Chávez: aquele “estranho ditador”!

Como pode um ditador submeter sua posição a sucessivas eleições? No total foram 16, das quais Chávez venceu 15



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"Vai, comandante descansar!
A tua parte heroicamente foi cumprida
A humanidade se sente agradecida
Por tê-lo tido como companheiro;
Serás lembrado no futuro o tempo inteiro
Pela sua enérgica teimosia"
Ademar Bogo, A humanidade agradecida.

Há exatamente um ano, em 5 de março de 2013, morria Hugo Chávez Frias. Idealizador e comandante da Revolução Bolivariana, processo de transformação social no qual entrou a Venezuela após Chávez eleger-se presidente. Neste período, se pudemos confirmar o quão forte e marcante foram suas contribuições não apenas para o povo venezuelano, como para todos os povos latino-americanos, não passou despercebida a atuação da direita na tentativa de impor seus interesses.

Durante o período que esteve à frente da presidência (1999 a 2013), Chávez foi exaustivamente tachado pelos monopólios da comunicação como um Ditador. Os fatos por trás desta afirmação revelam, no mínimo, um estranho ditador!

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Estranho ditador, por que sua formação militar seguiu pelo lado oposto daqueles que procuraram usar a legitimidade e força da farda, para derrubar governos legitimamente eleitos pelo povo em nome do imperialismo. Não é papel do exército desferir golpes de Estado, mas confundir-se com seu povo na defesa intransigente de sua soberania e dignidade, dizia.

Como pode um ditador submeter sua posição a sucessivas eleições? No total foram 16, das quais Chávez venceu 15. Todas acompanhadas por observadores internacionais, chegando ao ponto de um ex-presidente dos EUA, Jimmy Carter, sentenciar que o sistema eleitoral venezuelano é "o melhor do mundo".

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No campo da educação foram imensas as conquistas, com as Missões Robinson I e II, Ribas e Sucre. Em 2005, a UNESCO declarou erradicado o analfabetismo na Venezuela. Em dez anos o numero de crianças na escola passou de 6 para 13 milhões, a taxa de escolarização é de 93%. O numero de estudantes universitários passou de 895 mil para 2,3 milhões.

Na saúde, com a criação do Sistema Nacional Público, foram criados mais de 7 mil centros médicos e a relação médico por habitante aumentou em mais de 400%. A taxa de mortalidade infantil reduziu em 50% e a expectativa de vida passou de 72,2 para 74,3.

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A pobreza diminuiu de 42,8 para 26,5. Segundo o PNUD, o país tem o menor índice de GINI da América Latina e os menores índices de desigualdade da região. Foram mais de 60% os aumentos com gastos sociais, 700 mil moradias construídas e 3 milhões de hectares distribuídos com a reforma agrária.

Esses são alguns dos fatos que a Venezuela nos apresenta e que permitem questionar a mídia golpista, que se dedicou para desestabilizar o governo de Hugo Chávez. Os avanços sociais somados aos esforços permanentes e contínuos de organização do povo, além da lealdado das forças armadas, são hoje os pilares que nos fazem confiar que a Revolução Bolivariana resistirá aos atuais ataques. Pois suportou a outros, talvez mais tresloucados que estes.

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Como não recordar da tentativa frustrada de golpe que a direita venezuelano com o apoio dos EUA, tentaram emplacar no 11 de abril de 2002? Naquele momento como hoje, o que sustentou a democracia foram o povo e setores do exército, que nas ruas impediram aquilo que seria a volta dos interesses imperialistas, a dirigir o país.

Este "estranho ditador" alcançou legitimidade popular jamais vista e incontestável, não somente em seu país, como também nos demais países latino-americanos. Foi responsável ao lado de Fidel Castro e outros personagens, pela construção de ferramentas hoje fundamentais para o processo de integração de nosso continente: Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA), Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), União de Nações Sul-Americanas (UNASUL), Televisão do Sul (TeleSUR) e outros.

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Hugo Chávez e o processo Bolivariano nos deixaram extenso legado para pensarmos as transformações democráticas em nossos países. Entre elas, o resgate das experiências históricas de lutas latino-americanas, a disputa e conquista das forças armadas para a causa do povo, expressa em garantia de soberania e dignidade, a unidade das forças de esquerda e construção de um instrumento político para os desafios atuais, com grau de amplitude nas alianças de acordo com a necessidade para a derrota dos inimigos centrais, a questão nacional e os símbolos da pátria, não como ufanismo, mas como força para a reconstrução de um projeto de país igualitário, a organização do povo e seu empoderamento ideológico, entre muitas outras lições.

E se hoje é urgente pensar nestas questões, não seria menor a atenção que deveríamos dar ao que podemos chamar de "processo constituinte". Na Venezuela, Chávez conduziu o povo ao poder através de uma Assembleia Constituinte, com a intenção de reorganizar a sociedade de forma a serem resolvidos os problemas da população. No Brasil, temos a tarefa de construir o Plebiscito Popular por uma Constituinte, com o mesmo propósito: conduzir o povo ao poder, resolver os problemas de nosso país. Essa Constituinte não poderá ser obra do poder constituído (Legislativo, Judiciário e Executivo atuais), que farão de tudo para manter o atual sistema, mas do poder a constituir-se: o poder popular.

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Hoje, mais que lamentar sua morte, reafirmamos seu legado para os povos oprimidos que lutam por libertação, defendemos os logros da Venezuela e nos solidarizamos com Nicolás Maduro contra as tentativas golpistas. E para aqueles que tentarem romper com a barreira midiática certamente irão se questionar: que estranho ditador, esse Hugo Chávez!

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