'Vamos cortar o ponto e exigir pagamento da multa'
Governo do Estado anunciou nesta segunda-feira, 23, que vai endurecer contra os policiais civis, em greve desde 25 de fevereiro; procurador-geral do Estado, Sérgio do Vale, afirmou nesta segunda-feira, 23, que ponto dos grevistas será cortado; "Vamos fazer o corte dos pontos e exigir o pagamento da multa", afirmou; Civis devem iniciar abril com contra-cheques zerados; presidente do Sinpol, Moisemar Marinho, disse que não teme demissões, que a greve continua e disparou contra o governo; "Infelizmente, parece que o governador Marcelo Miranda não tem gente confiável do lado dele”
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Tocantins 247 - O governo do Estado está disposto a executar a lei sobre os policiais civis, em greve desde o dia 25 de fevereiro. O procurador-geral do Estado, Sérgio do Vale, afirmou nesta segunda-feira, 23, que ponto dos grevistas será cortado. Com isso, os policiais não devem receber salários neste mês.
"Vamos fazer o corte dos pontos e exigir o pagamento da multa", afirmou Vale ao T1 Notícias (leia aqui). Há 20 dias a desembargadora Maysa Vendramini considerou a greve ilegal e determinou o retorno da categoria ao trabalho. Os policiais não obedeceram a decisão e protocolaram no dia dia 19 pedido de suspensão da decisão liminar. A multa ao Sindicato dos Policiais Civis por dia já foi aumentada de R$ 50 para R$ 100 mil.
Para Sérgio do Vale, o Sinpol descumpriu o que havia sido acordado na reunião intermediada pelo Ministério Público Estadual na quarta-feira, 18, quando, segundo Vale, foi construída em conjunto co o sindicato o Protocolo de Intenções que seria apresentado à categoria em assembleia.
"Eles passaram a tratar o protocolo de intenções, que construíram junto, como se fosse uma proposta de governo. Em seguida levaram uma outra proposta, completamente diferente. Isso é diálogo?", questiona Sérgio do Vale.
Ao invés de submeterem o que havia sido acordado na reunião, o Sinpol, segundo o procurador, elaborou uma proposta diferente, que aceitava o realinhamento salarial em 2016, como propunha o governo, mas com a antecipação do pagamento referente a 2015 mediante emissão de títulos públicos do Estado em um banco conveniado.
"Naquele momento não houve discussão de retroativos, até por que seria proposta uma nova lei. Nada disso foi tratado. Então não se trata de contra-proposta, mas de uma nova proposta", contestou o procurador.
'Marcelo não tem gente confiável ao seu lado'
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), Moisemar Marinho, não poupou críticas ao governo pelo não avanço nas negociações com a categoria. Nesse sábado, 21, Marinho afirmou, por meio da assessoria de comunicação do Sinpol, que "existe uma bagunça generalizada no governo".
Segundo o sindicato, na reunião intermediada pelo MPE, o Protocolo de Intenções teria estipulado prazo de enquadramento do estado na Lei de Responsabilidade Fiscal e a posterior inclusão da conquista dos policiais e teria sido chancelado pelos secretários da Segurança, César Simoni, da Comunicação Social, Rogério Silva, e pelo próprio procurador-geral Sérgio do Vale. Entretanto, o secretário da Administração, Geferson Oliveira e o secretário-chefe da Casa Civil, Télio Leão Ayres, disseram não saber dessa disposição do governo.
“Fica parecendo que os próprios secretários não conversam ou que são inimigos dentro do governo. Não estão tratando os policiais civis com respeito. Infelizmente, parece que o governador Marcelo Miranda não tem gente confiável do lado dele”, disparou Moisemar Marinho.
Demissão por justa causa
A greve completa um mês na próxima quarta-feira, 25. Se ele não retornarem ao trabalho, correm o risco de ser demitidos por justa causa, se configurado pela Justiça como abandono de serviço público.
Apesar dos riscos, os policiais civis dizem que não irão encerrar a greve sem conseguir o realinhamento salarial da categoria e garantem que não temem que o Governo argumente o "abandono de cargo". "Não vamos voltar, a greve é por prazo indeterminado e enquanto o Governo não apresentar uma proposta concreta para a gente, não vamos voltar", afirmou Marinho.
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