Incêndio atinge parque considerado patrimônio mundial pela Unesco
Mais dois focos de incêndio florestal foram descobertos no Parque Nacional do Monte Pascoal, em Porto Seguro, que fica no extremo-sul baiano; o parque sofre com incêndios há cerca de dois meses e 5,05% dos 22.383 hectares de Mata Atlântica já foram queimados, o equivalente a 1.127,96 hectares; de acordo com o ICMBio, os incêndios são criminosos; investigações apontam que as chamas são consequência de madeira extraída ilegalmente
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Bahia 247 - Mais dois focos de incêndio florestal foram descobertos na última quinta-feira (31), no Parque Nacional do Monte Pascoal, em Porto Seguro, que fica no Extremo-Sul da Bahia. O parque sofre com incêndios há cerca de dois meses e 5,05% dos 22.383 hectares de Mata Atlântica já foram queimados, o equivalente a 1.127,96 hectares. O Monte Pascoal foi considerado Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) desde 1999.
Eles ainda ficam distantes do Monte Pascoal, mas existe a preocupação de que o fogo chegue até lá, já que os incêndios, são criminosos, de acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que administra o parque. “Isso já foi destruído, mas agora está aumentando”, lamentou a chefe do Parque, Raquel Mendes Miguel, conforme relato do Correio 24 horas. De acordo com ela, os focos mais recentes vinham sendo controlados quando mais dois surgiram na região leste do parque.
Segundo Raquel, os incêndios começaram após uma ação de fiscalização no local contra a extração ilegal de madeira, que aconteceu nos meses de novembro e dezembro. Em nota, o ICMbio também informou que a madeira é extraída ilegalmente, para produção de artesanato para comercialização e confecção de estacas para cercas.
“Estas operações resultaram em flagrantes, apreensões de madeiras cortadas e equipamentos utilizados para extração ilegal, e as pessoas envolvidas foram conduzidas à Delegacia da Polícia Federal”, afirmou o ICMBio. O órgão contou que, além de provocar os incêndios, os grupos responsáveis pela extração ilegal da madeira também provocaram danos em um veículo oficial.
Segundo o ICMBio, há 14 brigadistas na mata acompanhando os focos desde o mês de outubro, além de cerca de 50 voluntários das comunidades do entorno. Para combater o incêndio, o instituto forneceu ainda combustível, veículos, Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e alimentação para os combatentes. A partir deste sábado (2), brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Ibama) também passam a prestar o apoio no combate às chamas.
Dentro dos 22.383 hectares de Mata Atlântica, existem terras indígenas habitadas por índios pataxós. Segundo o guia turístico Antiwab Pataxó, que trabalha há seis anos na região, 38 comunidades indígenas vivem em torno do Parque.
Ele disse, ainda, que o fogo foi amenizado depois que a comunidade se reuniu para ajudar as brigadas de incêndio. “Já teve outros incêndios, só que antes estava mais organizado. Hoje não está mais como era antes”, acrescentou.
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