O retrato da classe média - O coxinha sem revolução

Os coxinhas, a meu ver, ainda não compreenderam a revolução silenciosa, sem violência, pois democrática, efetivada pelos governantes trabalhistas do PT



✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

O negócio é o seguinte, caros coxinhas de classe média e escribas da imprensa familiar e alienígena: a presidenta Dilma Rousseff, a respeito de ser acusada de usar a Copa como trampolim político, na verdade nunca procedeu dessa forma. Quem politizou o evento internacional e aproveitou para usá-lo de forma infame e desajuizada como arma eleitoreira foi o principal partido da direita brasileira, o PSDB, além dos magnatas bilionários do sistema midiático privado, a ter como replicadores de suas sandices e insanidades político-ideológicas a classe média coxinha, caucasiana, usuária há mais de século das universidades públicas.

A classe coxinha, a mesma que nunca viveu tão bem, no decorrer de 50 anos, e jamais consumiu tanto como observado nos últimos 12 anos. A classe que não é classe, mas que odeia o Brasil, ao tempo que adora os Estados Unidos e alguns países da Europa ocidental. A casta arrogante, portadora de rancor e de uma vocação destrutiva que deixaria um sadomasoquista com a impressão que seus problemas psíquicos e mentais são de uma desimportância real quando comparados com o complexo de vira-lata e a baixa estima dessa gente. Este é o retrato da classe média e dos coxinhas sem revolução.

Os coxinhas que acreditaram na imprensa de negócios privados quando seus trombeteiros da má-fé e da negatividade afirmavam que o Brasil é incompetente para realizar a Copa, pois os aeroportos são um "caos", igualmente os transportes coletivos e as vias públicas. A pequena burguesia boca suja, mal educada e provinciana tal qual aos ricos da Casa Grande, que ela tanto admira e espera um dia participar de suas comezainas. Os herdeiros da golpista Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que também acreditaram que os modernos e belíssimos estádios brasileiros ficariam prontos para o mais importante torneio de futebol do planeta somente em 2038.

continua após o anúncio

Quanta falta de discernimento e tanta obtusidade, meu Deus! Inacreditável que milhões de pessoas de classe média, de origem universitária e que nunca passaram fome na vida tenham capacidades cognitivas tão simplórias e superficiais, que as levam a perceber e interpretar os fatos, os acontecimentos e as realidades que se apresentam de forma tão distorcida e deturpada. Por serem assim, transformam-se em feras intolerantes e passam a vaiar, a xingar, a demonstrar todo tipo de preconceito, a exemplo do racial, do sexual, de gênero e o de classe, nas redes sociais, nos estádios e em outros logradouros públicos.

A classe média disseminadora contumaz dos princípios e valores da grande burguesia. Aliada ideológica da Casa Grande, não se faz de rogada e "apedreja" àqueles que ela considera inimigos de seu bem-estar material e social; e que, de acordo com ela, estão a infringir as crenças e "normas" de seu senso comum. Via de regra, considera como intrusos os que estão abaixo de seu status, além de possíveis violadores de sua zona de conforto, exemplificada e concretizada em suas pequenas conquistas, ao tempo que concedidas pelo establishment e retratadas como "seus" quinhões, a exemplo das universidades, dos shoppings, dos restaurantes e lanchonetes, dos aeroportos, dos clubes, das casas de shows, dos cinemas e até mesmo dos bairros e lugares públicos, como as praias, que, para quem não sabe, no Rio de Janeiro são divididas em trechos, de acordo com os grupos sociais, de maneira quase espontânea.

continua após o anúncio

Essa classe média conservadora é possuidora de valores e pensamentos patrimonialistas. Confunde o público com o privado e considera normal, por exemplo, que policiais militares ou civis vigiem e guardem o patrimônio privado. Quando tal policial é baleado, ferido ou simplesmente morre, os coxinhas não sentem nada, pois sua ideologia o faz considerar "normal" o policial morrer, porque historicamente, no Brasil, os policiais são vistos como feitores, bate-paus, jagunços ou leões-de-chácara. Não estou a falar da oficialidade, mas, sim, de praças, geralmente negros ou brancos pobres, que pegam no pesado, inclusive a subir morros e rodar pelas periferias mais perigosas do País.

Na cabeça das classes médias tradicional, média alta e rica tais guardas do Estado estão aí para isso mesmo: cuidar do patrimônio privado e morrer, se não tiver jeito, sem comiseração ou sentimento de culpa. Sempre foi assim no Brasil: as guardas públicas cuidar do privado e do bem-estar e conforto dos que sempre se consideraram os supra-sumos da sociedade. É assim desde os tempos do Brasil colônia. Ponto! Por isto e por causa disto, vemos a classe média a ocupar estádios construídos para a Copa, sem ao menos questionar que ela foi contra tais edificações, bem como se aliou a uma das piores imprensas do mundo no que tange a escamotear a verdade, a manipular os fatos e a distorcer os acontecimentos. A resumir: a imprensa-empresa que elabora o verdadeiro jornalismo de esgoto e por isto não tem o menor compromisso com o Brasil.

continua após o anúncio

A dar os trâmites por findos, a classe média branca e colonizada resolveu ver os jogos da Copa, apesar de se dizer contra o megaevento, que injetou R$ 30 bilhões no País e vai elevar o PIB para cima. A Copa que empregou um milhão de pessoas e considerada o melhor campeonato mundial de seleções de todos os tempos. Contudo, não há reconhecimento pelos políticos de direita, à frente os tucanos, pela imprensa venal e de histórico golpista e também pelos coxinhas de classe média de perfis conservadores e mais reacionários que o próprio empresariado que os emprega.

Resolveram vaiar e ofender com palavras de baixo calão a presidenta da República, a responsável maior pela realização da Copa, afinal aeroportos, vias públicas, mobilidade social e alguns dos estádios precisaram para serem construídos do apoio do Governo Federal, no caso o Governo Trabalhista, o que trouxe não somente a Copa para o País, bem como teremos, em 2016, as Olimpíadas, o que vai fazer com que o Brasil, definitivamente, entre no clube dos países grandes em termos mundiais, porque não é para qualquer um realizar eventos de tais portes e tamanhos. Ponto!

continua após o anúncio

E aí, deu no que deu: estádios magníficos construídos pelos competentes e talentosos operários e engenheiros brasileiros e freqüentados pelos coxinhas raivosos e com inenarráveis e incomensuráveis complexos de vira-latas. Por terem dinheiro, ocuparam os espaços dos estádios — das moderníssimas arenas. Como observamos, os coxinhas tiveram muita disposição para vaiar e xingar a principal mandatária brasileira, sem se importar com a total falta de educação e o respeito com aquela que foi constituída e institucionalizada pela maioria do povo brasileiro, por intermédio das urnas soberanas, ferramenta e instrumento da independência popular.

Contudo, nada que surpreenda, mas os governos estaduais e municipais têm de viabilizar, urgentemente, a presença do povo nos estádios, porque é o povo o freqüentador histórico dos estádios de futebol. Portanto, necessita-se de um número bem maior de ingressos baratos a serem oferecidos para a maioria da população, que não é rica e nem remediada como o são os coxinhas de classe média. A resumir: os ingressos têm que chegar às mãos do povo, bem como a nefasta, entreguista e neoliberal Lei Pelé promulgada no Governo de FHC — o Neoliberal I — precisa ser extinta para que os clubes brasileiros se salvem, mas este é outro assunto do qual, posteriormente, ocuparei-me.

continua após o anúncio

A maioria dos coxinhas, não vou generalizar para não ser injusto, não frequenta os estádios. Esta é a verdade irrefutável. A Casa Grande (burguesia) e os coxinhas (pequena burguesia) não aprendem e não querem aprender, pois, para eles, nada importa. Não interessa se os empresários nunca ganharam tanto dinheiro com a ascensão dos trabalhistas ao poder. Ou se os coxinhas tiveram acesso ao mercado de consumo, pois, que eu me lembre, a classe média deste País, antes de 2003, enfrentava grandes dificuldades financeiras até mesmo para pagar uma passagem de avião, o condomínio, o aluguel, comprar uma televisão de bom tamanho, computadores, celulares e geladeiras ou máquinas de lavar roupas.

Esta é a verdade, porque eu sei. Sou de classe média e tenho amigos, colegas e conhecidos que já me disseram que as vidas deles e de suas famílias melhoraram nos últimos 12 anos. Vale ressaltar que a maioria não vota no PT, na Dilma ou no Lula por ideologia e também preconceitos. Vota no PSDB, mesmo sabendo que os tucanos em seus governos deixaram o País com inflação alta (12,5%) e praticamente sem reservas internacionais, irem ao FMI três vezes, porque quebraram o Brasil três vezes, afundaram a maior plataforma de petróleo do mundo, a P-36, além de serem responsáveis por um apagão que durou dezoito meses.

continua após o anúncio

Não satisfeitos com tanta insensatez, entreguismo, pusilanimidade e ganância, venderam o patrimônio público construído por inúmeras gerações de brasileiros, a começar pelos contemporâneos do estadista gaúcho Getúlio Vargas, sendo que o mais simbólico foi a venda da Telebras e da Vale do Rio Doce. O PSDB, com a cumplicidade do DEM e do PPS, governou como caixeiro viajante e realizou a maior venda de bens pertencentes ao Estado de um país em todos os tempos, dentre muitos e muitos outros absurdos de autoria do PSDB, o partido que defende, sem sombra de dúvida, os interesses das oligarquias nacionais e internacionais. Ponto!

Antes dos Governos Trabalhistas, era tudo muito difícil para a classe média coxinha ter acesso a bens móveis (carro zero) e imóveis (casa própria), comprar eletro-eletrônicos, ter direito ao crédito bancário, viajar, estudar, e, o mais importante, ter seus filhos empregados. As faculdades privadas que deitavam e rolavam, hoje tem de atender aos requisitos e às determinações do Ministério da Educação. Muitas faculdades e universidades, que faziam do estudo apenas comércio, tiveram de fechar suas portas e o nível da qualidade do ensino das que ficaram abertas melhorou.

continua após o anúncio

O Enem, o Sisu, o ProUni e o Fies acabaram com a exploração no ensino ou diminuíram muito a mercantilização efetivadas pelos cursinhos, muitos deles pertencentes a empresários milionários, que combateram ferrenhamente o Enem, por exemplo, com o apoio, inclusive, do Ministério Público, principalmente o do Ceará, que nos primeiros anos do Enem infernizou o processo democrático de seleção de alunos e candidatos, bem como o sabotou e o boicotou, a atender demandas escusas, pois não tão bem explicadas, com o apoio de uma imprensa de mercado, que, volto a dizer, odeia o Brasil e luta contra o desenvolvimento social e econômico de seu povo.

Os coxinhas, a meu ver, ainda não compreenderam a revolução silenciosa, sem violência, pois democrática, efetivada pelos governantes trabalhistas do PT. Seus preconceitos ideológicos, políticos e de classe social não os permitem avaliar com acuidade os fatos e as realidades acontecidos a partir de 2003 quando o operário e líder de massas, Luiz Inácio Lula da Silva, ascendeu ao poder republicano. Até hoje, passados 12 anos, a burguesia e a pequena burguesia não se conformam com os ditames da história e por isso tentam desconstruir e desmoralizar o PT, os presidentes trabalhistas e "tudo o que está aí", como eles gostam de afirmar. Contudo, as urnas também estão aí. Basta o povo brasileiro não dar a maioria dos votos aos petistas. Agora, apostar em golpes e trapaças políticos e eleitorais é inaceitável, até porque vivemos em um estado democrático de direito e o povo é o guardião soberano da Constituição. É isso aí.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247