Após saída de cubanos, será difícil repor 10 mil vagas, diz ex-chefe do Mais Médicos

O ex-coordenador nacional do programa Mais Médicos e professor da UFPB Felipe Proenço de Oliveira, a saída dos cerca de 8,5 mil profissionais cubanos do programa, associado a outras 2 mil vagas em aberto, deverá deixar 367 cidades brasileiras sem nenhum tipo de assistência à saúde; 'Olhando todos os editais, não vejo como seja viável preencher 10 mil vagas com brasileiros", destaca; para ele, as exigências feitas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e que resultaram na saída dos cubanos 'são condicionalidades que não são exigidas em nenhum outro país'

Após saída de cubanos, será difícil repor 10 mil vagas, diz ex-chefe do Mais Médicos
Após saída de cubanos, será difícil repor 10 mil vagas, diz ex-chefe do Mais Médicos


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247 - O ex-coordenador nacional do programa Mais Médicos e professor de medicina da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Felipe Proenço de Oliveira, a saída dos cerca de 8,5 mil profissionais cubanos do programa, associado a outras 2 mil vagas em aberto, deverá deixar 367 cidades brasileiras sem nenhum tipo de assistência à saúde. "Olhando todos os editais, não vejo como seja viável preencher 10 mil vagas com brasileiros. O que pode acontecer é preencher com brasileiros formados no exterior", destaca Oliveira.

Para ele, as exigências feitas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e que resultaram na saída dos cubanos, apontam para um completo desconhecimento do acordo firmado pelo Brasil junto a Cuba e a Organização Pan Americana de Saúde (Opas), que segue o mesmo modelo adotado por outros países. "São condicionalidades que não são exigidas em nenhum outro país", disse o médico em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.

Segundo ele, as regras do programa estavam bem definidas desde o início de sua operacionalização, ainda no governo da presidente deposta Dilma Rousseff. "Só com a cooperação com a Opas e Cuba foi possível preencher as vagas que os brasileiros não quiseram. Há vários municípios para os quais foram só os cubanos que se disponibilizaram a ir. Além disso, a forma de contratação foi avaliada em vários órgãos e não houve nenhuma objeção. E o STF (Supremo Tribunal Federal) respaldou dizendo que era constitucional o ingresso de médicos estrangeiros sem Revalida", ressaltou.

continua após o anúncio

Para Oliveira, a saída dos cubanos deverá afetar cerca de 28 milhões de brasileiros e as vagas em aberto não serão preenchidas rapidamente como o necessário. "São cerca de 8.000 médicos que estão em equipes de saúde da família que cobrem 28 milhões de brasileiros. Sabemos que os brasileiros não vão a essas localidades. Olhando o comportamento de todos os editais, não vejo como seja viável preencher as 10 mil vagas que existem com brasileiros. O que pode acontecer é preencher com brasileiros formados no exterior. Mas aí, pelo que defende Bolsonaro, não tem que fazer Revalida?", questiona.

 

continua após o anúncio
continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247