Tijolaço: a história da “autocrítica” é o fogo ‘muy’ amigo

"Não me recordo que se tenha pedido "autocrítica" a Ciro Gomes sobre suas intensas andanças partidárias. Nem me lembro de terem exigido autocríticas de Geraldo Alckmin por seu apoio a Aécio Neves em 2014. Também não a Fernando Henrique Cardoso", avalia o jornalista Fernando Brito, ao comentar as investidas sobre Fernando Haddad; "Também não se cobra "autocrítica" a Jair Bolsonaro pelos trilhões de bobagens que já disse sobre matar, torturar, fechar congresso e deflagrar guerra civil"

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Por Fernando Brito, do Tijolaço - Não me recordo que se tenha pedido “autocrítica” a Ciro Gomes sobre suas intensas andanças partidárias.

Nem me lembro de terem exigido autocríticas de Geraldo Alckmin por seu apoio a Aécio Neves em 2014. Também não a Fernando Henrique Cardoso.

Também não se cobra “autocrítica” a Jair Bolsonaro pelos trilhões de bobagens que já disse sobre matar, torturar, fechar congresso e deflagrar guerra civil. Basta dizer que  “isso foi há vários anos” e que agora é “um democrata, escravo da Constituição.

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É engraçado, porém, como a turma do “mimimi” exige “autocrítica” de Fernando Haddad por pecados que nem sequer são dele.

Porque, afinal, ele não é réu em nenhum processo de corrupção, foi um crítico da política econômica do final do primeiro governo Dilma e da que se fez no seu segundo período.

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Ah, mas como na fábula, se não foi ele, foi o PT e, afinal,  ele é o candidato do PT.

Mas também não se pede ao PT “autocrítica” por ter elevado o valor do salário mínimo, por  ter ampliado o acesso à universidade, por ter gerado 20 milhões de empregos ou por ter dado ao país, durante uma década, prosperidade econômica como não de via há muito tempo.

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Tão “culpa do PT” quanto os desvios de alguns integrantes do partido e até muito mais, porque era políticas assumidas, feitas à luz do dia, enquanto os mal-feitos de alguns, quando muito, eram de conhecimento de petits-comitês.

O fato é que, para os demais concorrentes da eleição de primeiro turno, o adversário a ser batido não era Jair Bolsonaro. Era o PT  quem deveria ser vencido, porque era o único que tinha liderança – ainda que diligentemente silenciada na prisão –  e raízes populares.

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Assim agiram Ciro, Alckmin, Marina e todos os que dividiam o papel de coadjuvantes eleitorais e a mídia.Ou foi outro o tom das entrevistas que lhe fizeram, especialmente no Jornal Nacional?

Todos, inclusive o ex-capitão, deixaram de lado Temer para atribuir, claro, a crise em que estamos enfiados ao PT, fazendo tábula rasa do fato de termos dois anos e meio de governo pós-PT que jamais cumpriu um átomo da promessa de que,  cessada a causa (Dilma), cessaria o efeito (a crise). Todos esqueceram-se da “verdade incontestável” de que  montanhas de dinheiro de investidores estrangeiros se derramariam sobre o Brasil, tirando-nos do buraco e nos levando ao paraíso.

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Também ao golpe de estado não se exigiu “autocrítica” de ninguém.

Ao PT, sem Lula para servir de referência, porém, queriam a confissão e a autoflagelação em praça pública e, até, a renúncia do ex-presidente  à defesa de sua própria inocência e, apesar de um ou outro petista que rescende a oportunismo, como Jorge Viana, do Acre, e Jaques Wagner, que desertou do ônus de representar Lula para obter oito anos de senado, não levaram o partido e seus eleitores a ajoelharem-se.

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Fosse apenas Jair Bolsonaro a chamar os petistas de bandidos, seria do jogo natural; a direita chamar o PT de bandido sempre foi a tônica dos processos eleitorais.

Mas todos terem se lançado a esta empreitada criou uma espécie de “senso comum” que fertilizou o solo para as sementes da estupidez nas redes sociais em que são especialistas as forças que usam Bolsonaro como ferramenta.

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Afora isso, os coxinhas arregimentados desde os protestos do impeachment, os ensandecidos, policiais, milicianos e juízes e promotores cheios de sede autoritária deram ao “mito” o exército que empresta a ele a ideia de líder de massas enfurecidas.

Bem, se o levarem ao poder, precisam alimentar a matilha e será inevitável que tomem medidas de impacto, na economia e na repressão.

E o espaço vai ficar  curto, muito curto, para a turma do mimimi, porque a oposição a Bolsonaro será, queiram ou não, os que tentaram impedir sua ascensão, jamais os omissos.

E não sei se, aí, haverá “autocrítica” que resolva.

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