Afrânio Jardim: órgãos da Justiça têm verdadeiro ódio a Lula
O professor de Direito da Uerj Afrânio Silva Jardim avalia que as injustiças perpetradas contra o ex-presidente Lula têm "total beneplácito dos nossos tribunais, que acabam referendando as incorretas decisões dos juízes de primeiro grau"; "Será que a nossa nação terá de assistir à morte, na prisão, de seu maior líder popular, maior líder de toda a história do Brasil? Será que teremos de aceitar a vitória da hipocrisia de uma classe conservadora sobre a generosidade deste grande líder, de grande conceito internacional?", questiona
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Por Afrânio Silva Jardim, em seu Facebook - Desalento e desencanto. Cada vez mais fica evidenciado que os órgãos que compõem o nosso sistema de Justiça têm verdadeiro ódio ao ex-presidente Lula e a todos aqueles que desejam uma sociedade mais justa.
Na verdade, além dos sentimentos assinalados acima, confesso que, por vezes, me bate também um certo desespero.
Desespero ao perceber que as injustiças que estão sendo perpetradas contra o ex-presidente Lula têm total beneplácito dos nossos tribunais, que acabam referendando as incorretas decisões dos juízes de primeiro grau.
Aos poucos, vamos nos convencendo – ainda tenho alguma esperança – de que as vias judiciais estão fechadas ao ex-presidente Lula, nada obstante os "gritos" da maioria dos componentes de nossa comunidade acadêmica e jurídica.
Será que a nossa nação terá de assistir à morte, na prisão, de seu maior líder popular, maior líder de toda a história do Brasil?
Será que teremos de aceitar a vitória da hipocrisia de uma classe conservadora sobre a generosidade deste grande líder, de grande conceito internacional?
Será que ainda se justifica acreditar em nosso sistema de justiça criminal, rançoso e corporativista, formado, em grande parte, por pessoas rancorosas, raivosas, sem cultura humanista, vaidosas e punitivistas?
Será que a ideologia de direita "domina" o nosso sistema de justiça?
Será que os órgãos de cúpula do nosso Poder Judiciário encontram-se premidos ou constrangidos por forças autoritárias e antidemocráticas?
Será mesmo que o nosso Estado se transformou em uma mera expressão política do poder econômico?
Será que não seria o caso de me afastar de todas estas atividades ligadas ao mundo do Direito, por absoluta desilusão e decepção com o que o Poder Judiciário e o Ministério Público estão fazendo de mal aos nossos melhores valores?
Será que querem "fechar as portas" das saídas institucionais e democráticas ao nosso povo, criando condições para comoções de ordem social de consequências imprevisíveis?
Será que não há mais magistrados e membros do Ministério Público cultos, estudiosos e com formação humanística?
Será, finalmente, que não vale mais a pena acreditar na possibilidade de termos a prevalência da justiça sobre os interesses mesquinhos de uma classe social de privilegiados, que não aceita que ascendam ao poder político governantes comprometidos com os anseios populares?
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