executiva falsificaram contratos publicitários e ocultaram empréstimos utilizando uma estrutura denominada "risco sacado" para esconder dívidas e inflar os lucros, resultando no pagamento de bônus para eles próprios.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Polícia Federal, o Ministério Público e o comitê interno independente da Americanas trabalham nas apurações. Dois executivos seniores já aceitaram acordos de delação premiada, concordando em cooperar com as autoridades.
Enquanto as investigações prosseguem, Gutierrez nega veementemente qualquer irregularidade. Caso Gutierrez seja acusado em processos judiciais, ele se tornará a primeira grande figura interna da Americanas a enfrentar graves consequências derivadas desta investigação. Os advogados de Gutierrez negam as suspeitas, afirmando que ele não participou de atividades ilícitas durante seu período na Americanas. A defesa acusa os atuais executivos de manipularem documentos na tentativa de criar uma narrativa falsa para proteger o conselho de administração e os maiores acionistas.
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