Há 20 anos, o Brasil perdia Paulo Freire

A morte de Paulo Freire, patrono da educação no Brasil e defensor de um sistema de ensino mais justo, completa 20 anos nesta terça-feira; Feire morreu em 2 de maio de 1997 em São Paulo, vítima de um infarto;  Freire ficou conhecido por elaborar uma nova e revolucionária filosofia de alfabetização, que mais tarde ficaria conhecida como Método Paulo Freire, que tinha como proposta atrelar o aprendizado da escrita e da leitura das camadas mais pobres à conscientização quanto às suas condições de submissão e passividade diante do mundo

Paulo Freire
Paulo Freire (Foto: Giuliana Miranda)


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247 - Há 20 anos, às 6h53 do dia 2 de maio de 1997, morria no hospital Albert Einstein, em São Paulo, o patrono da educação brasileira Paulo Freire, aos 75 anos.

Internado um dia antes para tratamento de angina –dor no peito causada pela falta de oxigenação no músculo do coração-, Freire foi vítima de um infarto agudo do miocárdio.

As informações são de reportagem do Acervo Folha.

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"Paulo Freire nasceu Paulo Reglus Neves Freire, em 19 de setembro de 1921, no bairro da Casa Amarela, no Recife, capital de Pernambuco. Filho do policial militar e espírita Joaquim Temístocles Freire – que perdeu aos 13 anos – e da católica Edeltrudes Neves Freire, foi alfabetizado pela professora Eunice Vasconcelos, a qual sempre lembrava em suas entrevistas.

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Em 1959, formou-se doutor em filosofia e história pela Universidade do Recife, onde mais tarde atuaria como professor e um dos fundadores do Serviço de Extensão Cultural da Universidade. Em 1961 foi nomeado diretor da Divisão de Cultura da Secretaria Municipal de Educação. Foi um dos fundadores Movimento de Cultura Popular do Recife.

Nesse período, elaborou uma nova e revolucionária filosofia de alfabetização, que mais tarde ficaria conhecida como Método Paulo Freire, que tinha como proposta atrelar o aprendizado da escrita e da leitura das camadas mais pobres à conscientização quanto às suas condições de submissão e passividade diante do mundo. Era uma forma de despertar no oprimido o seu real valor na sociedade opressora, ideia ligada ao pensamento dialético de Karl Marx e até hoje contestada por especialistas da ala conservadora da educação.

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A primeira grande experimentação do projeto foi implementada em 1962, na cidade de Angicos, no Estado do Rio Grande do Norte, onde Paulo Freire conseguiu alfabetizar 300 trabalhadores em apenas 45 dias.

O êxito do plano rendeu ao intelectual o convite do ministro da Educação do governo Jango, Paulo de Tarso Santos, para que Freire coordenasse o Programa Nacional de Alfabetização, colocado em prática no início de 1964. Com a chegada do golpe militar, no entanto, o programa foi extinto pelo novo governo. O método chegou a ser aplicado em regiões dos EUA e da Europa.

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Considerado subversivo pelo regime, Freire ficou preso por cerca de dois meses até ser exilado. Primeiro, foi para La Paz (Bolívia), mas, devido ao golpe ocorrido naquele país, o educador seguiu para o Chile, onde trabalhou durante cinco anos no Instituto Chileno para a Reforma Agrária (ICIRA). Nesse período lançou uma de suas maiores obras, “Pedagogia dos Oprimidos” (1968), traduzida em mais de 20 línguas e lançada no Brasil apenas em 1974."

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