Benito: apoio a Dilma depende de "reciprocidade"

Novo vice-presidente de Governo do Banco do Brasil e chefe do PTB, Benito Gama já chega dizendo que o partido quer mais; "O PTB precisa de espaço para expor suas ideias, precisa de um ministério"; em entrevista ao jornal Tribuna da Bahia, Benito admite que a dificuldade de relação com o Planalto se da mesmo por causa do delator do mensalão, Roberto Jefferson; "Ele tinha uma diferença política com o ex-ministro José Dirceu"; líder petebista diz ainda que não é descartado apoio do partido a Eduardo Campos (PSB); leia íntegra

Benito: apoio a Dilma depende de "reciprocidade"
Benito: apoio a Dilma depende de "reciprocidade"


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Bahia 247

Assim como todos os aliados, o PTB também quer "mais espaço" no governo da presidente Dilma Rousseff. Recém-chegado ao cargo de vice-presidente de Governo do Banco do Brasil, deixado pelo conterrâneo César Borges, do PR (assumiu o Ministério dos Transportes), o presidente nacional do PTB, Benito Gama, deixa claro que o partido quer uma vaga na Esplanada dos Ministérios.

"O PTB precisa de espaço para expor suas ideias, precisa de um ministério. Esse é o grande pleito que as bancadas têm hoje junto ao governo federal. Desde o governo passado, com a saída do então ministro Walfrido dos Mares Guia, que estamos sem representação nos ministérios. E é isso que defendemos junto à presidente Dilma. Então, a bancada do PTB está buscando e aguardando por isso. Como não há espaço no Ministério disponível hoje, a própria presidente me convidou para ser vice-presidente do Banco do Brasil".

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E Benito vai além ao dizer que seu ingresso no BB não significa apoio obrigatório do PTB à candidatura de reeleição da presidente em 2014. "Isso não implica em apoio automático em 2014 e ela está atenta a essa questão", diz o líder petebista em entrevista ao jornal Tribuna da Bahia.

Benito fala ainda que o partido realmente ficou com relação tensa com o Planalto por causa do ex-presidente da legenda, Roberto Jefferson, o delator do mensalão. O vice-presidente do BB diz que Jefferson tinha "diferenças" com o ex-ministro José Dirceu, que é apontado pelo STF como um dos cabeças do mensalão.

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"O partido vota com a presidente na Câmara e Senado. Mas o problema todo é que o presidente licenciado Roberto Jeferson tinha uma diferença política com o ex-ministro José Dirceu, que era um dos lideres do governo federal. Então, existia essa dificuldade pessoal de reaproximação".

Abaixo os principais pontos e aqui a entrevista completa na Tribuna da Bahia.

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Benito Gama rejeita apoio automático do PTB a Dilma Rousseff em 2014

Tribuna da Bahia - Por onde andava Benito Gama antes de voltar à cena política com a presidência do partido e agora com a vice-presidência do Banco do Brasil?

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Benito - Depois de 2003, eu fui vice-presidente nacional do PTB e, na Bahia, vice-presidente de Jonival Lucas, que presidia o partido. Ajudei a organizar o partido em todo o estado e fiquei à frente da Fundação Getúlio Vargas nos últimos oito anos, que é o braço politico do PTB com abrangência nacional. Fui ainda secretário de Estado no Rio Grande do Norte por dois anos. Como fiquei como oposição por muito tempo na Bahia, eu acabei ficando fora dos espaços políticos no estado.

O que fez o PTB voltar atrás em relação ao apoio da presidente Dilma?

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O partido não alterou com a presidente Dilma. O partido vota com a presidente na Câmara e Senado. Mas o problema todo é que o presidente licenciado Roberto Jeferson tinha uma diferença política com o ex-ministro José Dirceu, que era um dos lideres do governo federal. Então, existia essa dificuldade pessoal de reaproximação. Institucionalmente, o partido sempre apoiou, tanto o ex-presidente Lula como a presidente Dilma, seja na Câmara Federal ou no Senado. Para você ter uma ideia, o PTB ficou um tempo afastado quando apoiou o José Serra, mas, agora, com o afastamento do Roberto (Jeferson) por motivos de doença e após o julgamento do mensalão, acabamos por retomar o diálogo com o governo federal e a própria presidente Dilma. Agora, desde que eu assumi o comando nacional do partido, comecei a estabelecer o diálogo entre a presidente da República e as bancadas do PTB no Congresso Nacional, retomando o convívio politico com a base governista.

Sua nomeação no Banco do Brasil veio logo depois dessa recomposição com o Planalto. Quais os espaços que foram negociados pelo PTB com o governo para ficarem na base governista?

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O partido retoma a aliança com o governo federal. Como temos 20 deputados federais e três senadores, precisamos manter a isonomia como os outros partidos. O PTB precisa de espaço para expor suas ideias, precisa de um ministério. Esse é o grande pleito que as bancadas têm hoje junto ao governo federal. Desde o governo passado, com a saída do então ministro Walfrido dos Mares Guia, que estamos sem representação nos ministérios. E é isso que defendemos junto à presidente Dilma. Então, a bancada do PTB está buscando e aguardando por isso. Como não há espaço no Ministério disponível hoje, a própria presidente me convidou para ser vice-presidente do Banco do Brasil. Mas isso não implica em apoio automático em 2014 e ela está atenta a essa questão.

Foi cogitado o apoio do PTB a uma eventual candidatura de Eduardo Campos, do PSB?

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Eu fui procurado por Eduardo Campos pessoalmente duas vezes, no Rio de Janeiro. Conversamos sobre articulação política e ele afirmou taxativamente que era candidato a presidente em 2014, me apresentando, inclusive, seu plano de trabalho. Fomos procurados também pelo senador Aécio Neves, de Minas, que falou sobre o projeto politico do PSDB, de retomar a Presidência da República. Só não fomos procurados ainda pela Marina Silva. Mas, como a bancada que apoia Dilma no Congresso decidiu, optamos por priorizar o diálogo com o governo federal, do PT.

Então a participação no governo hoje vai se repetir automaticamente em 2014?

Não necessariamente, porque o apoio do PTB hoje diz respeito ao projeto de governo em curso. Mas, em 2014 há uma tendência e uma convergência que esse apoio se concretize. Tudo vai depender da demonstração de reciprocidade do governo Dilma ao partido no Congresso.

Quais os seus planos como vice-presidente do Banco do Brasil? O que a Bahia vai ganhar com isso?

O Banco do Brasil é o maior banco da América Latina. Uma potência em todo o mundo. Então eu chego realmente para agregar, para ajudar. Tenho certeza que o Banco do Brasil tem muita qualificação e vai exigir muito de todos nós. Vou continuar lutando pelo nosso estado e cada espaço dado será honrado em prol do desenvolvimento da Bahia. Portanto, fico muito orgulhoso de estar participando desse processo pelo desenvolvimento do país. Na Bahia, o BB é um grande parceiro do estado e do governador Wagner, que vai continuar à disposição do desenvolvimento dos baianos.

E 2014? Será candidato?

Olha, serei candidato a deputado federal. Estamos trabalhando mais intensamente por esse projeto. Queremos formar bancadas fortes para deputado estadual e federal. Nosso projeto é eleger dois federais e três estaduais na Bahia. Tanto que o próprio governador Jaques Wagner dará suporte a esse processo.

Mas como aconteceu mesmo a costura para o PTB voltar para à base da presidente Dilma?

Quando a presidente sinalizou com a participação do partido no governo federal, pessoalmente, ela atendeu a uma sugestão do governador Jaques Wagner, que fez essa interlocução. Fomos deputados, atuamos juntos na Câmara Federal. Tanto que os contatos que tivemos foi através da intermediação dele.

E como vai ficar a relação do ex-presidente do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson, com a presidente Dilma, já que ele sempre foi tão crítico com o governo?

Ele foi crítico na maneira como foi feito o processo do mensalão. Mas é evidente que o entendimento com o governo federal se deu com o apoio de 85% da convenção nacional do partido. E ele participou ativamente dessa discussão, desse processo.

Como você viu o resultado do mensalão?

Vejo com naturalidade. Sinceramente, acho que todos pagaram o preço. É uma questão processual que deve ser respeitada.

Colaboraram: Daniela Pereira e Fernanda Chagas

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